A Região Nordeste do Brasil possui diversas características únicas que a tornam o destino de grande parte dos recursos financeiros do Governo Federal para o seu desenvolvimento. Confira nesse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, mais informações sobre essa região!
O Nordeste constitui a terceira maior região do Brasil, abrangendo os seguintes estados:
- do Maranhão;
- Piauí;
- Ceará;
- Rio Grande do Norte;
- Paraíba;
- Pernambuco;
- Alagoas;
- Sergipe; e
- Bahia.
A região apresenta uma área de 1.554.257 km², o que corresponde a 18,26% da área total do país.
Sua população é mal distribuída e seu padrão de vida é inferior à média nacional, constituindo-se em uma tradicional área de emigração.
É a região que apresenta a maior costa litorânea do país, com 3.338 km de praias. O estado com maior costa litorânea é a Bahia, com 932 km. Vale ressaltar que o Piauí possui a menor, com 60 km.
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Zonas geográficas – os quatro nordestes
A região Nordeste possui paisagens naturais muito diferentes, dando origem a áreas com características econômicas e sociais diversificadas. Essa diversidade natural determinou, então, um processo diferenciado de ocupação humana e de desenvolvimento econômico.
Meio-Norte
O Meio-Norte abrange o estado do Maranhão e a porção oeste do estado do Piauí. Como o próprio nome indica, é uma área que possui características da região Norte, mas também do Sertão semiárido, caracterizando-se, por isso, como uma área de transição.
A Mata dos Cocais é uma vegetação característica da região. Nela se encontra a palmeira-babaçu, da qual é extraído o óleo utilizado na fabricação de doces, cosméticos, margarinas, sabões e lubrificantes. Há também a carnaúba, utilizada para diversos fins, como a produção de cera.
Sertão
A maior sub-região nordestina, é a grande área de domínio do clima semiárido nos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. O Sertão chega até o litoral e, mais ao sul, alcança o norte de Minas Gerais, no Sudeste.
É caracterizado pela ocorrência de chuvas irregulares e escassas, sendo constantes os períodos de estiagem. A vegetação típica dessa sub-região é a Caatinga. Os solos são rasos e pedregosos e as atividades agrícolas sofrem grande limitação.Nas partes mais úmidas, existem bosques de palmeiras,
O Sertão apresenta muitos rios temporários. O Rio São Francisco, que banha parte da região, constitui a única fonte perene de água para as populações que habitam as suas margens.
Nele, existem várias represas e usinas hidrelétricas, como a de Sobradinho, em Juazeiro, no estado da Bahia, e a de Paulo Afonso, na divisa dos estados da Bahia e de Pernambuco.
Agreste
Localizado no alto do Planalto da Borborema, o Agreste é uma área de transição entre a Zona da Mata – região úmida e cheia de brejos – e o Sertão semiárido. O planalto estende-se do sul da Bahia até o Rio Grande do Norte e constitui um obstáculo natural para a chegada das chuvas ao Sertão.
As terras mais úmidas, chamada Zona da Mata, estão do lado leste desse planalto, e as mais secas do lado oeste, voltadas para o Sertão. No Agreste, os terrenos mais férteis são ocupados por minifúndios, nos quais predominam as culturas de subsistência e a pecuária leiteira.
O maior mercado consumidor do Nordeste, a Zona da Mata, é abastecido por produtos desses minifúndios.
Zona da Mata
A Zona da Mata é a área mais urbanizada, povoada e a que concentra o maior número de indústrias entre as regiões nordestinas. Localiza-se a leste, entre o Planalto da Borborema e a costa litorânea, e estende-se do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia.
Possui clima tropical úmido, com chuvas mais frequentes na época do outono e do inverno, exceto no sul do estado da Bahia, onde se distribuem por todo o ano.
Devido às suas praias e ao seu clima quente, a região atrai muitos turistas de outras regiões do Brasil e do exterior. O solo dessa área é fértil e a vegetação natural é a Mata Atlântica, que desde o início da colonização do país está praticamente extinta e substituída por lavouras de cana-de-açúcar.
O polígono das secas na região Nordeste
Criado em 1936 como área prioritária de combate aos efeitos das secas no Nordeste, a região do polígono das secas abrange praticamente todos os estados nordestinos, com exceção do Maranhão. Esse estado é considerado uma zona de transição entre o bioma Amazônico e a Caatinga. Ele apresenta índices de precipitação maiores que o do Sertão nordestino e do litoral leste, a zona da Mata Atlântica com influência da unidade litorânea, o que garante elevada precipitação.
A área do polígono das secas também abrange áreas além da região Nordeste, como o norte de Minas Gerais, ainda sob influência do clima semiárido. Estima-se que 1510 municípios do Nordeste brasileiro foram atingidos pelas secas entre 1979 e 1984 e de 1989 a 1990.
No entanto, o Governo Federal tem a implementado projetos que visam à solução definitiva do problema de convivência do homem nordestino com a seca. O projeto Áridos, financiado pelo Banco Mundial, destaca-se entre os demais. A construção de açudes e a distribuição de verbas aos prefeitos dos municípios atingidos fazem parte do combate tradicional às secas.
Aspectos humanos e econômicos da região Nordeste
A economia nordestina, nos últimos anos, vem se mostrando mais dinâmica do que a média do país. Isso ocorre, principalmente, devido ao impulso da indústria e do setor de serviços e, ainda, à concessão de benefícios fiscais pelos governos estaduais com o objetivo de atrair investimentos para a região.
O Nordeste é rico em recursos minerais, destacando-se o petróleo e o gás natural, produzidos na Bahia, em Sergipe e no Rio Grande do Norte. Essa região é a segunda maior produtora de petróleo do Brasil, atrás do sudeste, e é a maior no quesito extração em terra, oriunda principalmente do Rio Grande do Norte.
O Polo Petroquímico de Camaçari iniciou suas operações em 1978 e corresponde ao primeiro complexo petroquímico planejado do país. Está localizado em um município de mesmo nome, a 35 quilômetros da capital do estado da Bahia, Salvador. Ele ocupa a posição de maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul.
Já o Polo Petroquímico de Suape, erguido ao lado da Refinaria Abreu e Lima, que teve sua pedra fundamental lançada em 2005, iniciou suas operações em 2011. Esse complexo representa a possibilidade de incentivo e fomento ao desenvolvimento regional.
O turismo é, sem dúvida, uma das mais importantes atividades econômicas da região, beneficiado pela grande extensão de praias e pelas temperaturas elevadas durante o ano todo, O crescimento apresentado nos últimos anos permite imaginar um futuro promissor para esse setor.
A agricultura centraliza-se no cultivo de cana-de-açúcar, com Alagoas respondendo por mais da metade da produção do Nordeste.
Há alguns anos, teve início o desenvolvimento de lavouras de fruticultura para exportação na área do Vale do São Francisco – onde há, inclusive, cultivo de uvas viníferas – e no Vale do Açu, a 200 km de Natal, no Rio Grande do Norte.
A criação e a atuação da Sudene na região Nordeste
A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) foi criada durante o governo de Juscelino Kubitschek e idealizada pelo economista Celso Furtado. A Sudene é uma entidade de fomento ao desenvolvimento econômico brasileiro, destinada a promover soluções socioeconômicas para a região Nordeste do Brasil.
O principal objetivo do órgão era encontrar soluções que permitissem a diminuição gradativa das desigualdades verificadas entre as regiões geoeconômicas do Brasil. Para tal fim, foram engendradas ações de grande impacto, tais como a ocupação do Maranhão, projetos de irrigação em áreas afetadas por estiagens e o cultivo de plantas resistentes às secas.
Durante o Regime Militar (de 1964 a 1985), a Sudene se distanciou de seus objetivos primordiais e passou a ser considerada uma entidade que, além de não cumprir com suas obrigações, era foco de corrupção. Por isso, após uma sucessão de escândalos, a imprensa iniciou, em 1999, um debate sobre a continuidade do órgão.
Dois anos depois, em 2001, o presidente da República Fernando Henrique Cardoso o extinguiu. Posteriormente, o presidente Lula retomou as propostas de Juscelino e Furtado e, finalmente, em 2007, o órgão foi recriado com o nome de Agência do Desenvolvimento do Nordeste (Adene).
Foram instaladas indústrias de diversos ramos, que atendiam aos mercados local, regional e nacional. As fábricas cuja produção se destinava ao próprio Nordeste eram basicamente produtoras de bens de consumo, como alimentos, calçados e vestuário.
As fábricas de bens intermediários, que beneficiavam matérias-primas como cloro, potássio e adubos para outras indústrias ou setores, atuavam nos mercados nacional e internacional.
A grande característica da industrialização do nordeste, nesse momento, foi seu caráter seletivo. Isso ocorreu de várias formas:
- A região produzia basicamente o que não era fabricado pelo sudeste, por isso, em vez de se voltar especificamente para o desenvolvimento econômico regional, a indústria foi o principal suporte da política de integração nacional. A maior parte da produção da indústria incentivada destinava-se ao sudeste.
- Já que Recife, Fortaleza e Salvador possuíam melhor infraestrutura, como rede de transportes e fontes de energia, os investimentos ficaram concentrados nessas cidades. Foram desenvolvidos vários projetos também no norte de Minas (região de Montes Claros), em razão de sua maior proximidade com o eixo Rio-São Paulo. Paralelamente, os governos estaduais criaram distritos industriais, áreas destinadas à concentração da atividade industrial, nos quais os impostos eram reduzidos ou eliminados.
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