O post de hoje é sobre um dos militares de maior destaque da Força Expedicionária Brasileira, o Sargento Max Wolff Filho. Nesse artigo, você vai saber tudo sobre a sua trajetória militar e entender o porquê das várias homenagens em seu nome feitas pelo Exército Brasileiro.
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Como Max Wolff Filho começou sua trajetória militar?
Max Wolff Filho nasceu no dia 29 de julho de 1911, na cidade de Rio Negro (PR). Seus pais, Max Wolff e Etelvina Pacheco Wolff, eram imigrantes europeus e, ao chegarem ao Brasil, dedicaram-se ao comércio cafeeiro.
Na sua adolescência, Max Wolff ajudava seus pais na torrefação e moagem dos grãos de café. Contudo, aos 18 anos, com a mudança da família para a cidade de Curitiba (PR), o jovem iniciou uma jornada que o consagraria como um dos militares mais importantes da história brasileira.
Ele ingressou como praça no 15° Batalhão de Caçadores, no qual se tornou infante.
A Revolução de 1930
A primeira grande atuação de Max Wolff como militar foi no episódio que ficou conhecido como Revolução de 1930, responsável por levar Getúlio Dorneles Vargas à presidência.
A confusão se iniciou quando o então presidente, Washington Luís, no lugar de indicar um sucessor mineiro para ocupar seu posto, indicou o paulista Júlio Prestes.
A atitude de Washington Luís irritou a oligarquia mineira que, apoiada pelos gaúchos, decidiu lançar Getúlio Vargas para candidatura de presidente e João Pessoa como seu vice.
As urnas confirmaram a vitória do candidato Júlio Prestes, o que enfureceu ainda mais a oposição. A situação, que já era ruim, piorou quando o candidato a vice-presidente de Vargas, João Pessoa, foi assassinado.
Apesar de Washington Luís não ter envolvimento nenhum com o crime, a oposição fez parecer que sim, criando um cenário perfeito para sua derrubada. Assim, iniciou-se a Revolução de 1930.
Pouco antes do fim do seu mandato, forças revolucionárias de várias partes do Brasil promoveram a deposição de Washington Luís. Entre essas tropas, estavam as paranaenses comandadas pelo General da reserva Mário Tourinho, da qual Max Wolff fazia parte.
Após a saída de Washington Luís, uma junta governativa decidiu que Getúlio Vargas assumiria o Poder Executivo nacional de forma provisória.
A Revolução Constitucionalista de 1932
No ano seguinte, Max Wolff foi promovido a Cabo e se transferiu para a 1° Companhia do 3° Regimento de Infantaria, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Neste local, sob o comando do Capitão Euclides Zenóbio da Costa, ele lutou com sua tropa em um dos eventos mais importantes da década de 1930: a Revolução Constitucionalista.
A manifestação de populares eclodiu na cidade de São Paulo e foi motivada, principalmente, pelo fato do presidente Getúlio Vargas não convocar a Assembleia Constituinte e novas eleições.
Os paulistas montaram um verdadeiro exército, que contou com mais de 60 mil combatentes. Eles tomaram o controle de todas as estações ferroviárias da capital e das linhas telefônicas. O setor industrial concentrou toda sua produção em armamentos para municiar suas tropas.
Forças varguistas partiram de todo o país rumo à São Paulo a fim de conter o movimento.
As tropas de Max Wolff iniciaram muito bem o seu trabalho, forçando os paulistas a recuar. No entanto, após algumas semanas de batalha, ao chegar à cidade de Lorena, Max Wolff foi gravemente ferido por um tiro de fuzil, que transpassou seu ombro.
Pouco depois, os paulistas assinaram sua rendição e, felizmente, Max Wolff conseguiu se recuperar. Por toda sua coragem e garra demonstrada no campo de batalha, ele foi promovido a Terceiro Sargento aos 21 anos.
O seu ingresso na Polícia Municipal do Distrito Federal
Em 1934, o Capitão Euclides Zenóbio da Costa foi escolhido como responsável para criar e comandar a Polícia Municipal do Distrito Federal. No processo de criação, ele escolheu militares de sua extrema confiança para compor seu efetivo.
Entre eles, estava Max Wolff, que ingressou na polícia como chefe de viatura, desempenhando ainda a função de instrutor físico e de defesa pessoal.
Na polícia, Wolff participou da contenção da Intentona Comunista, em 1935, e da Ação Integralista Brasileira, no ano de 1938.
A morte de Max Wolff na FEB
Em agosto de 1943, começou a ser formada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), tropa formada por militares de diversas Armas, Quadros e Serviços responsáveis por representar o Brasil na Segunda Guerra Mundial.
Max Wolff, homem extremamente patriota, prontamente se candidatou. Entretanto, fatores como idade e saúde o fizeram ser recusado.
Ao saber que seu velho amigo, o agora General Euclides Zenóbio da Costa, seria o comandante da Infantaria da FEB, Wolff pediu para que ele interviesse pessoalmente para lhe colocar nas tropas.
Zenóbio, sabendo de todo seu potencial, fez uma carta de recomendação para Wolff, suficiente para que ele conseguisse ingressar como terceiro sargento do 11° Regimento de Infantaria.
Wolff desembarcou na cidade de Nápoles, em outubro de 1944. A primeira missão em que ele se envolveu foi na Tomada de Monte Castelo. O cenário era bem desafiador, o que fez as tropas brasileiras fracassarem no primeiro momento. Na batalha, Wolff levava munição à linha de frente e voltava trazendo feridos, demonstrando muita garra e disposição.
No decorrer da Segunda Grande Guerra, foram vários os momentos de destaque de Wolff, fazendo-o ser condecorado com a Estrela de Bronze norte-americana. Além disso, a atuação de Max Wolff também chamou atenção do General Mascarenhas de Morais, que fez questão de elogiá-lo pessoalmente.
A última missão do herói da FEB
Max Wolff, já promovido a Segundo Sargento, recebeu a nobre missão de, no dia 12 de abril de 1945, comandar um pelotão formado por 19 homens em uma missão de reconhecimento na região de Montese.
Na tarde desse dia, enquanto caminhava pela região, Wolff foi surpreendido com duas rajadas de metralhadora que o levaram a óbito imediatamente.
Seu sacrifício e a sua coragem em campo de batalha fizeram com que Wolff recebesse várias homenagens após a sua morte. Além de ser promovido ao posto de Segundo Tenente, ele foi agraciado com as seguintes medalhas:
- Cruz de Campanha;
- Sangue do Brasil; e
- Cruz de Combate de 1ª Classe.
Em 2010, o Exército Brasileiro criou a “Medalha Sargento Max Wolff Filho”, que passou a premiar subtenentes e sargentos que demonstrassem dedicação e garra semelhantes as do herói da Segunda Grande Guerra.
Atualmente, a fim de manter vivo o seu nome, duas organizações militares do Exército contam com a denominação histórica “Sargento Max Wolff Filho”. São elas:
- Escola de Sargentos das Armas (EsSA), localizada em Três Corações (MG); e
- 20º Batalhão de Infantaria Blindado (20º BIB), em Curitiba (PR). Local onde Wolff serviu.
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