Os peixes, habitantes majoritários do vasto e complexo ambiente aquático, representam um grupo diversificado de vertebrados que desenvolveram características e adaptações notáveis ao longo de milhões de anos de evolução. Essas adaptações permitem que eles sobrevivam, se reproduzam e prosperem em uma variedade impressionante de ecossistemas, desde rios gelados a oceanos profundos.
Neste artigo, exploraremos as características gerais dos peixes e as adaptações que os ajudam a sobreviver no ambiente aquático, abordando desde a sua locomoção eficiente e regulação da flutuabilidade, até suas incríveis capacidades de trocas gasosas, osmorregulação e sentidos aguçados. Saiba tudo com o Estratégia Militares!
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O que define um peixe?

Apesar da enorme diversidade, os peixes compartilham algumas características fundamentais. A maioria possui um corpo fusiforme, hidrodinâmico, que minimiza a resistência à água e facilita o movimento.
A pele é geralmente coberta por escamas, que oferecem proteção contra predadores e parasitas, além de reduzir o atrito.
A respiração é um dos atributos mais distintivos: os peixes extraem oxigênio da água usando brânquias, estruturas altamente vascularizadas localizadas nas laterais da cabeça.
A linha lateral, um sistema sensorial exclusivo dos peixes, detecta vibrações e mudanças de pressão na água, auxiliando na navegação, localização de presas e detecção de predadores.
Além disso, a maioria dos peixes é ectotérmica, o que significa que a temperatura do corpo varia com a temperatura do ambiente.
Adaptações da vida aquática
As verdadeiras maravilhas dos peixes residem em suas adaptações específicas ao ambiente aquático.
1. Locomoção eficiente
A forma do corpo e as nadadeiras são primordiais para a movimentação. A nadadeira caudal (cauda) é a principal responsável pelo impulso para a frente, enquanto as nadadeiras pares (peitorais e pélvicas) auxiliam na direção, frenagem e manutenção da posição.
As nadadeiras ímpares (dorsal e anal) atuam como estabilizadores, evitando que o peixe role. Em ambientes como recifes de coral, peixes podem ter nadadeiras mais adaptadas para manobras rápidas em espaços apertados, enquanto em oceanos abertos, formas alongadas e nadadeiras em forma de foice favorecem a velocidade.

2. Regulação da flutuabilidade
Uma das adaptações mais cruciais é a capacidade de controlar a flutuabilidade. Muitos peixes possuem uma bexiga natatória, um órgão preenchido com gás que lhes permite ajustar sua densidade e, assim, subir, descer ou permanecer em uma profundidade específica na coluna d’água sem gastar muita energia.
Peixes que vivem no fundo, como alguns tubarões e raias, não possuem bexiga natatória e contam com o movimento contínuo ou o acúmulo de óleos no fígado para manter a flutuabilidade.
3. Trocas gasosas
As brânquias são altamente eficientes na extração de oxigênio dissolvido na água. A água entra pela boca, passa sobre as brânquias e sai pelas aberturas operculares.
O fluxo de água sobre as lamelas branquiais, ricas em vasos sanguíneos, permite a troca gasosa por contracorrente, um mecanismo que maximiza a absorção de oxigênio. Algumas espécies, como o peixe-pulmonado, desenvolveram a capacidade de respirar ar atmosférico em ambientes com pouco oxigênio, usando estruturas semelhantes a pulmões primitivos.
4. Osmorregulação
A osmorregulação é vital para a sobrevivência em ambientes com diferentes salinidades. Peixes de água doce enfrentam o desafio de absorver água por osmose e perder sais, então eles excretam grandes volumes de urina diluída e absorvem sais ativamente pelas brânquias.
Já os peixes marinhos tendem a perder água para o ambiente salgado e acumular sais, e por isso bebem água do mar, eliminam o excesso de sal pelas brânquias e produzem urina concentrada.

5. Adaptações sensoriais
Além da linha lateral, os peixes possuem sentidos bem desenvolvidos. A visão é crucial, e os olhos são adaptados para a refração da luz na água, com lentes esféricas.
Em ambientes com pouca luz, como as profundezas oceânicas, alguns peixes desenvolveram olhos grandes e sensíveis, ou até mesmo bioluminescência para atrair presas ou parceiros.
O olfato é aguçado, auxiliando na detecção de alimentos e na navegação durante as migrações.
Principais características fisiológicas dos peixes
Os peixes constituem o grupo de vertebrados mais numeroso dos ecossistemas aquáticos e exibem uma série de características fisiológicas complexas que os tornam extremamente bem adaptados ao ambiente onde vivem.
Entre as principais funções vitais desses animais, a respiração branquial, a estrutura corporal hidrodinâmica, os mecanismos de regulação osmótica e o sistema sensorial especializado são pontos de destaque. Esses aspectos garantem aos peixes não apenas a sobrevivência, mas também vantagens competitivas nos habitats variados, como rios, lagos e oceanos.
Respiração branquial
A respiração nos peixes, em sua maioria, ocorre por meio de brânquias, estruturas altamente vascularizadas situadas lateralmente à faringe. A água entra pela boca, passa pelas fendas branquiais e atinge os filamentos branquiais, onde acontece a troca gasosa.
Nos peixes ósseos, esse processo é auxiliado pelo opérculo, que se movimenta de modo a facilitar a ventilação constantemente. Já nos peixes cartilaginosos, como tubarões, é comum que o animal precise estar em movimento contínuo para garantir a oxigenação suficiente, utilizando as fendas branquiais sem a presença de opérculo.

Sistema circulatório
Outro destaque é o sistema circulatório fechado, típico dos integrantes do filo Chordata. O coração dos peixes possui duas câmaras: um átrio e um ventrículo. Esse órgão bombeia apenas sangue venoso, e a circulação é simples; ou seja, o sangue passa uma única vez pelo coração a cada ciclo completo.
Após sair do coração, o sangue é direcionado para as brânquias, onde ocorre sua oxigenação, e em seguida, é distribuído para os tecidos do corpo. Esse tipo de circulação é eficiente dentro das exigências metabólicas da maioria dos peixes ectotérmicos.
Termorregulação
A ectotermia, inclusive, é um traço comum entre os peixes, eles regulam sua temperatura corporal a partir da temperatura do ambiente externo.
No entanto, há espécies que demonstram heterotermia regional, como certos atuns e tubarões, retendo calor em músculos e órgãos específicos para maximizar o desempenho em nados de alta velocidade e predatórias. Essa capacidade proporciona vantagens em ambientes com grande variação térmica ou em que a presa precisa ser capturada com rapidez.
Sistema excretor
O sistema excretor também varia conforme o tipo de peixe. Os peixes cartilaginosos excretam ureia, uma substância menos tóxica e mais conservadora em relação à água corporal, o que é uma adaptação ao ambiente marinho.
Por outro lado, os peixes ósseos, especialmente os de água doce, eliminam amônia, que requer maior volume de água para ser diluída, mas é produzida de forma mais simples e econômica energeticamente.
Órgãos sensoriais especializados
No campo da percepção do ambiente, os peixes contam com órgãos sensoriais altamente evoluídos. A linha lateral, por exemplo, detecta vibrações e movimentos na água, auxiliando na localização de presas, predadores e obstáculos.
Nos peixes cartilaginosos, há ainda as ampolas de Lorenzini, estruturas eletrossensíveis situadas principalmente na região cefálica que captam campos elétricos gerados por seres vivos, um recurso fundamental em águas turvas ou em caça noturna. Adicionalmente, os lobos olfativos desenvolvidos contribuem para a localização de presas ou parceiros sexuais através de estímulos químicos.
Sistema digestório
Com relação à digestão, os peixes apresentam um sistema digestório completo, com intestino terminado em cloaca nos peixes cartilaginosos e em ânus nos peixes ósseos. O comprimento do intestino pode variar de acordo com a dieta, sendo mais longo em espécies herbívoras e mais curto nos carnívoros. A diversidade de hábitos alimentares reflete a variedade ecológica desses animais.
Reprodução
A maioria dos peixes se reproduzem de forma sexuada, com fecundação externa nos peixes ósseos e interna nos cartilaginosos. A produção de ovos pode ser abundante, especialmente em espécies com desenvolvimento indireto, nas quais as larvas (ou alevinos) eclodem e passam por estágios até atingir a forma adulta. Essa estratégia garante maior dispersão e ocupação dos ecossistemas aquáticos.
Portanto, as características e adaptações dos peixes são um testemunho da incrível capacidade da vida de se moldar aos desafios de seu ambiente. Cada espécie é um exemplo único de engenharia biológica, otimizada para sua sobrevivência no dinâmico e fascinante mundo aquático.
A fisiologia dos peixes revela um conjunto de adaptações fundamentais que não só sustentam a sua sobrevivência, como também explicam o seu sucesso evolutivo nos mais diversos habitats aquáticos do planeta.
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