Aviação de Patrulha da FAB: saiba mais sobre os guardiões do litoral brasileiro

Aviação de Patrulha da FAB: saiba mais sobre os guardiões do litoral brasileiro

O dia 22 de Maio é marcado pelo Dia da Aviação de Patrulha. Confira neste artigo que o Estratégia Militares preparou para você as principais informações e curiosidades sobre os guardiões do litoral brasileiro.

O Brasil tem mais de 8 mil km de litoral e uma imensa responsabilidade na proteção das riquezas submersas do mar territorial, como a área do pré-sal. As aeronaves de patrulha são empregadas para defender a soberania nacional e salvar vidas há mais de 70 anos.

História da Aviação de Patrulha da FAB

A história da Aviação de Patrulha da Força Aérea Brasileira (FAB) tem início durante a 2ª Guerra Mundial, em 1942. Os sucessivos ataques aos nossos navios mercantes pelos alemães e as invasões nas águas territoriais do Brasil pelos italianos, fez a instituição destinar parte da sua frota de aviões e pilotos à escolta dos navios e ao monitoramento e segurança do litoral brasileiro.

A criação da comemoração pelo Dia da Aviação de Patrulha se deu porque na data aconteceu a primeira ação da recém-criada FAB contra um submarino italiano. Não seria possível dizer que ele era inimigo, pois o Brasil ainda não tinha decretado guerra contra o Eixo.

O submarino Barbarigo possuía 8 tubos de torpedos, quatro metralhadoras antiaéreas e dois canhões de 100mm. Ele havia atacado um navio mercante brasileiro, o Comandante Lira, enquanto a FAB fazia um voo de instrução armada de patrulha. 

O avião utilizado, um Boeing B-25 bimotor, pertencia à Base Aérea de Fortaleza. Quando a tripulação avistou o submarino italiano, o qual quatro dias antes havia atacado o navio Comandante Lira, lançou contra ele quatro bombas de 45 kg. O Barbarigo revidou com um tiro antiaéreo e depois submergiu.

Esse submarino tem uma história de sete afundamentos pelo mundo todo. Atuou na América do Norte, na América do Sul, na Ásia, em Cingapura e acabou afundando no Golfo de Biscaia, na Europa. 

Os pilotos brasileiros que atacaram o submarino italiano eram os capitães aviadores Parreiras Horta e Pamplona, além de instrutores americanos que estavam a bordo.

Missão da Aviação de Patrulha da FAB

A Aviação de Patrulha da FAB realiza missões de busca e de salvamento (SAR) a náufragos, embarcações e aeronaves em alto mar. Isso é possível graças a tecnologias de radares e sensores a bordo dos aviões e militares treinados em busca e salvamento em alto mar.

Um dos membros da tripulação é o observador, que tem a missão de coordenar a equipe em voo, de processar as informações recebidas, de orientar as atividades de busca e salvamento e de auxiliar a tripulação na busca visual e no local da missão, 

Para monitorar a área de responsabilidade do Brasil no Oceano Atlântico, a FAB conta com três esquadrões de patrulha ao longo da costa, sendo eles:

  • Esquadrão Phoenix, em Florianópolis – SC
  • Esquadrão Netuno, em Belém – PA; e 
  • Esquadrão Orungan, em Salvador – BA.

As três unidades são responsáveis por manter a vigilância e a proteção da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira. A patrulha atua também contra crimes ambientais e fiscaliza a atividade econômica do Brasil.

No mar territorial brasileiro, principalmente após a descoberta de novas jazidas de petróleo no pré-sal, a fiscalização marítima por meio da aviação se intensificou, visto a alta cobiça internacional pela exploração petrolífera.

Aeronaves da Aviação de Patrulha da FAB

Atualmente, a FAB opera o P-95 (Bandeirulha) e o P-3AM (Orion) no patrulhamento da costa brasileira, protegendo e apoiando, em conjunto com a Marinha do Brasil, os 22 milhões de quilômetros quadrados da “Amazônia Azul”.

P-95 Bandeirulha

O início da história do P-95 na FAB foi em meados da década de 1970, visto que o antigo avião utilizado para o patrulhamento do mar territorial brasileiro, o B-69, já estava obsoleto. Como a Embraer havia lançado o EMB-110 Bandeirante, a FAB escolheu essa aeronave para substituir o B-69.

P-95AM Bandeirulha da Aviação de Patrulha da FAB
Divulgação: Cb Feitosa / FAB

Assim, surgiu o EMB-111 Bandeirante Patrulha, apelidado de Bandeirulha, que recebeu na FAB a designação de P-95. A aeronave é muito semelhante ao Bandeirante, mas como a missão de patrulha marítima exige longos voos, o Bandeirulha possui tanques extras que lhe permitem uma autonomia de mais de sete horas de voo, podendo alcançar até 2.500 km voados com carga máxima.

Em 2015, o Bandeirulha foi atualizado, passando a receber a designação de P-95M – o “M” refere-se à modernizado. A aeronave recebeu um novo radar, que possui alcance de localização de até 370 km, sendo capaz de seguir até 200 alvos em simultâneo e de registrar imagens em alta resolução. Além disso, foi atualizada toda a sua aviônica.

Dos três Esquadrões de Patrulha da FAB, o P-95M é operado por dois: 

  • Esquadrão Fênix, responsável pela porção sul da costa brasileira; e 
  • Esquadrão Netuno, responsável pelo litoral norte.

P-3 Orion

O P-3 Orion nasceu no final da década de 1950, após a Marinha dos Estados Unidos solicitar um substituto para seus aviões militares. Em 1999, a FAB comprou 12 P-3, versão “A”, sendo 8 para operação e 4 para canibalização – procedimento no qual as peças de aeronaves, consideradas inaptas para voo, são reaproveitadas nos aviões que estão aptos para voarem.

Essas aeronaves que tinham sido fabricadas entre 1964 e 1965 precisavam ser modernizadas com urgência. Mas o processo extremamente burocrático se arrastou por muitos anos, entre o final do governo Fernando Henrique Cardoso e o início do governo Lula.

P-3M Orion da Aviaação de Patrulha da FAb
Divulgação: Sgt Batista / FAB

Após muitas consultas, propostas e orçamentos, a EADS Casa Espanhola, atual Airbus Military, foi selecionada para modernizar as aeronaves. A primeira foi entregue em dezembro de 2010. A nona e última somente foi entregue em junho de 2014

Essas aeronaves com a designação P-3AM receberam os sistemas eletrônicos completamente novos, sensores atualizados e sistemas modernos de comunicação. 

A estrutura da aeronave recebeu alguns reforços, garantindo assim uma operação segura por muito tempo. Apesar dos seus mais de 55 anos de uso, o P-3 Orion é seguro, robusto, confiável e, principalmente, é barato de ser operado e mantido, motivo pelo qual segue ainda em operação em muitos países no mundo.


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