Civilizações clássicas: Espártaco, as guerras civis e os Triunviratos

Civilizações clássicas: Espártaco, as guerras civis e os Triunviratos

A guerra sempre foi parte da história romana. A ampla utilização da mão de obra escrava trouxe inúmeras rebeliões de cativos no Império Romano, a mais significativa delas foi a revolta comandada por Espártaco. Para saber mais, confira esse artigo que o Estratégia Militares preparou para você!

Espártaco (Spartacus) liderou, entre 73 a.C. e 71 a.C., um conflito que envolveu mais de 70 mil revoltosos. Esse movimento exigiu grande empenho das forças romanas, que, por fim, conseguiram assassinar Espártaco em uma batalha, capturando e crucificando seis mil de seus seguidores.

Guerras civis

Ao longo do último século da República, eclodiram várias guerras civis que giraram em torno do uso das terras públicas, que tinham sido ampliadas com as conquistas e monopolizadas cada vez mais pelos ricos. A questão agrária criou, assim, forte tensão social.

Os irmãos Tibério Graco e Caio Graco, eleitos sucessivamente tribunos da plebe, procuraram apresentar uma solução pacífica à crise social e, em 133 a.C., Tibério conseguiu a aprovação de uma lei agrária que limitava a extensão dos latifúndios da nobreza e autorizava a distribuição de terras para desempregados.

Essa lei implicava retomar as terras públicas, ilegalmente apropriadas pelos nobres, e distribuí-las aos cidadãos pobres. A reação dos grandes proprietários foi imediata. Tibério foi assassinado e sua tentativa de fazer a reforma agrária fracassou.

Dez anos depois, Caio Graco retomou o projeto de reforma agrária de seu irmão, conseguindo aprovar a lei frumentária que determinava a distribuição mensal de trigo ao povo da cidade pela metade do preço de mercado.

Defendeu também a criação de colônias agrícolas nos territórios conquistados, para onde seriam transferidos os camponeses sem terras. Novamente, os grandes proprietários de terras fizeram forte oposição e Caio, para escapar dos inimigos, pediu que seu escravo o matasse.

Assim, a tentativa de reforma agrária pacífica e obtida por meios legais fracassou, enquanto a tensão social permaneceu –o principal fator das guerras civis que se seguiram. Essas guerras foram travadas entre os partidos aristocráticos que controlavam o Senado e os partidos populares ou democráticos, cujos líderes, em geral, tornavam-se magistrados.

Todo o período final da República foi marcado por essas lutas, simultâneas à continuação das conquistas externas.

Panem et circenses

O êxodo rural produzido pela expansão da economia escravista foi tão acentuado que, no século I a.C., existiam em Roma milhares de desempregados

Uma das maneiras que o Estado romano encontrou para conter a massa popular foi a organização de jogos e espetáculos públicos, realizados em circos ou arenas, das quais a mais famosa é o Coliseu. Durante esses eventos, alimentos, como trigo, eram distribuídos para a população.

Esses espetáculos incluíam lutas de gladiadores, nos quais homens lutavam entre si e também contra alguns animais, como leões.

Guerra romana

Essa providência deu origem a uma política que ficou conhecida como Pão e Circo. Segundo tal política, para manter o povo silenciado, sem revoltas, era preciso garantir comida e diversão. Essa prática foi largamente utilizada posteriormente, durante o Império Romano.

A nova e dura realidade que se impôs para as camadas populares e para os escravizados provocou grande descontentamento social, o qual, por diversas vezes, explodiu em lutas violentas. Dois tipos de lutas sociais da fase final da República se destacaram:

  • As guerras servis – revolta dos escravos; e 
  • As guerras civis – que envolviam cidadãos romanos.

O primeiro Triunvirato

Em 60 a.C., três líderes políticos, Pompeu, César e Crasso, aliaram-se e, com o apoio do exército, fizeram um acordo secreto conhecido como Primeiro Triunvirato.

O poder foi, então, dividido entre esses três líderes. Coube a César, o comando do Exército da Gália; a Pompeu, o comando do Exército da Espanha; e a Crasso, o comando do Exército do Oriente.

Em 54 a.C., a morte de Crasso acirrou a disputa entre César e Pompeu pelo comando do Exército do Oriente.Pompeu foi proclamado cônsul único e César, destituído do comando militar da Gália.

Guerra no primeiro Triunvirato

Instalou-se, então, uma guerra civil entre as forças de Pompeu e as de César. Em 48 a.C., César derrotou Pompeu na Tessália, forçando-o a procurar refúgio no Egito, onde acabou assassinado.

Chegando ao Egito, César apoiou Cleópatra na disputa pelo poder com seu irmão, o faraó Ptolomeu, e impôs o protetorado romano na região. Em seguida, atacou e venceu os exércitos fiéis a Pompeu na Ásia Menor, na Tunísia e na Espanha, tornando-se senhor de praticamente todo o mundo romano.

Seu retorno a Roma foi marcado por um dos maiores triunfos já concedidos a um general, tendo sido proclamado ditador vitalício. César recebeu o título de Imperador, o qual era concedido pelos soldados ao seu general.

O imperador adquiriu, assim, os poderes de cônsul, censor, sumo pontífice – sumo sacerdote – e tribuno, anulando a autoridade das Assembleias e concentrando todos os poderes em suas mãos.

Em 44 a.C., César foi assassinado por um grupo de senadores incomodados com o acúmulo de poder nas mãos do imperador. A sua morte, entretanto, não mudou o curso da história. A diretriz geral da política romana continuo a se encaminhar no sentido do estabelecimento de um governo pessoal e autoritário, mas agora com sustentação popular militar.

Segundo Triunvirato

A morte de César não conseguiu neutralizar as lutas políticas que, pelo contrário, se acirraram e perduraram por quinze anos. Os partidários de César, liderados pelo cônsul Marco Antônio e pelo chefe da cavalaria Lépido, impediram que o poder passasse para as mãos do Senado, como desejavam os conspiradores.

Em 43 a.C., os partidários fizeram um acordo com Otávio, filho adotivo de César, e formaram o Segundo Triunvirato, a fim de combaterem os opositores de César, que foram responsáveis pelo seu assassinato. 

Estabeleceu-se, assim, uma divisão de poderes pela qual Marco Antônio ficou com o Oriente, Otávio com o Ocidente e Lépido com a África, sendo que a Itália continuaria a ser governada pelos três igualmente.

O início desse governo foi marcado pelo terror. Os membros proeminentes da aristocracia foram perseguidos e mortos, e suas propriedades foram confiscadas. Após a eliminação dos opositores de César, seguiu-se uma disputa entre os triúnviros que resultou no afastamento de Lépido do poder e do Exército.

Otávio tornou-se senhor absoluto do Ocidente e Marco Antônio rompeu publicamente com ele, dominando o Oriente e aliando-se a Cleópatra, rainha do Egito. Isso lhe assegurou base econômica e militar, no entanto, Marco Antônio tornou-se suspeito de favorecer os países e negócios orientais em detrimento dos ocidentais e seu prestígio em Roma diminuiu.

Guerra no segundo Triunvirato

Em 32 a.C., teve início a guerra aberta entre Otávio e Marco Antônio. Embora os dois comandassem poderosas frotas navais, Otávio saiu vitorioso e conseguiu derrotar definitivamente Marco Antônio na Batalha de Ácio, em 31 a.C.

Marco Antônio e Cleópatra suicidaram-se em Alexandria e Otávio tornou-se o único senhor do Império Romano.


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