O IBGE é de fundamental importância para o levantamento de dados estatísticos sobre o Brasil. Confira neste artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, muitas informações e curiosidades sobre esse instituto!
Com a ocupação humana e econômica do território brasileiro, ocorreram modificações importantes em seu espaço natural. Devido à sua grande extensão territorial e à sua enorme variedade de elementos naturais, o Brasil é chamado, frequentemente, de país-continente.
O espaço brasileiro é caracterizado por grandes contrastes na paisagem natural e nas formas de ocupação. Por exemplo, ao lado de áreas quentes e úmidas, como a Amazônia e o litoral, há uma região quente e seca, o Sertão nordestino.
Podem-se encontrar, ainda, não muito longe das áreas urbanizadas do estado de São Paulo, grandes espaços rurais nos estados de Goiás e Mato Grosso.
Além disso, o país apresenta consideráveis diferenças sociais, tais como regiões com altas densidades demográficas – como o litoral oriental – e de baixas densidades, como algumas regiões da Amazônia, ou ainda com elevados índices de analfabetismo.
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O que é o IBGE?
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o órgão do Governo Federal responsável pelas divisões regionais do território brasileiro.
Sua finalidade é coletar e estudar os dados estatísticos, levando em consideração os aspectos físicos, humanos, econômicos e sociais. Dessa forma, ele busca uma forma melhor de organizar espacialmente o território brasileiro.
Evolução das classificações regionais do Brasil
A primeira divisão por regiões do Brasil foi proposta em 1913. Esse primeiro esforço foi efetuado com fins didáticos e considerava apenas os aspectos físicos do Brasil. Essa divisão foi feita em 5 regiões:
- Setentrional;
- Central;
- Norte Oriental;
- Oriental; e
- Meridional.
O IBGE propôs, no início da década de 1940, uma nova divisão do território nacional. A ideia era comparar os dados estatísticos relacionados a agrupamentos estáveis, que seriam as regiões.
Na época, essa divisão foi criticada pelos estudiosos do assunto, pois, segundo eles, essa repartição considerava mais os critérios de localização do que as características econômicas, físicas e sociais das áreas que agrupava.
Com base no quadro físico do território, o IBGE propôs, em 1945, uma divisão regional do Brasil. Essa divisão elevou de cinco para sete as regiões brasileiras, além de criar seis territórios:
- Rio Branco, hoje Roraima;
- Amapá;
- Guaporé;
- Ponta-Porã, no Mato Grosso;
- Iguaçu, no Sul; e
- Fernando de Noronha.
Uma nova divisão foi feita em 1968, com base na organização da produção, resultado do processo de transformação do espaço nacional em função do desenvolvimento industrial. Além de se basear nas semelhanças físicas da paisagem, a nova regionalização considerou também as características econômicas e sociais.
Nessa divisão, a região Leste deixou de existir, os estados da Bahia e de Sergipe foram agregados à região Nordeste, e São Paulo passou a fazer parte da região Sudeste, juntamente com Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A atual divisão regional do Brasil foi estabelecida pelo IBGE em 1988, com a criação do estado do Tocantins, localizado ao norte de Goiás. Essa porção do território deixou de fazer parte da região Centro-Oeste – por suas características naturais e em virtude das formas particulares de ocupação do espaço – e foi considerada parte integrante da região Norte.
Nessa nova divisão também há a presença do Mato Grosso do Sul, estado criado em 1977, a partir da divisão do Mato Grosso.
A regionalização do IBGE é mais utilizada em livros, jornais, revistas e pela mídia em geral. No entanto, há críticos dessa divisão que afirmam que ela se baseia nos limites dos estados brasileiro e que nem sempre essas divisas são adequadas para delimitar as regiões.
Regiões geoeconômicas ou complexos regionais
Em 1967, o professor Pedro Pinchas Geiger propôs outra forma de dividir o Brasil em espaços regionais. Dessa forma, o território nacional foi dividido em três grandes complexos regionais, sem prender-se aos limites dos estados.
Por meio desse critério, foram criadas três regiões:
- Amazônia;
- Nordeste; e
- Centro-Sul.
O norte de Minas Gerais, por exemplo, encontra-se no complexo regional Nordeste, enquanto o restante do estado encontra-se no Centro-Sul. Na mesma situação, o estado do Maranhão foi dividido. Sua porção leste encontra-se no complexo regional Nordeste, e sua porção oeste no complexo regional Amazônia.
Para definir a organização das regiões geoeconômicas, foram utilizados como critérios a situação socioeconômica e as relações entre a sociedade e o espaço natural. Como as estatísticas econômicas e populacionais são produzidas por estados, a organização por regiões geoeconômicas não se presta a análises quantitativas.
No entanto, é útil para a Geografia, pois ajuda a contar a história da formação do espaço brasileiro e sobre o desenvolvimento e extensão dos aspectos socioeconômicos do país.
De acordo com essa divisão, o atual núcleo econômico brasileiro é o Centro-Sul, onde se concentra a melhor estrutura de serviços e a parte mais moderna da indústria e da agricultura do país. Além de ser a mais populosa e urbanizada também é onde Brasília, a capital política, está localizada.
Já o complexo regional Nordeste é caracterizado pelo seu processo de povoamento, iniciado nos primeiros momentos da colonização europeia, e também pelo contraste socioeconômico presente entre as áreas litorâneas e o Sertão Nordestino.
Por último, o complexo regional Amazônia, correspondente em grande parte às áreas da Floresta Amazônica. As principais atividades da região são ligadas ao setor primário, com grandes projetos para o extrativismo mineral e vegetal.
Outra característica marcante desse complexo regional são os vazios demográficos, mesmo com o aumento do povoamento em áreas de mineração e com a expansão da fronteira agrícola.
Percebe-se que, ao longo da história, vários critérios foram utilizados para definir os agrupamentos regionais. No entanto, a definição das regiões ficou a cargo exclusivamente dos critérios político-administrativos estabelecidos pelo Governo Federal. Ele também é o responsável por propor mudanças, conforme as necessidades de planejamento e de atuação sobre o território.
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