A morte de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes

A morte de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes

O Tiradentes é, sem dúvidas, um dos personagens mais conhecidos de toda a história brasileira. Homem de ideais iluministas, foi tido como herói a partir do contexto da Proclamação da República. Com isso, o dia de sua morte, 21 de abril, tornou-se feriado nacional.

O Estratégia Militares preparou um artigo que conta um pouco da trajetória de Tiradentes até a sua trágica morte. Além disso, falaremos sobre uma das revoltas mais importantes do período colonial: a Inconfidência Mineira.

Quem foi o Tiradentes?

Joaquim José da Silva Xavier nasceu na Fazenda do Pombal, em Minas Gerais. Seus pais, Domingos da Silva Santos e Antônia da Encarnação Xavier, eram donos de propriedades rurais e de escravos na região. No entanto, sua família se dedicava prioritariamente à mineração.

Com a morte dos pais de Tiradentes de forma prematura, a família perdeu grande parte do patrimônio. Ele foi criado por seu tio, com quem aprendeu a profissão de dentista, responsável por seu apelido.

Além de desempenhar essa atividade, Tiradentes também foi mascate e trabalhou no ramo da mineração até finalmente se tornar militar, profissão que lhe deu estabilidade. Em 1780, alistou-se na tropa da região das minas e, no ano seguinte, já desempenhava a função de comandante da Cavalaria que fiscalizava a estrada do Caminho Novo. 

Apesar de não possuir formação acadêmica, Tiradentes era um grande admirador do Iluminismo, movimento iniciado na Europa e que já havia inspirado a Independência dos Estados Unidos.

O iluminismo tem como principal característica a valorização da razão em detrimento da fé religiosa. Suas ideias eram contrárias ao regime absolutista e difundidas principalmente pela burguesia da época.

A inconfidência Mineira 

No século XVIII, a principal atividade econômica no território brasileiro era a exploração aurífera, que se concentrava na capitania de Minas Gerais. Por esse motivo ela era a mais rica de toda a colônia.

A Coroa Portuguesa mantinha atenção redobrada na região das minas para garantir que todos os tributos oriundos da exploração do ouro fossem pagos. Os altos impostos cobrados de forma rígida fizeram com que a relação com os mineradores se desgastasse a cada ano. 

Na década de 1780, a exploração aurífera enfrentava um momento de crise. O ouro, que anos atrás era encontrado de forma abundante, tornava-se mais raro na região. Em contrapartida a administração portuguesa aumentava cada vez mais os impostos, o que gerou um endividamento exponencial dos mineradores.

No ano de 1789, a Coroa Portuguesa ameaçava decretar uma derrama (cobrança de todos os impostos atrasados) na região para garantir o pagamento de todos os tributos, sobretudo o quinto, que arrecadava a quinta parte de todo minério extraído em solo brasileiro.

A insatisfação com a Coroa e a ameaça de uma derrama violenta fez com que as elites locais organizassem um movimento contrário à administração portuguesa que ficou conhecido como Conjuração Mineira ou Inconfidência Mineira.

Dentre seus líderes havia médicos, advogados, poetas etc. Seu principal objetivo era fazer um levante contra Portugal no dia em que seria decretada a derrama. 

Os homens de ideais republicanos e iluministas tinham diversas reivindicações. As principais eram:

  • Proclamação de uma república independente de Portugal;
  • Serviço Militar obrigatório;
  • Criação de uma Universidade na cidade de Vila Rica; e
  • Estímulo à industrialização, a fim de diversificar a economia da região.

Tiradentes entrou para a conspiração e se tornou um dos integrantes mais ativos, não só por possuir fortes ideais republicanos e iluministas, mas também por ter sido prejudicado pela Coroa portuguesa, que o tirou do comando da Cavalaria

Ele era um dos integrantes mais humildes do movimento e tinha como principal atribuição divulgar os ideais da conspiração entre as mais diversas camadas da população mineira.

Apesar de estar bem organizado, a conspiração não ocorreu como o planejado. Um de seus líderes, Joaquim Silvério dos Reis, contou todos os detalhes da conspiração à Coroa em troca do perdão de suas dívidas. A administração portuguesa suspendeu a derrama e prendeu todos os envolvidos.

A condenação de Tiradentes

A devassa (investigação) se estendeu por três anos. Durante o processo, Tiradentes foi um dos únicos que não negou sua participação. Finalmente, em 1792, foi proferida a sentença do caso, cuja condenação determinou a morte de dez envolvidos. 

Entretanto, após um pedido da rainha Maria I, a condenação à morte de 9 dos envolvidos foi substituída pelo degredo (expulsão do país), sendo mantida a pena máxima apenas para Tiradentes.

Tiradentes
Tiradentes ante o Carrasco momentos antes de sua morte. Obra de Rafael Falco. 1951

Seu enforcamento ocorreu na manhã do dia 21 de abril de 1792, em um espetáculo em praça pública. O objetivo da Coroa era intimidar a população, para que a mesma não se voltasse mais contra a administração portuguesa. 

Após o enforcamento, a cabeça de Tiradentes foi colocada em um poste na cidade de Vila Rica e as outras partes de seu corpo foram espalhadas pelo Caminho Novo, onde ele fazia seus discursos.

Tiradentes como herói nacional 

Durante os anos em que o Brasil foi colônia e, posteriormente, império, Tiradentes foi esquecido. Somente após a Proclamação da República no Brasil ele foi lembrado e exaltado como herói nacional. 

A partir da Lei 4.897 de 1965, Tiradentes foi declarado Patrono cívico da Nação Brasileira e o dia de sua morte se tornou feriado nacional. 

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