Revolução russa: o ensaio geral da Revolução e a Primeira Guerra

Revolução russa: o ensaio geral da Revolução e a Primeira Guerra

O ensaio geral para a Revolução Russa foi a movimentação sócio-política para a instalação da URSS. Na mesma época ocorria a Primeira Guerra Mundial e diversas personalidades russas se consagraram na história nesse ocorrido.

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A forte repressão do Estado russo não permitiu o aparecimento e a atuação de partidos políticos de oposição legalizados. Tanto o Partido Kadet quanto os partidos proletários surgiram e se desenvolveram na clandestinidade.

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De modo geral, duas correntes dividiram o movimento proletário: o populismo e o marxismo. 

O que foi o movimento proletário populista?

O populismo ou movimento dos narodniks (em direção ao povo) pregava vagamente a adoração do povo russo, simbolizado na crença de que o camponês era, por natureza, hostil à Rússia oficial e, portanto, podia se organizar contra ela. 

Mas isso não significava que o povo partilhasse dessa concepção sobre si mesmo. Por maiores que fossem suas queixas contra o regime oficial, os camponeses ainda conservavam uma ligação religiosa à pessoa ou à ideia do Czar. 

Além da irrestrita fé no povo, os narodniks pregavam o socialismo agrário, apoiado no camponês e na experiência de vida comunitária, além de reivindicarem a representação democrática e a derrubada da autocracia.

Influência do anarquismo na Revolução Russa

Entre os populistas, desenvolveu-se também uma ala terrorista sob a influência do anarquismo: os niilistas. Eles seguiam as ideias de Bakunin, ativista que pregava a adoção de práticas violentas para destruir a ordem tradicional burguesa ou absolutista, como era o regime czarista.

Os anarquistas russos utilizaram como estratégias de ação política atentados contra o Czar e autoridades em geral. A ação mais importante dessa corrente foi o assassinato de Alexandre II, em 1881.

O que foi o movimento proletário marxista?

O movimento operário tomou impulso com a divulgação das ideias socialistas marxistas, que encontraram terreno fértil entre os compactos batalhões do proletariado russo. O livro “O Capital”, de Karl Marx, foi publicado, em russo, no ano de 1872 e os grupos marxistas revolucionários formaram-se na década de 1890. 

Origem dos bolcheviques e mencheviques

Em 1898, foi fundado o Partido Operário Social-Democrata Russo, que acabou por se dividir, após um congresso em 1903, em dois grupos: os bolcheviques e os mencheviques.

Os bolcheviques ou bolchevistas eram um grupo majoritário de tendência radical, que defendia a implantação imediata do socialismo por meio de uma revolução. Acreditavam na necessidade de um partido forte, constituído de revolucionários profissionais, dedicados inteiramente à revolução.

Eram liderados por Vladimir Ilyich Ulyanov, que adotou na clandestinidade o nome de Lênin. Mais tarde, ele e tornaria o grande líder da revolução de 1917. 

Já os mencheviques ou menchevistas formavam o grupo minoritário de tendência moderada. Pregavam a luta pelo amadurecimento capitalista da Rússia por meio de reformas progressivas como estratégia para se alcançar o socialismo. Eles defendiam a aliança com a burguesia.

Eram liderados por Plekhanov e Martov. Devido à diferença existente entre os objetivos dos dois grupos, bolcheviques e mencheviques foram se afastando ideologicamente.

Como aconteceu o Ensaio Geral da Revolução Russa?

A Revolução de 1905 foi, posteriormente, chamada de Ensaio Geral por Lênin. Ele afirmou que esse evento teria sido uma experiência fundamental do proletariado russo para a revolução. O Ensaio Geral foi um sinal evidente de que a derrocada do czarismo era inevitável.

Adoção da Monarquia Constitucional Parlamentar

Nicolau II acabou sufocando o movimento. Mas, cedendo às pressões, viu-se obrigado a assinar o Manifesto de Outubro. Nesse documento, o Czar fazia algumas concessões à revolução, prometendo estabelecer uma monarquia constitucional e parlamentar, começando pela convocação da Duma, o Parlamento russo, que deveria ter caráter constituinte e ser eleito pelo voto secreto.

Essas medidas não surtiram o efeito esperado. Elas foram neutralizadas com a modificação posterior da lei eleitoral, a qual aumentava o número de representantes que apoiaram o Czar na Duma. Ficou determinado que seus membros fossem eleitos por um sistema de representação, favorecendo as classes dominantes.

Os latifundiários escolheriam 70% dos deputados, os camponeses, 22%, os comerciantes, 15% e os operários, 3%.

No início de dezembro de 1905, o governo czarista prendeu e exilou os principais líderes do soviete de São Petersburgo, entre eles Lênin e Trotsky, para a Sibéria. O Czar também retomou sua política externa agressiva, pan-eslavista e imperialista, resultando na participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial.

Como foi a participação da Rússia na Primeira Guerra?

Em 1914, poucos concordaram com a análise de Lênin de que a guerra fora o mais belo presente do Czar Nicolau II à Revolução. Julgava-se, ao contrário, que a abertura das hostilidades liquidava as possibilidades de um movimento revolucionário contra o regime.

Quando a Rússia declarou guerra à Tríplice Aliança, houve um pequeno período de euforia nacionalista entre a população, que logo foi substituído por um clima de insatisfação entre os civis e os meios militares.

A desorganização russa na Primeira Guerra

A Rússia encontrava-se arrasada militarmente e economicamente desorganizada na Primeira Guerra. Apesar de possuir um contingente de 15 milhões de homens mobilizados, os soldados, subalimentados e mal armados, eram mandados para a frente de batalha sem fuzis e sem equipamentos básicos, como calças, sapatos e cobertores.

Os feridos, muitas vezes, morriam de frio ou de gangrena, pois não havia cirurgiões e instalações hospitalares suficientes e adequadas para atendê-los. Estima-se que em dois anos e meio de guerra, quatro milhões de soldados tenham sido mortos. 

Na retaguarda, o sistema ferroviário desorganizou-se, comprometendo o abastecimento dos soldados na linha de frente, assim como o das cidades, que passaram a conhecer os saques e o racionamento de alimentos. Além desses problemas, a população civil sofria com os invernos rigorosos e com as privações de toda ordem.

As passeatas e as manifestações de massa ocorriam em todos os lugares e as tropas que deveriam reprimi-las aderiram a elas, confraternizando-se com os manifestantes.

Até mesmo na Duma, a oposição ao Czar cresceu, principalmente quando Nicolau II assumiu o comando do Exército, deixando o governo sob as ordens da Czarina Alexandra, descendente de alemães e submetida à influência de Grigori Rasputin, um monge místico com grande influência na corte.

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Referências bibliográficas

  • CARR, E. H. A Revolução Russa de Lênin e Stálin (1917-1929). Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
  • DEUSTSCHER, Isaac. Stálin, história de uma tirania. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.
  • HILL, Christopher. Lênin e a Revolução Russa de 1917. São Paulo: Perspectiva, 1974.
  • VICENTINO, Cláudio. Rússia – antes e depois da URSS. São Paulo: Scipione, 1995.

VICENTINO, Cláudio. Rússia – antes e depois da URSS. São Paulo: Scipione, 1995.

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