Houve vários momentos da história brasileira, em que uma atividade econômica foi a responsável pela maior parte das riquezas produzidas no país, seja ela direcionada à coroa portuguesa, ou ao próprio império brasileiro.
Neste post, abordaremos os principais pontos de dos ciclos econômicos do pau-brasil e da cana-de-açúcar, apontando aspectos importantes para o seu estudo voltado às carreiras militares, como: mão-de-obra usada, cenário econômico da época etc.
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O extrativismo do pau-brasil
Logo após a chegada dos portugueses no território brasileiro, iniciou-se um período denominado pré-colonial, destinado ao reconhecimento e ao mapeamento do território recém-encontrado.
A não fixação imediata dos portugueses se deve ao fato deles não terem achado as tão sonhadas pedras preciosas.
No entanto, rapidamente eles encontraram muitas árvores, que já eram utilizadas na Europa, entre o litoral do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, capazes de produzir uma espécie de resina vermelha de muito valor no comércio de tecidos. A ela foi dado o nome de pau-brasil.
Para explorá-la de forma exclusiva, os portugueses estabeleceram o estanco – monopólio comercial concedido pelo Estado. Eles ofereciam contratos de duração limitada para quem se interessasse em comandar essa atividade na costa brasileira, desde que um quinto dos lucros fosse repassado à Coroa.
A primeira pessoa que pôde explorar o pau-brasil foi Fernão de Noronha. Além de transferir parte dos seus lucros ao Império luso, ele também tinha a obrigação de proteger o território de possíveis invasores.
A mão de obra utilizada para cortar e carregar as madeiras até os navios foi a indígena. Eles seguiam o regime de escambo, no qual os índios recebiam diversos artefatos – espelhos, facas, roupas – pelo seu trabalho.
A exploração da árvore contribuiu muito para a devastação da vegetação original do litoral brasileiro, fazendo com que fosse difícil encontrar o pau-brasil no final do período pré-colonial, em virtude do caráter predatório da exploração.
A cana-de-açúcar e o nordeste açucareiro
A cana sacarina já era conhecida pelos europeus, desde muito antes deles aportarem na América. As primeiras mudas chegaram às Américas na segunda viagem de Colombo, em 1492.
Portugal já cultivava a planta na Ilha da Madeira, no entanto, com o esgotamento do pau-brasil no litoral e a grande área disponível para semeadura, a corte viu com bons olhos iniciar a plantação de cana em solo brasileiro.
Em solo brasileiro, as primeiras mudas foram trazidas por Martim Afonso de Souza, no ano de 1530. Ele também foi o responsável pela criação do primeiro engenho da colônia, que, naquela altura, ainda era visto como instrumento para moagem da cana. Nos anos seguintes, porém, ela se tornaria a unidade de produção açucareira.
Naquele momento, a colônia brasileira era dividida em 14 grandes lotes de terras, denominadas capitanias hereditárias. As únicas duas capitanias que prosperaram no cultivo da cana foram as de Martim Afonso de Souza: São Vicente e Pernambuco.
Com o passar dos anos, o cultivo da cana foi se solidificando no nordeste, graças ao solo massapê e o clima propício da região. O sistema de produção usado nos engenhos foi o plantation, que se caracteriza pela monocultura, latifundio e escravidão.
Quanto à mão-de-obra, podemos apontar dois momentos. No primeiro, o trabalho era realizado majoritariamente por indígenas escravizados, especialmente durante a época da consolidação do cultivo de cana na colônia.
No segundo momento, porém, ao final do século XVI, muitos engenhos começaram a adquirir escravos vindos do continente africano.
Em pouco tempo, Portugal tornou-se o maior produtor de cana-de-açúcar no mundo. Contudo, os lusos não participavam de todas as etapas da cadeia de produção, já que contavam com os holandeses, especialistas no refino do açúcar, para entregar um produto de qualidade aos europeus.
A sociedade açucareira
Como dito, uma das principais características no ciclo da cana foram os latifúndios. Eram grandes propriedades de terra, destinadas à plantação e sob o comando de um único homem: o senhor de engenho.
Era comum que esses engenhos ficassem muito distantes um do outro, fazendo com que cada um representasse um povoamento que vivia em torno e dependia do engenho.
A estrutura desses latifúndios era dividida em três partes principais: os partidos (área de plantio), a casa-grande (moradia do senhor de engenho) e a senzala (galpão onde os escravos eram trancados à noite).
O declínio do comércio açucareiro português
Após muitos anos de sucesso na plantação de açúcar, o ciclo chegou ao fim graças à forte concorrência exercida pelos holandeses que, após serem expulsos do Brasil, passaram a cultivar a cana nas Antilhas.
Vale ressaltar que o fim de um ciclo econômico não significa o término imediato das atividades relacionadas a ele, mas sim uma diminuição significativa delas.
Esses foram os dois dos primeiros ciclos econômicos da história brasileira. É importante frisar que, para alguns historiadores, a extração do pau-brasil não é considerado um ciclo econômico, visto que faz parte do Brasil pré-colonial.
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