O Barroco é um estilo artístico que floresceu na Europa, inicialmente na Itália, numa época de mudanças na situação política e conflitos envolvendo católicos e protestantes. Para saber mais, confira o artigo que o Estratégia Militares preparou pra você!
A guerra dos 30 anos, de 1618 a 1648, resultou em diversas alterações nas estruturas políticas e sociais, fortalecendo estados absolutistas e dificultando a reunificação do cristianismo.
Em 1517, Martinho Lutero divulgou as 95 teses e denunciou práticas corruptas na Igreja Católica. A Igreja reagiu como Concílio de Trento, em 1545, que aplicou medidas como o ressurgimento do Tribunal do Santo Ofício e a criação da Companhia de Jesus.
Pode se dizer, então, que o absolutismo e a contrarreforma constituíram um pano de fundo para o surgimento desse novo estilo que, nesse período, predominou nas manifestações artísticas, como a pintura, escultura, arquitetura e a literatura.
Se no século XVI houve a diminuição do humanismo e da influência religiosa, o século XVII foi bastante católico, pelo menos na península ibérica.
Portugal e Espanha, até certo ponto imunes às reformas protestantes, foram os centros de irradiação da contrarreforma, cuja estratégia incluía a ênfase em aspectos dolorosos da realidade para motivar os fieis a buscar a salvação da própria alma.
Vale lembrar que, na primeira metade do século XVI, as pessoas que se interessavam pelas artes concordavam que Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael e Ticiano, artistas renascentistas, tinham conseguido combinar harmonia e beleza de maneira insuperável.
Pintar à maneira desses grandes mestres – o que ficou conhecido como maneirismo – foi o que restou aos artistas que vieram em seguida.
Por outro lado, Tim Toretta (1518-1594), um pintor que viveu em Veneza, criou uma tela chamada ” O reencontro do corpo de São Marcos (1562)” com uma dramaticidade desconhecida, um vivo contraste de luz e sombra, gestos e movimentos sem harmonia.
Nas artes, a linha curva começou a suplantar a linha reta. Alguma coisa estava fora de ordem.
Essa visão dramática e emocional de tintura foi retomada, de forma diferente, por El Greco (1541-1614) na tela “A abertura do quinto selo (1610)”. As figuras exageradamente alongadas de El Greco apresentam gestos veementes, que revelam o fervor místico do catolicismo espanhol.
Outro pintor que avançou nessa mesma linha foi o italiano Caravaggio (1561-1610), que imprimiu ainda mais violência ao claro-escuro. Nunca a luz havia sido utilizada com tanta expressividade. Esse novo estilo artístico ficou conhecido como Barroco.
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Características do barroco
A exuberância e o rebuscamento marcaram a arte barroca. Embora se conservasse o interesse pela arte da antiguidade clássica, a expressão artística desse momento não conta com as qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia, presentes na arte renascentista.
O que se vê nesse estilo é uma arte marcada pelo contraste e pela dramaticidade, que evidencia atenção gerada pelo choque de dois interesses que precisavam achar uma forma de conviver. Era uma expressão do custo pela materialidade e das demandas da vida espiritual.
Os excessos de irregularidades, que chegam a ser considerados uma degeneração dos princípios clássicos, justificam o nome usado para batizar o estilo.
O termo barroco quer dizer, em português, ” pérola imperfeita “, significado que pode sugerir o descompromisso com os limites rígidos impostos pelo classicismo. O estilo foi, a princípio, considerado por alguns críticos e historiadores uma expressão de mau gosto e ridículo.
Só no século XIX é que se deu a valorização do barroco, visto, a partir de então, como uma manifestação estética de alta significação.
O estilo barroco na expressão escrita
O Barroco também teve influência na literatura da época. Os textos eram carregados de figuras de linguagem que representavam esses contrastes exagerados. Ao claro-escuro pictórico correspondem às figuras antítese e paradoxo.
De forma análoga, o exagero presente nas obras de El Greco e Caravaggio encontra sua expressão verbal na hipérbole. Essas três figuras de linguagem aparecem constantemente nos textos barrocos.
São essas mesmas figuras as mais adequadas para exprimir as tensões culturais que estão na base do estilo barroco, sendo elas:
- Sagrado versus profano;
- Teocentrismo versus antropocentrismo; e
- Reforma versus contrarreforma.
A visão de mundo barroca sugere que tudo na vida é transitório, passageiro, e se apresenta sob constante mudança – o artista barroco é aquele que tem consciência da efemeridade da vida.
Assim, a noção de tal transitoriedade acaba geralmente conduzindo a arte a um tom pessimista, marcado por um conflito entre a consciência do próprio fim e o mundo que P perdura sob o signo da mudança.
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