A crise de 1929: a solução para a crise, o New Deal e seus desdobramentos

A crise de 1929: a solução para a crise, o New Deal e seus desdobramentos

O New Deal foi um dos planos elaborados pelos Estados Unidos para superar a crise de 1929, ocasionada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque. Confira nesse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, todas as informações sobre esse assunto que pode ser cobrado em sua prova militar!

De todos os países envolvidos na crise, os Estados Unidos foram os que a sentiram mais profundamente, e foi lá também que a solução proposta pelo governo – o New Deal, adotado pelo presidente democrata Franklin Delano Roosevelt, após sua eleição em 1933 – atingiu os efeitos mais duradouros.

A criação do New Deal e o Welfare State

Ao iniciar seu governo, Roosevelt anunciou três metas, conhecidas como os três “erres” – Relief, Recovery and Reform (alívio, recuperação e reforma). 

Para atingi-los, o presidente democrata rompeu profundamente com o liberalismo clássico, preservando apenas os elementos fundamentais do capitalismo, como a propriedade privada dos meios de produção e de distribuição e o sistema de lucros.

O laissez-faire (deixe fazer) do liberalismo econômico foi substituído pela intervenção estatal, estabelecendo-se uma economia dirigida na qual o Estado teria uma atuação destacada – que permitiria a consolidação do Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

O New Deal fundamentou-se, teoricamente, nas ideias do economista inglês John Maynard Keynes, crítico severo do liberalismo. Suas ideias deram origem a uma importante corrente do pensamento econômico, o Keynesianismo.

As principais medidas adotadas pelo governo democrata com o New Deal foram:

  • O fechamento temporário dos bancos e a requisição dos estoques de ouro para equilibrar as finanças; 
  • A desvalorização da moeda visando à elevação dos preços dos gêneros agrícolas a níveis toleráveis, de modo a permitir aos fazendeiros pagarem suas dívidas;
  • A emissão de papel-moeda e o abandono do padrão-ouro, que permitiram ao Banco Central financiar o seguro-desemprego;
  • A criação da Administração para o Ajuste Agrícola, com o intuito de reduzir a produção agrícola mediante subsídios estatais;
  • A realização de grandes obras públicas como estradas, hidrelétricas, irrigação, reflorestamento, hospitais, escolas, entre outros, para absorver a população desempregada;
  • A promulgação da Lei de Reconstrução Industrial para reordenar preços e salários, visando limitar a produção industrial a níveis compatíveis com o mercado;
  • A promulgação de leis que regulamentavam as negociações com o empresariado, garantiam o seguro-desemprego, davam cobertura previdenciária ao assalariado e estabeleciam a liberdade sindical, fortalecendo a posição dos trabalhadores.
Banco Central dos Estados Unidos

A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, em 1941, e o esforço industrial para a produção de equipamentos bélicos acabaram por normalizar a vida econômica dos Estados Unidos. 

Ao final do conflito, em 1945, o país apresentava os índices econômicos mais sólidos do mundo, aliados a um impressionante nível de bem-estar social, uma fantástica expansão dos serviços e da rede de comunicação, em parte desenvolvidos durante a década anterior pela política de recuperação econômica do presidente Roosevelt.

Desdobramentos da crise de 1929

A crise de 1929 revestiu-se de características especiais. Foi uma crise de superprodução, o que contrariou os dogmas do liberalismo clássico. Além disso, atingiu proporções mundiais – um reflexo do aprofundamento da integração financeira dos mercados internacionais -, afetou todos os setores da economia (agricultura, indústria, comércio, emprego, salário, moeda, mercado financeiro, etc) e pôs em xeque o próprio sistema econômico capitalista.

O Neoliberalismo e a interferência do Estado na economia

Assim, nas economias ocidentais, houve o abandono do liberalismo econômico e o crescimento da intervenção do Estado na economia. No mundo inteiro, ocorreu a readoção do protecionismo comercial alfandegário para se evitar o escoamento de divisas e a concorrência econômica. 

Houve uma preocupação com o desenvolvimento da indústria bélica em alguns países visando dinamizar o setor industrial de base da economia – siderurgia, metalurgia, indústria química.

O abandono do liberalismo concretizou-se nos Estados Unidos na política do New Deal, que começou a dar forma ao que seria o Estado do Bem-Estar Social no pós-guerra, por meio da aplicação da teoria econômica de Keynes. 

Estátua no Banco Central Dos Estados Unidos

Todavia, na Europa, a rejeição ao liberalismo econômico conviveu com críticas severas às democracias liberais, dando força a correntes políticas extremistas de ambos os lados do espectro ideológico que pregavam governos de força, intervencionistas e autoritários.

Foi essa conjuntura que permitiu a ascensão do partido nazista na Alemanha e renovou as forças da ideologia fascista em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil.

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