Conhecer as diferenças entre a biologia animal e a vegetal amplia a compreensão sobre a classificação em diferentes reinos, além de aprofundar o entendimento sobre a complexidade e a diversidade biológica.
Este artigo do Estratégia Militares oferece uma análise comparativa entre a biologia animal e a vegetal, explorando desde as diferenças estruturais até as classificações e funções cruciais que definem cada reino. Leia o texto a seguir!
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Diferenças estruturais entre animais e plantas
As diferenças estruturais entre animais e plantas são vastas e refletem suas distintas estratégias de vida e adaptações aos seus respectivos ambientes. Afinal, essa dicotomia fundamental na biologia se manifesta desde a organização celular até a complexidade dos sistemas de órgãos.
As células animais, por exemplo, não possuem parede celular — e é justamente essa ausência que lhes dá mais flexibilidade, permitindo que formem diferentes tipos de tecidos e órgãos especializados. Em contrapartida, as células vegetais possuem uma parede celular rígida, composta principalmente de celulose, que proporciona suporte estrutural e proteção.
Organização celular e tecidos
A organização celular em animais e plantas apresenta contrastes marcantes. Nos animais, as células se organizam em tecidos – como o epitelial, o conjuntivo, o muscular e o nervoso – que formam órgãos e sistemas complexos. Cada tecido desempenha funções específicas e coordenadas para manter a homeostase do organismo. Veja os exemplos:
- tecido epitelial: reveste superfícies e cavidades; protege e secreta substâncias;
- tecido conjuntivo: sustenta, conecta e protege outros tecidos e órgãos;
- tecido muscular: responsável pelo movimento, contração e relaxamento; e
- tecido nervoso: transmite impulsos elétricos, coordenando funções e sensações.
Nas plantas, os tecidos são organizados de forma diferente, com tecidos dérmicos, vasculares, meristemáticos e fundamentais. Veja suas características abaixo:
- tecido dérmico: protege a planta contra a perda de água e ataques externos;
- tecido vascular: transporta água, minerais e nutrientes por toda a planta;
- tecido meristemático ou meristema: tecido vegetal jovem e indiferenciado, composto por células que se dividem continuamente por mitose para gerar novas células, promovendo o crescimento da planta; e
- tecido fundamental: realiza a fotossíntese, o armazenamento e outras funções metabólicas.
Estruturas de suporte e locomoção
As estruturas de suporte e locomoção também são notavelmente diferentes entre animais e plantas. Os animais possuem esqueletos internos ou externos que fornecem suporte e permitem o movimento. Os músculos, ligados aos ossos ou exoesqueletos, possibilitam a locomoção ativa em busca de alimento, abrigo e parceiros.
As plantas, por outro lado, dependem da rigidez de suas paredes celulares e do sistema vascular para suporte. Embora não se locomovam ativamente, as plantas exibem crescimento direcional em resposta a estímulos como luz e gravidade, o que lhes permite otimizar a captação de recursos.
Nutrição e metabolismo
Quando o assunto é nutrição e metabolismo, cada um acaba seguindo um caminho diferente. Os animais são heterotróficos, ou seja, obtêm energia e nutrientes consumindo outros organismos. Seu sistema digestório processa o alimento, quebrando-o em moléculas menores que são absorvidas e utilizadas pelas células.
Em contrapartida, as plantas são autotróficas, capazes de produzir seu próprio alimento por meio da fotossíntese. Utilizando a energia solar, água e dióxido de carbono, as plantas sintetizam glicose e outros compostos orgânicos, que servem como fonte de energia e blocos de construção para o crescimento e desenvolvimento.
Níveis de organização
CARACTERÍSTICA | O QUE É? | ANIMAIS | PLANTAS |
---|---|---|---|
Parede Celular | Camada rígida e resistente, localizada externamente à membrana plasmática, que protege e dá forma à célula | Ausente | Presente (celulose) |
Plastídeos | Organelas encontradas em células vegetais e de algas, com membrana dupla e que possuem DNA e ribossomos próprios, como as mitocôndrias | Ausente | Presente (cloroplastos) |
Vacúolos | Organelas delimitadas por uma membrana que se encontram no citoplasma de células, cuja função varia com o tipo de célula, podendo armazenar água, nutrientes e resíduos, regular a pressão osmótica, e atuar na digestão e excreção de substâncias | Presente, mas geralmente pequenos e numerosos | Presente, geralmente grande e único |
Tecidos | Grupo de células semelhantes e associadas que realizam uma função específica num organismo multicelular | Muscular, nervoso, epitelial, conjuntivo | Meristemático, fundamental, vascular, dérmico |
Órgãos | Agrupamento de diferentes tipos de tecidos que se unem para realizar uma função específica e vital dentro de um organismo | Coração, cérebro, pulmões, estômago, etc. | Raízes, caule, folhas, flores, frutos |
Nutrição | Processo fundamental pelo qual os organismos obtêm e utilizam os nutrientes necessários para as suas funções vitais, como crescimento, desenvolvimento, manutenção e reprodução | Heterotrófica (consumo de outros organismos) | Autotrófica (fotossíntese) |
Locomoção | Capacidade e a ação de um organismo se mover de um lugar para outro, deslocando o centro de gravidade do seu corpo | Geralmente presente | Ausente (exceto em algumas algas) |
Sistema Nervoso | Centro de comando do corpo, responsável por receber informações, processá-las e enviar sinais para coordenar as ações do organismo | Presente na maioria dos grupos | Ausente |
Crescimento | Aumento irreversível no tamanho, seja de uma única célula, de uma parte do corpo ou do organismo inteiro, ao longo do tempo. Esse processo resulta da multiplicação celular (divisão celular) e da diferenciação, levando a um aumento da massa ou volume. | Limitado e determinado | Indeterminado e contínuo em certas regiões (meristemas) |
Reprodução | Processo que permite aos seres vivos dar origem a novos indivíduos, garantindo a continuidade das espécies | Sexuada e assexuada | Sexuada (com alternância de gerações) e assexuada |
Adaptações específicas | Traço físico, comportamental ou fisiológico que evoluiu através da seleção natural e confere uma vantagem de sobrevivência e reprodução a um organismo num ambiente particular | Desenvolvimento de sistemas complexos para locomoção, percepção, digestão e excreção | Adaptações para fotossíntese, absorção de água e nutrientes, suporte e reprodução em diferentes ambientes |
Exemplos | Mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes, insetos, moluscos, etc. | Briófitas (musgos), pteridófitas (samambaias), gimnospermas (pinheiros), angiospermas (flores e frutos) |
Sistemas de órgãos e funções
Os sistemas de órgãos dos animais são altamente especializados e coordenados para realizar funções complexas. Exemplos:
- Sistema nervoso: controla e coordena as atividades do corpo;
- Sistema circulatório: transporta nutrientes e oxigênio;
- Sistema respiratório: realiza a troca de gases; e
- Sistema excretor: elimina resíduos metabólicos.
Embora as plantas não possuam sistemas de órgãos tão complexos quanto os dos animais, elas possuem estruturas especializadas para realizar funções essenciais. Veja os exemplos:
- Raízes: absorvem água e nutrientes;
- Caule: transporta esses recursos para as folhas;
- Folhas: realizam a fotossíntese; e
- Flores e frutos: desempenham papéis cruciais na reprodução.
Com isso, as plantas, classificadas em briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, apresentam diferentes adaptações evolutivas, que vão desde a dependência da água para reprodução até a independência fornecida pelo desenvolvimento do grão de pólen e dos frutos. Entenda a classificação das plantas a seguir:
- Briófitas: plantas simples e avasculares, como os musgos e as hepáticas, que não possuem raízes, caules e folhas verdadeiras, mas sim estruturas semelhantes chamadas rizoides, cauloides e filoídes;
- Pteridófitas: plantas vasculares sem sementes, também conhecidas como samambaias, que possuem vasos condutores de seiva (xilema e floema), raízes, caules e folhas verdadeiras;
- Gimnospermas: grupo de plantas vasculares que se caracterizam por não terem frutos, pois suas sementes não são protegidas por um ovário; e
- Angiospermas: grupo mais diverso e evoluído de plantas, caracterizadas pela presença de flores e frutos, que envolvem e protegem as sementes.
Essas distinções refletem a diversidade dos reinos biológicos. Enquanto o reino vegetal se destaca por sua capacidade fotossintética e estruturas que sustentam a vida autotrófica, como raízes, caules e folhas, o reino animal apresenta maior complexidade estrutural, ampla variedade morfológica e adaptações sensoriais avançadas.
Dessa forma, compreender essa dicotomia entre biologia vegetal e animal amplia a visão sobre a vida na Terra.
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