Você sabe quantos aviões a Força Aérea Brasileira opera atualmente? Ou quer conhecer a diferença entre aeronaves de asa rotativa e de asa fixa? O Estratégia Militares separou informações e curiosidades sobre a aviação militar brasileira neste artigo para você.
A Força Aérea Brasileira (FAB) dispõe atualmente de uma frota de aeronaves diversas, que englobam os principais fabricantes e modelos de aviões nacionais e internacionais. Cada modelo de aeronave é carregado de história, desde o seu desenvolvimento ao emprego nas operações militares.
As aeronaves estão distribuídas estrategicamente por todo o território nacional nas Alas, Esquadrões, Esquadrilhas e Grupos de voo.
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Quais são as aeronaves da FAB?
Atualmente a Aeronáutica opera 24 modelos aeronaves de asa fixa (aviões) e 6 modelos aeronaves de asa rotativa (helicópteros), além das variantes de cada modelo.
Dos modelos de asa fixa são: T-25 Universal, T-27 Tucano, C-95 Bandeirante, C-97 Brasília, C-98 Caravan, C-99, C-105 Amazonas, C-130 Hércules, KC-390 Millennium, A-29 Super Tucano, A-1 AMX, F-5E / F-5B Tiger, F-39 Gripen NG, E-99, R-99, R-35AM, RQ 450, RQ 900, IU-50, IU-93A, P-3AM Orion, P-95 Bandeirulha, VC-1 e VC-2.
Já os modelos de asas rotativas são: AH-2 Sabre, H-36 Caracal, H-50 Esquilo, H-60 Black Hawk, VH-35 e VH-36 Caracal.
Entenda a nomenclatura das aeronaves militares
Ficou confuso com o nome dos aviões da FAB? A Força Aérea Brasileira segue o padrão internacional para as designações de suas aeronaves. Elas possuem funções específicas que podem ser facilmente identificadas pelas siglas presentes nos nomes dos aviões.
Aeronaves de funções únicas
As aeronaves de funções únicas são empregadas nas missões específicas para que foram projetadas. Elas não exercem outra função em uma missão sem ser a que foram empregadas. Por exemplo, o F-39 Gripen é fabricado e empregado exclusivamente nas missões de caça. Veja o quadro abaixo:
A | Avião de Ataque |
C | Avião de Transporte |
F | Avião de Caça (Combate, Interceptação, Superioridade Aérea) |
H | Helicóptero |
K | Avião de Reabastecimento Aéreo |
L | Avião de Ligação e Observação |
P | Avião de Patrulha |
R | Avião de Reconhecimento, Alerta Antecipado, Sensoriamento Remoto, Levantamento Aerofotogramétrico |
S | Avião de Busca-e-salvamento |
T | Avião de Treinamento |
U | Avião de Emprego Geral (Utilitário) |
V | Aeronave Executiva |
Z | Planador |
Aeronaves de múltiplas funções
As aeronaves de múltiplas funções podem ser utilizadas em missões com mais de uma função, por exemplo: o KC-390 Millenium pode ser empregado como transportador tático e como reabastecedor aéreo em uma mesma missão. Veja o quadro abaixo:
AT | Avião de Treinamento com Capacidade de Ataque |
CH | Helicóptero de Transporte |
EC | Avião de Transporte modificado para cumprir Missões Eletrônicas |
EU | Avião de Emprego Geral (Utilitário) modificado para cumprir Missões Eletrônicas |
KC | Avião de Transporte Equipado também como Reabastecedor Aéreo |
RC | Avião de Transporte equipado também para Missões de Reconhecimento |
RT | Versão de Reconhecimento de Avião de Treinamento |
SC | Versão de Busca-e-Salvamento de Avião de Transporte |
TZ | Planador de Treinamento |
UH | Helicóptero de Emprego Geral |
UP | Versão Utilitária de Avião de Patrulha |
VC | Avião de Transporte Executivo |
VH | Helicóptero de Transporte Executivo |
XC | Versão Laboratório de Avião de Transporte |
Designação numérica
As aeronaves da FAB possuem quatro números, localizados na fuselagem exterior. Esses números são a matrícula da aeronave, semelhante à placa de um carro. O primeiro número da sequência identifica o emprego daquela aeronave. Um exemplo seria a aeronave C-130 Hércules, matrícula 2473.
O número dois indica para qual missão aquela aeronave está projetada. Veja o quadro abaixo:
0 e 1 | Aviões de Treinamento (AT, RT, T) |
2 | Aviões de Transporte, Reconhecimento ou Emprego Geral (C, EC, KC, R, RC, U, VC, XC) |
3 | Aviões de Ligação e Observação (L) |
4 | Aviões de Caça (F) |
5 | Aviões de Ataque (A) |
6 | Aviões de Busca-e-Salvamento (S, SC) |
7 | Aviões de Patrulha (P) |
8 | Seguido de algarismos diferentes de 0 e 1, Helicópteros (H, CH, TH, UH, VH) |
Divisões da Aviação Militar da FAB
A aviação na Força Aérea se divide em várias especialidades, para que o emprego das aeronaves e o treinamento das tripulações seja melhor empregado nas missões. Assim, a aviação é dividida em sete ramos de emprego.
Aviação de Asas Rotativas
A FAB opera helicópteros em missões de apoio tático, em operações de Busca e Salvamento (SAR – Save And Rescue) e em transporte, desde 1953. Foram diversos os modelos que a FAB empregou, com destaque para o UH-1H.
Proveniente do exército norte-americano, a aeronave foi o símbolo de transporte militar na Guerra do Vietnã. No Brasil, recebe o apelido de ‘Sapão’ e nos Estados Unidos de ‘Huey’.
Atualmente, a aeronáutica opera os modelos H-50 (Esquilo), VH-35 para transporte de autoridades, H-36 (Caracal), VH-36 (Caracal) para transporte de autoridades, H-60 (Black Hawk) e o AH-2 (Sabre).
Aviação de Caça
Nascida em 1944, a Aviação de Caça da FAB é a elite dos oficiais aviadores. Os caçadores são responsáveis pela defesa, patrulhamento e intercepção do espaço aéreo brasileiro.
A Força Aérea Brasileira dispõe atualmente dos modelos A-29 (Super Tucano), A-1 (AMX), F-5M (Tiger) e F-39 (Gripen NG), sendo que este último é a mais recente aquisição do Brasil.
O Gripen NG é considerado um caça de quarta geração e meia e é o mais avançado avião caçador em operação na América Latina.
Aviação de Patrulha
A história da Aviação de Patrulha da FAB tem início na 2ª Guerra Mundial. Os sucessivos ataques aos navios mercantes brasileiros pelos alemães e as invasões nas águas territoriais do Brasil pelos italianos, fez a FAB destinar parte da sua frota de aviões e pilotos à escolta dos navios, ao monitoramento e segurança do litoral brasileiro.
Atualmente, a FAB opera o P-95 (Bandeirulha) e o P-3AM (Orion) no patrulhamento da costa brasileira, protegendo e apoiando, em conjunto com a Marinha do Brasil, os 22 milhões de quilômetros quadrados da “Amazônia Azul”.
Aviação de Reconhecimento
A aviação de reconhecimento é responsável por missões de busca e salvamento em acidentes aéreos, monitoramento ambiental, coleta de dados sobre forças inimigas e outras áreas sensíveis. As aeronaves tripuladas utilizadas são o R-35AM, R-99 e o E-99.
Desde 2011, a FAB passou a operar Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs), em missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento. Atualmente, os também conhecidos como drones, em operação, são os Elbit RQ-450 e o RQ-900 Hermes.
Aviação de Transporte
A aviação de transporte é o pilar logístico da Força Aérea. Responsável pela movimentação de cargas e passageiros, teve sua origem em 1944.
Essa aviação é responsável pela integração do país por meio do Correio Aéreo Nacional (CAN), pelo atendimento dos povos habitantes da região amazônica, pela ajuda humanitária a outras nações e a manutenção da estação de pesquisa brasileira Comandante Ferraz na Antártida, entre outras missões.
Além dos transportes táticos e logísticos, a Aviação de Transporte também é responsável pelo transporte de autoridades do país, por meio do Grupo de Transporte Especial (GTE). As aeronaves para esse fim são todas na cor branca, com as faixas verde e amarela e com o brasão da República no estabilizador vertical da aeronave.
Os aviões operados atualmente são o C-95 (Bandeirante), C-97 (Brasília), C-98 (Caravan), C-99, C-105 (Amazonas), C-130 (Hércules), KC-390 (Millennium), VC-1 e VC-2.
Aviação de Instrução
Responsável pela formação dos cadetes aviadores, a Aviação de Instrução é composta pelas aeronaves T-25 Universal e T-27 Tucano.
É na aviação de instrução que os cadetes aviadores da Academia da Força Aérea (AFA) têm o primeiro contato com os aviões.
Também fazem parte da Aviação de Instrução os planadores TZ-17 (Duo Discus) e TZ-20 (DG1001). Esses planadores integram a esquadrilha de voo a vela da AFA.
Aviação de Inspeção em Voo
A Força Aérea Brasileira tem a responsabilidade de prover e garantir os meios para a operação segura dos aeródromos localizados no Brasil.
Um dos requisitos é que os meios de apoio à navegação aérea estejam adequadamente calibrados, tais como: radares, sinalizadores de posição e alinhamento das pistas em relação ao Norte magnético da Terra.
A atual frota da Aviação de Inspeção em Voo é composta pelo IU-50 e pelo IU-93A.
Quem fabrica os aviões da FAB?
A frota de aeronaves da FAB é composta por diversos fabricantes nacionais e internacionais. Dentre os brasileiros estão:
- Embraer (brasileira);
- Neiva (brasileira); e
- Helibras (brasileira).
Já entre os fabricantes estrangeiros estão:
- Saab (Sueca);
- Northrop (norte-americana);
- AMX (italiana);
- Airbus (União Européia);
- Learjet (norte-americana);
- Cessna (norte-americana);
- Lockheed (norte-americana);
- Sikorsky (norte-americana);
- Mil (russo); e
- Elbit (israelense).
A compra ou o aluguel dessas aeronaves é feito por meio de licitações feitas pela FAB, de acordo com sua necessidade. A manutenção, porém, é feita pela FAB, por meio dos sargentos especialistas, formados na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR).
Como se tornar um piloto da FAB?
Se o seu objetivo é pilotar os aviões da FAB, é necessário prestar o concurso de admissão à Escola Preparatória de Cadetes da Aeronáutica (EPCAR) e lá ser aprovado para o ingresso na Academia da Força Aérea (AFA), onde é ministrado o curso de formação de oficiais aviadores.
Se você já passou da idade limite de ingresso na EPCAR, pode prestar o concurso de admissão para a Academia da Força Aérea diretamente. As provas acontecem todos os anos, entre maio e julho.
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