A região norte é cercada de particularidades em todos os seus aspectos. Confira nesse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, sobre a indústria, a produção de energia, a infraestrutura de transportes e a população da região mais extensa do Brasil!
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Infraestrutura da Indústria na região norte
A região Norte corresponde à porção menos industrializada do país. Até os anos 1960, essa região estava atrelada a atividades que envolviam pouca tecnologia – sobretudo aquelas ligadas ao beneficiamento dos produtos vegetais e aos ramos tradicionais de bens de consumo, como os alimentos, as bebidas e vestuário.
A partir dessa década, o Governo passou a estimular a instalação de indústrias maquiladoras na Zona Franca de Manaus e, por isso, a região viveu um crescimento marcante.
Na porção oriental da região Norte, o desenvolvimento industrial ocorreu devido à prospecção mineral na Serra dos Carajás e de Oriximiná.
A disponibilidade de energia, em razão da presença da Usina de Tucuruí, e a instalação do complexo metalúrgico do alumínio nas proximidades de Belém foram fatores que também corroboraram para a mudança no panorama da região.
Desde a implementação do Complexo de Carajás, na década de 1980, todo o minério extraído na região era exportado praticamente em estado bruto. Isso não agregava valor ao produto e também acabava não fomentando o desenvolvimento de outras atividades econômicas na região.
Por esse motivo, no final da década de 1980, estimulou-se a transferência de usinas de ferro-gusa do Sudeste para a área em torno da estrada de ferro Carajás-Itaqui. Apesar disso, não ocorreu um desenvolvimento industrial significativo na região de Carajás, o que levou o Governo a incentivar também a instalação de indústrias madeireiras.
Infraestrutura na produção de energia na região Norte
A região Norte foi responsável, no ano de 2007, por cerca de 7% do consumo de energia elétrica de todo o país, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico.
Essa baixa taxa de consumo reflete, na verdade, algumas características do espaço regional que, historicamente, limitaram a oferta de energia, se comparada a de outras regiões do país, tais como a baixa densidade demográfica e a pequena geração de renda.
As características naturais do espaço geográfico também comprometeram a extensão das redes de transmissão e de distribuição de energia, mas fazem do Norte a região com maior potencial hidrelétrico do país.
No entanto, encontram-se em operação atualmente apenas seis usinas:
- Balbina (AM);
- Samuel (RO);
- Coaracy Nunes (AP);
- Curuá-Una (PA);
- Tucuruí (PA), a maior usina totalmente nacional; e
- Lajeado (TO).
A Usina Hidrelétrica de Balbina
Como é formada principalmente por rios de planície, a opção pela construção de usinas hidrelétricas normalmente acarreta mais prejuízos que benefícios. Como evidência disso, tem-se o caso da Usina Hidrelétrica de Balbina, que ficou conhecida como a “vergonha nacional”.
Localizada no Rio Uatumã (AM), a usina entrou em operação parcial no ano 1988 e até hoje é apontada como um erro histórico por cientistas e gestores, devido à baixa geração de energia em relação à área alagada.
Não bastasse isso, o lago formado pela represa da usina foi feito sem que a cobertura vegetal fosse retirada, o que sido apontado como responsável pela liberação de gás metano em níveis superiores aos de uma usina térmica de mesmo potencial energético.
Outra importante fonte energética que deve ser considerada na região é a oriunda de usinas termelétricas. As usinas abastecidas por óleo diesel têm por objetivo principal atender aos sistemas isolados que ainda não são conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN), rede composta de linhas de transmissão e usinas que operam de forma integrada e que abrangem a maior parte do território do país.
Os maiores sistemas isolados são:
- Acre;
- Rondônia;
- Manaus e
- Macapá.
No Amazonas, tem-se investido na produção de gás natural em Urucu, município situado na Bacia do Rio Solimões. Busca-se, com isso, substituir a médio prazo o óleo diesel utilizado nas termelétricas por gás natural.
Infraestrutura de transportes na região Norte
O transporte fluvial constitui um dos principais meios de circulação de pessoas e de cargas na região e possui grande importância para Manaus e outras localidades, em função do volume de produtos transportados por esses cursos e pela péssima conservação das vias terrestres.
Infraestrutura da rodovia Transamazônica
A rodovia Transamazônica é um bom exemplo das condições das estradas da região Norte. Ela foi construída durante o governo militar com a finalidade de integrar a região Norte ao restante do país; porém, durante grande parte do ano ela é intransitável, pois somente um trecho foi pavimentado.
As principais rodovias que cortam a região são as de Belém-Brasília e Cuiabá-Porto Velho-Rio Branco. Além delas, há também aquela que liga Manaus a Boa Vista e, a partir daí, permite o acesso ao caribe, passando pela Venezuela.
Rodovia Transoceânica
Um grande projeto rodoviário na região Norte é a Rodovia Transoceânica. Concluída em 2011, foi construída com o objetivo de ser uma via de circulação de mercadorias e pessoas entre o Brasil e o Oceano Pacífico.
Com extensão de 2.600 km, liga a capital do Acre, Rio Branco, aos portos peruanos de Ilo, Matarani e San Juan de Marcona. A porção brasileira da rodovia, com uma extensão de 344 km, foi terminada em 2002.
Durante a construção, as principais dificuldades foram os obstáculos presentes na região dos Andes, tais como:
- Altitudes que ultrapassam os 4.000 metros;
- Presença de pontes estreitas, que dificultaram a chegada de materiais e maquinário aos canteiros de obras;
- Vulnerabilidade da região no período de chuvas, que ocorrem durante oito meses na região; e
- Grande oscilação de temperatura durante os meses de inverno.
Infraestrutura dos aeroportos da Região Norte
Há aeroportos nos municípios mais dinamizados da região, e os voos internacionais são recebidos pelos aeroportos Val-de-Cans, em Belém, e Eduardo Gomes, em Manaus. Este último, de acordo com dados da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), ocupa o terceiro lugar em movimentação de cargas no Brasil.
Infraestrutura das hidrovias da Região Norte
Em relação ao transporte fluvial, os cursos de maior navegação são os rios Amazonas e Madeira. A hidrovia construída neste último teve como principal objetivo a redução do custo do escoamento da soja produzida no norte do Mato Grosso e no estado de Rondônia, o que tornou o produto mais competitivo no mercado externo.
Está ainda em fase de construção a hidrovia Tocantins-Araguaia, que constituirá um grande corredor de ligação entre as regiões brasileiras.
As duas ferrovias mais importantes da região Norte são as estradas de ferro Carajás e do Amapá. A primeira começa em Marabá (PA) e termina em São Luís (MA), cidade pertencente à região Nordeste. Essa via é responsável pelo escoamento de recursos minerais extraídos no complexo de Carajás até o porto de Itaqui, no Maranhão.
Já a segunda está situada no Amapá e transporta manganês e níquel extraídos na Serra do Navio até o porto de Santana, situado na capital do estado, Macapá.
População da região Norte do Brasil
Apesar de apresentar baixa densidade demográfica, a região Norte apresentou uma das maiores expansões populacionais do país nas últimas quatro décadas, passando de aproximadamente 2,6 milhões de habitantes, na década de 1960, para os atuais 16,3 milhões de habitantes, segundo o IBGE (2012).
A descoberta de minérios, a instalação de garimpos, a derrubada de grandes extensões da floresta para o estabelecimento de projetos agropecuários e para a construção de rodovias são os responsáveis por esse quadro. Também foram importantes os projetos governamentais para o povoamento e para a colonização.
Apesar de ser mais populosa que a região Centro-Oeste, a região Norte possui densidade demográfica menor, com cerca de 4,2 hab./km², segundo IBGE-2011, fato atribuído à sua grande extensão territorial.
Somente duas cidades da região Norte apresentam população superior a um milhão de habitantes: Belém, uma das metrópoles regionais brasileiras, e Manaus, que deve grande parte de seu crescimento demográfico à Zona Franca lá instalada.
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