Maria Quitéria de Jesus: Patrono do Quadro Complementar de Oficiais

Maria Quitéria de Jesus: Patrono do Quadro Complementar de Oficiais

E aí, guerreiro? Hoje vamos conhecer a história de uma das mulheres mais importantes da história do Exército Brasileiro. Nesse post, o Estratégia Militares conta para você como foi a brilhante carreira de Maria Quitéria de Jesus, Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro.

O que é o Quadro Complementar de Oficiais?

O Quadro Complementar de Oficiais (QCO) foi criado no ano de 1989 com o intuito de suprir a necessidade do Exército Brasileiro em áreas não ligadas ao meio militar. O QCO é composto por homens e mulheres que ingressam na Força por meio de concurso público de nível superior. São várias as áreas ofertadas no certame. Dentre elas destacam-se:

  • Direito;
  • Magistério;
  • Ciências Contábeis;
  • Administração; e
  • Informática.

Desde o início do Quadro, os militares são formados na Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx), em Salvador (BA). Essa Escola foi a pioneira na admissão de mulheres no Exército Brasileiro, quando em 1992, formou a turma Maria Quitéria, composta por 52 mulheres.

Quem foi Maria Quitéria de Jesus?

Maria Quitéria de Jesus nasceu em uma família humilde, na freguesia de São José de Itapororocas, localizada na província baiana. Maria perdeu sua mãe muito jovem, aos 10 anos, e, por isso, teve que se tornar independente de forma precoce, já que ficou responsável, junto ao seu pai, pelos cuidados de seus irmãos mais novos. 

Desde cedo, Maria Quitéria se mostrava à frente de sua época. Sempre foi muito ativa, desempenhando várias atividades que não eram comuns às meninas da época, como: caçar, pescar, manusear armas etc. Tal fato incomodava seus familiares, principalmente sua madrasta.

A vida militar de Maria Quitéria de Jesus

Maria Quitéria entrou para o meio militar no período da Independência do Brasil, no qual muitos portugueses resistiram por não reconhecerem o Brasil como um país independente. Para combatê-los, o governo baiano recrutou milhares de voluntários para compor as tropas brasileiras.

Nesse contexto, movida pelo sentimento anti-lusitano e seus ideais de liberdade, Maria Quitéria abraçou a causa e decidiu se candidatar, mas logo encontrou dois empecilhos: ser mulher e seu pai não autorizar.

Por isso, ela recorreu a seu cunhado que prontamente a ajudou, emprestando sua farda e permitindo que ela usasse seu nome no Exército. Pouco tempo depois de ter sido incorporada à tropa como Soldado Medeiros, Maria Quitéria foi descoberta pelo fato de seu pai a ter localizado.

No entanto, por ser uma excelente militar e possuir várias habilidades, o Comandante do Regimento de Artilharia permitiu que ela ficasse, tornando-se, assim, a primeira mulher a ingressar oficialmente no Exército Brasileiro. A partir daí a entrada de outras mulheres foi permitida no corpo de voluntários e Maria Quitéria foi a responsável por treiná-las.

No campo de batalha, Maria Quitéria demonstrou todo o seu heroísmo no combate na Ilha da Maré, da Pituba e de Itapuã. Ao fim da campanha baiana, que contou com a vitória dos brasileiros, ela foi reconhecida como grande heroína da Independência.

Maria Quitéria

Reconhecimento à Maria Quitéria

Em meio a comemoração da vitória e da Independência do país, Maria embarca para o Rio de Janeiro, onde D. Pedro I a recebeu em uma audiência especial. Ela foi recebida com muito respeito e admiração por toda a corte e pelos seus atos de bravura recebeu a medalha “Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro”.

Maria voltou à Bahia reformada e recebendo o soldo de um Alferes por todo o restante de sua vida. Além disso, ela trouxe consigo do Rio de Janeiro uma carta escrita por D. Pedro I destinada ao seu pai, para que ele a perdoasse por sua rebeldia.

Após sua saída da vida militar, Maria foi viver em Salvador (BA), casou-se e teve uma filha. Infelizmente, ficou viúva e morreu anos depois no anonimato aos 61 anos, devido a uma inflamação. 

Maria Quitéria de Jesus representa a luta das mulheres pelo ingresso nas Forças Armadas e pela igualdade de gênero. Por toda sua representatividade, em 1953 foi decretado que toda repartição do Exército Brasileiro tivesse uma foto sua. Ademais, em 1996 ela foi declarada Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército.

Canção do Quadro Complementar de Oficiais do Exército

No ocaso de outras guerras
Verdes campos, vastas terras
Hoje venho ressaltar
Bravo que não se olvida
O QCO dá sua vida
Pelo progresso a trilhar
Brilha a nossa História
QCO, vela essa glória
Reflete o passado que se viu
Desempenha a sua missão
Por amor a essa Nação
Homens e mulheres do Brasil
Com afinco e prudência
Somos das letras, das ciências
Prontos a assessorar
Nossa força é nosso brio
Ao construir um país
Somando formas de lutar
Brilha a nossa História
QCO, vela essa glória
Reflete o passado que se viu
Desempenha a sua missão
Por amor a essa Nação
Homens e mulheres do Brasil.
Brilha a nossa História
QCO, vela essa glória
Reflete o passado que se viu
Desempenha a sua missão
Por amor a essa Nação
Homens e mulheres do Brasil.
Letra: Capitão Alyne Alves Trindade
Música: 1° Tenente Jacy Ferreira

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Referências:

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