Dom Pedro II foi o homem que governou o Brasil por mais tempo: 49 anos. Esse período foi marcado por diversos avanços na infraestrutura do país, bem como pela criação de diversas leis abolicionistas, como lei do ventre livre, lei dos sexagenários e, finalmente, a Lei Áurea, em 1888.
O Estratégia Militares preparou um artigo que conta como foi a trajetória de Dom Pedro II, desde a sua infância, de dedicação total aos estudos, até o golpe sofrido em 1889, que o tirou do poder, pôs fim à monarquia e instaurou a República no Brasil.
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A infância de Dom Pedro II
Devido a questões familiares e como era costume dos nobres da época, Dom Pedro foi batizado com um nome que homenageia vários membros da família real, santos e anjos. O nome completo dele é: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbon.
Filho de Dom Pedro I, o então imperador do Brasil, e de Maria Leopoldina, ele nasceu no dia 2 de dezembro de 1825, no Palácio da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Pedro de Alcântara era o herdeiro do trono brasileiro, visto que seus dois irmãos mais velhos tinham morrido.
Sua infância foi bem diferente das outras crianças da época. Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas 1 ano de idade e seu pai o deixou no Brasil quando completou 5 anos. O antigo imperador partiu para disputar o trono português, morrendo em território luso anos depois.
Dom Pedro I deixou seu filho sob responsabilidade de três pessoas. Seu tutor era José Bonifácio, homem de muita importância na história brasileira, principalmente no episódio da Independência do Brasil. Além dele, Rafael, negro e veterano de guerra, ficou responsável por proteger e tomar conta do jovem.
Mariana Carlota de Verna também era responsável pelo príncipe brasileiro. Pedro tinha um profundo carinho por ela, pois a enxergava como sua mãe.
Com a ida de seu pai à Europa, em 1831, Pedro tornou-se imediatamente Dom Pedro II. Por ainda estar com 5 anos de idade, não pôde assumir o trono, por isso o Brasil passou a ser governado por uma Regência até que o rapaz completasse a maioridade em 1843.
Devido a toda pressão que sofria desde a sua infância por ser o próximo imperador do Brasil, Dom Pedro era muito solitário, pois passava a maior parte do tempo estudando.
A grande preocupação pela boa formação intelectual do menino se justificava pelo fato do pai ter sido totalmente impulsivo em suas decisões quando governava, visto que não teve tal formação em sua infância.
O Golpe da Maioridade e a coroação de Dom Pedro II
O período regencial foi marcado por muita instabilidade no Brasil e, por isso, a ansiedade para que Dom Pedro II assumisse logo o poder era grande.
Isso fez com que em 1840, com apenas 14 anos, ele fosse declarado maior de idade. Dessa forma, no ano seguinte, no dia 18 de julho, o rapaz pôde ser coroado imperador do Brasil. Iniciava-se, então, o Segundo Reinado.
Todo esse processo para que Dom Pedro II ascendesse ao trono de forma antecipada ficou conhecido como Golpe da Maioridade.
Seu governo foi marcado por longos períodos de estabilidade e muitos investimentos, principalmente em estradas férreas, bem como no setor educacional, pelo qual Dom Pedro II tinha grande admiração.
Vida pessoal: casamento, filhas e paixões
Assim que assumiu o poder por meio do golpe da maioridade, tornou-se questão de Estado que Dom Pedro se casasse. Por isso, foi feita uma busca na Europa a fim de achar alguma mulher da realeza que aceitasse se casar com o jovem imperador.
A mulher escolhida foi a princesa Teresa Cristina Maria de Bourbon. Ao conhecê-la pessoalmente, muitos historiadores afirmam que Dom Pedro II se decepcionou muito por ela ser feia, obesa e bem mais baixa, comparado às imagens que tinham sido enviadas a ele. Entretanto, mesmo desapontado, ele seguiu com o matrimônio.
Do relacionamento surgiram quatro filhos, dos quais apenas duas mulheres chegaram à idade adulta: Isabel e Leopoldina.
Pelo fato de seu casamento ter sido totalmente arranjado e de não possuir profundas paixões por sua esposa, Dom Pedro II teve algumas amantes em sua vida. A mais famosa de todas – e por quem o imperador era perdidamente apaixonado – foi a condessa Luísa Margarida de Barros Portugal.
Dom Pedro II e a luta contra a escravidão
Dom Pedro II era uma das poucas pessoas que se posicionavam publicamente contra a escravidão no Brasil. Para ele a escravidão era uma “vergonha nacional”. Contudo, o imperador sabia que o processo abolicionista deveria ser feito de forma gradual para que a economia do país não se desestabilizasse.
Durante seu reinado, algumas leis foram feitas a fim de abolir a escravidão no país, dentre as principais estão:
- Lei Eusébio de Queirós: colocava fim ao tráfico de escravos afriacanos para o Império;
- Lei do Ventre Livre: consideravam-se livres todos os filhos de escravas nascidos após a publicação da Lei; e
- Lei dos Sexagenários: concedia alforria aos escravos com mais de 60 anos.
Finalmente, no dia 13 de maio, foi decretada a Lei Áurea no Brasil. Por meio da Lei assinada pela princesa Isabel, a escravidão no Brasil estava oficialmente abolida. Dom Pedro II, que estava na Europa para tratar da sua saúde, recebeu a notícia com imensa felicidade.
Golpe Militar e morte de Dom Pedro II
O Segundo Reinado também foi marcado por diversos conflitos envolvendo o Estado Brasileiro. Desde algumas rebeliões internas, até o maior conflito armado da América do Sul, a Guerra do Paraguai.
A entrada do Brasil na Guerra do Paraguai, na década de 1860, foi motivo de muitas críticas ao governo, visto que, na época, o Brasil não gozava da saúde financeira de anos atrás. Apesar de se sagrar vitorioso no conflito, a guerra fez o Brasil acumular mais dívidas, o que levou Dom Pedro a ser fortemente contestado.
O auge da insatisfação com a Monarquia foi em 1889, quando o Exército, representado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, tomou o poder por meio de um golpe, no dia 15 de novembro.
Dom Pedro II não se revoltou mediante a informação de que estava deposto e deveria sair do país, já que estava muito cansado e, apesar de ter um profundo amor pelo Brasil, aceitou o que foi imposto.
Os últimos dias de sua vida se passaram na França, onde ele teve uma vida modesta. Aos 66 anos, no dia 5 de dezembro de 1891, Dom Pedro II morreu de pneumonia.
Foi realizado um funeral de Estado, em que milhares de pessoas foram às ruas francesas para se despedir dele.
Reconhecimento ao Imperador
Dom Pedro II era um homem amplamente reconhecido na sua época pelo seu notório saber sobre os mais diversos assuntos. Isso fez com que ele recebesse diversas honrarias em vários países, tanto em vida, como após a sua morte.
Na França, por exemplo, ele foi agraciado como membro da Académie des Sciences francesa. Tal honraria só foi concedida anteriormente a duas pessoas: Pedro, o Grande e Napoleão Bonaparte.
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