O Projeto Rondon é uma iniciativa do governo brasileiro, em parceria com universidades e instituições de ensino superior, que visa promover o desenvolvimento social e a cidadania em regiões carentes do Brasil. Confira com o Estratégia Militares.
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O que é?
O Projeto Rondon envolve principalmente estudantes universitários que viajam para comunidades de diferentes estados para realizar ações voluntárias e projetos de extensão nas áreas de saúde, educação, cultura, meio ambiente, trabalho, direitos humanos e justiça, tecnologia e produção.
Durante as operações, os estudantes trabalham em conjunto com a comunidade para desenvolver soluções e práticas sustentáveis que atendam às necessidades locais, fortalecendo o vínculo entre a universidade e a sociedade.
O projeto também oferece aos estudantes a oportunidade de conhecer realidades diversas e desenvolver habilidades práticas, além de contribuir para a formação de cidadãos mais conscientes e engajados com as questões sociais do país.
Os recursos financeiros do Projeto Rondon vêm do orçamento do Governo Federal, sendo complementados por emendas parlamentares e parcerias com órgãos e entidades da União, estados, Distrito Federal, municípios, e também com entidades privadas.
Contudo, o projeto não visa substituir a atuação dos órgãos governamentais em seus diferentes níveis! A ideia é implementar projetos autossustentáveis que atendam às necessidades locais e não dependam de agentes externos para se manter.
História
A ideia de envolver jovens universitários no desenvolvimento do Brasil surgiu em 1966, durante uma reunião, no Rio de Janeiro, entre universidades, o Ministério da Educação e especialistas em educação.
Em 11 de julho de 1967, 30 estudantes e dois professores do antigo Estado da Guanabara foram para Rondônia, onde passaram 28 dias conhecendo a realidade local. Ao retornar, eles propuseram criar um movimento universitário – o Projeto Rondon – em homenagem ao Marechal Cândido Rondon, que foi um renomado sertanista que atuou na integração entre o oeste e o norte do Brasil e na defesa dos povos indígenas brasileiros.
Em 1968, o Projeto foi oficialmente criado pelo Decreto nº 62.927 e, nos anos seguintes, expandiu-se pela Amazônia e pelo Mato Grosso com o apoio do Governo Federal e envolvendo milhares de estudantes.
O Projeto Rondon foi extinto em 1989, e, em 1990, ex-participantes fundaram a Associação Nacional dos Rondonistas, uma ONG reconhecida como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). A nova fase do Projeto Rondon surgiu de uma proposta de reativação feita pela União Nacional dos Estudantes (UNE) ao Presidente da República em 2003.
Em resposta, foi formado, em março de 2004, um grupo de trabalho interministerial, liderado pelo Ministério da Defesa e incluindo outros ministérios, que criou diretrizes e aprovou um plano estratégico em agosto de 2004. Esse plano estruturou as atividades para a primeira operação nacional, realizada em 2005.
O Projeto Rondon mantém uma atuação constante, enviando professores e estudantes universitários para municípios do interior, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, a fim de colaborar com soluções para as necessidades locais.
Nos últimos 19 anos, o projeto realizou 91 operações e levou ações transformadoras a um total de 1.320 municípios. Presente em quase todas as unidades da federação, o programa já capacitou 25.127 rondonistas e formou mais de dois milhões de multiplicadores de conhecimento entre estudantes, produtores, agentes públicos, professores e lideranças locais.
Quais são os objetivos?
- Contribuir para a formação do jovem universitário como cidadão;
- Integrar o universitário ao processo de desenvolvimento nacional, por meio de ações participativas sobre a realidade do País;
- Consolidar no universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social coletiva em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais; e
- Estimular no universitário a produção de projetos coletivos locais, em parceria com as comunidades assistidas.
Direitos do Rondonista
- Transporte de ida e de retorno entre as cidades de partida (capitais dos estados e do Distrito Federal) e os municípios selecionados para participação da Operação;
- Alimentação e alojamento durante a operação;
- Evacuação médica, condicionada à disponibilidade dos meios de transporte e às condições clínicas do paciente;
- O kit rondonista, composto de mochila, chapéu, camisetas e/ou colete e garrafa de água; e
- Certificado de participação no Projeto Rondon, quando concluída a operação e de acordo com as normas vigentes.
A atuação das Forças Armadas
As Forças Armadas desempenham um papel fundamental no Projeto Rondon, apoiando a logística e a segurança das operações. Sua participação envolve:
- Transporte e Logística: As Forças Armadas auxiliam no transporte dos rondonistas (estudantes e professores) até regiões remotas onde o projeto é realizado, muitas vezes em locais de difícil acesso;
- Infraestrutura e Apoio Operacional: Eles também fornecem infraestrutura básica, como alojamentos, alimentação, e, em alguns casos, suporte médico para os participantes; e
- Segurança e Orientação: Em regiões onde a segurança pode ser uma preocupação, o apoio das Forças Armadas garante que os voluntários sejam protegidos. Eles orientam os estudantes sobre a realidade local e os procedimentos de segurança adequados.
Essa colaboração entre Forças Armadas e universidades fortalece a capacidade do Projeto Rondon de alcançar áreas que, sem esse suporte logístico e de segurança, talvez fossem inacessíveis.
Os militares que desejam participar do Projeto Rondon devem buscar informações em sua unidade sobre a possibilidade de integrar as operações. A participação depende das necessidades de cada missão e da cooperação entre as Forças Armadas e o Ministério da Defesa.