A Revolução Inglesa foi um marco na história, não só do Reino Unido, mas do mundo. O reinado de Carlos I na Inglaterra foi marcado pelas medidas absolutistas do rei e da retaliação do Parlamento britânico, que culminou com uma grande revolução. Confira mais sobre essa história nesse artigo que o Estratégia Militares preparou para você!
Em 1625, Jaime I morreu e foi sucedido pelo seu filho Carlos I, que alimentava as mesmas ideias do pai a respeito da natureza e da dimensão do poder da Coroa. Baseado em sua concepção de uma monarquia de Direito Divino, ele determinou a cobrança de novos impostos sem a aprovação do Parlamento e, ao se envolver em conflitos externos, solicitou mais dinheiro para sustentá-los.
Como o Parlamento se recusou a conceder mais do que as verbas de costume, Carlos I passou a tomar empréstimos internos forçados, mandando prender aqueles que se recusassem a atendê-lo.
Carlos I e o Parlamento britânico
Diante do autoritarismo régio, o Parlamento exigiu que o monarca assinasse um documento que reafirmasse as liberdades dos cidadãos ingleses, limitando, assim, o poder do rei. Em 1628, Carlos I foi obrigado a assinar a Petição de Direitos, documento que se compara à Magna Carta, sendo uma segunda carta de liberdades inglesas.
Nela, foram declarados ilegais todos os impostos não aprovados pelo Parlamento, proibidas as prisões ilegais, o aquartelamento de soldados em casas particulares e a aplicação da lei marcial em tempos de paz.
Na verdade, a Petição de Direitos pretendeu fixar uma fronteira exata entre o poder régio e o do Parlamento, submetendo de maneira mais precisa a autoridade do rei ao domínio da lei.
Carlos I hesitou durante um tempo, mas acabou cedendo, jurando e assinando o documento. Assim, conseguiu a aprovação dos recursos que havia solicitado. No ano seguinte, porém, o rei dissolveu o Parlamento, que passou mais 11 anos em recesso. Com isso, o monarca readquiriu o controle da política financeira.
A Petição de Direitos não impediu que o rei voltasse a adotar meios irregulares para conseguir dinheiro. Após assiná-la, Carlos fez vigorar novamente antigas leis feudais, já em desuso, cobrando multa de todos os que não as acatassem.
Obrigou os burgueses ricos a solicitar o título de cavaleiros, pelo qual deveriam pagar taxas elevadas, vendeu monopólios a preços exorbitantes e advertiu os juízes para que elevassem os custos nos processos criminais.
A mais impopular de todas as medidas por ele tomadas refere-se a um imposto naval, chamado ship money, que foi estendido a todo o país. Segundo um antigo costume, as cidades portuárias participavam da defesa do litoral, contribuindo com navios e as respectivas equipagens. Carlos I ampliou essa obrigação ao país, pedindo dinheiro para construir navios.
Convocação e dissolução do Parlamento britânico
Visando fortalecer o regime absolutista inglês, o rei determinou que seu assessor, o arcebispo de Laud, impusesse medidas para estabelecer a religião anglicana em todos os domínios da Coroa. Os presbiterianos (calvinistas) escoceses reagiram a essa determinação, organizaram seus exércitos e invadiram a Inglaterra.
Necessitando obter dinheiro para armar seus exércitos e punir os revoltosos, Carlos I foi obrigado a convocar novamente o Parlamento, em 1640. Ele foi dissolvido apenas três semanas depois de ter sido convocado, uma vez que o rei se sentiu pressionado pelos parlamentares a limitar a sua autoridade.
Por essa razão, ele ficou conhecido como Short Parliament (Parlamento Curto). Nessa época, a Coroa encontrava-se falida, o que levou o rei a lançar mão do ouro depositado da Torre de Londres, que constitui o tesouro real e representa um patrimônio a ser preservado.
Devido a essa precária situação financeira, o Parlamento foi novamente convocado e funcionou até 1653, sendo chamado de Long Parliament (Parlamento Longo). Com isso, ficou evidente a oposição entre praticamente todos os grupos nele representados e o rei.
Os líderes da Câmara dos Comuns aproveitaram-se da situação para impor ao monarca várias condições, como a extinção do ship money, a abolição dos tribunais especiais que haviam servido aos interesses absolutistas do rei, assim como a prisão e a execução de seus principais assessores – Laud e Strafford.
Foi também decretada uma lei que proibia o monarca de dissolver o Parlamento, determinando que este se reunisse pelo menos uma vez a cada três anos. Cumpridas todas as exigências, o rei conseguiu o dinheiro que precisava, podendo contratar mercenários e revidar o ataque escocês.
Revolta na Irlanda e a Revolução Inglesa
Em 1641, eclodiu uma revolta na Irlanda católica e mais uma vez o Parlamento fez exigências. Para assumir o comando do Exército, Carlos I deveria submeter a escolha de seus conselheiros à aprovação da Câmara dos Comuns.
O rei respondeu com uma demonstração de força à tentativa de violação de suas prerrogativas, invadindo com sua guarda a Câmara dos Comuns e exigindo a prisão de cinco de seus principais líderes.
Essa situação tornou inevitável a luta aberta. Ambos os lados reuniram tropas e prepararam-se para a guerra civil, que logo tomou dimensões de uma revolução. O conflito opôs os burgueses ascendentes, setores médios puritanos – mas também presbiterianos e outras seitas protestantes – e as massas populares à monarquia e à nobreza tradicional anglicana.
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