O socialismo utópico é a doutrina que deu origem ao socialismo científico. Os seus conceitos e filósofos são cobrados nas provas militares. Confira nesse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, a origem, os teóricos do socialismo utópico, informações e curiosidades.
Para os pensadores socialistas, a existência humana só é possível a partir da vivência em grupos e do compartilhamento da mesma base material. A condição individual, portanto, não se dá anteriormente à existência do homem como membro de um grupo.
Em outras palavras, o indivíduo não carrega dentro de si uma essência humana, mas constrói a partir da influência do contexto histórico o qual está inserido.
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Quais são os pensadores do socialismo utópico?
Os primeiros pensadores que se dedicaram a refletir sobre as desigualdades geradas pelo sistema capitalista foram os chamados socialistas utópicos. Os principais foram:
- Robert Owen (1771-1858);
- Charles Fourier (1772-1837); e
- Saint-Simon (1760 – 1837).
O que é o socialismo utópico?
As teorias desses pensadores tinham em comum a busca por uma sociedade ideal, em que a divisão de classes sociais e a busca pelo lucro não significassem a ausência de uma vida harmoniosa entre os indivíduos.
Quais foram os primeiros pensadores do socialismo utópico?
Aliás, o termo “utopia” remete à Grécia Antiga, onde ocorreram as primeiras reflexões sobre a vida dos homens em sociedade. Assim, Hipódamo e Platão dedicaram-se a pensar sempre em um modelo ideal de sociedade para o convívio humano.
Com o advento das Revoluções Industrial e Francesa, os socialistas utópicos retomaram o ideal da busca por uma sociedade perfeita.
Por mais que esses pensadores viessem a ser criticados por Marx e Engels em função do caráter pouco científico de suas conclusões, os seus escritos não deixaram de refletir um período em que as desigualdades econômicas entre os indivíduos começam a surgir em função do estabelecimento de uma nova ordem social.
Robert Owen
Um dos primeiros socialistas utópicos foi Robert Owen, um industrial galês, que entendia que o lucro era um elemento gerador de desigualdades, mesmo sendo um dos fundamentos da produção capitalista. Segundo Owen, a desigualdade gerada pelo lucro se dava a partir do momento em que o operário, muitas vezes, não se via em condições de adquirir os produtos que ele mesmo produziu.
Além dessas considerações a respeito da desigualdade social gerada pelo lucro dos capitalistas, Owen foi um industrial muito preocupado com as condições de trabalho dos operários, e suas ideias foram muito importantes para a insurgência de movimentos sociais por parte dos operários.
François Marie Charles Fourier
Além de também combater o lucro e a concorrência de mercado, François Marie Charles Fourier se notabilizou por ser um defensor das liberdades individuais. Para ele, a propriedade privada era a instituição responsável pela desigualdade entre os homens e se constituía como um obstáculo para que os desejos individuais pudessem ser expressos livremente.
Fourier foi um grande crítico das doutrinas liberais e as responsabilizava pela situação precária em que viviam os operários nas fábricas. O estrago causado pela difusão das doutrinas liberais somente poderia ser atenuado caso os indivíduos se reorganizassem em termos econômicos e sociais, levando em conta a natureza humana, ou seja, a tendência natural a se ter um convívio harmonioso com os semelhantes.
Para Fourier, o salário deveria deixar de existir, sendo que cada indivíduo receberia dividendos do trabalho coletivo de acordo com o nível de contribuição que ele deu à comunidade e à produção coletiva de bens. A intenção de Fourier seria reduzir ao máximo as coerções sociais sobre os indivíduos, deixando-os livres para trabalharem de acordo com suas aptidões e capacidades.
Saint-Simon
Outro socialista utópico que se tornou bastante conhecido foi Saint-Simon. Em sua obra mais famosa, chamada Nouveau Christianisme, Saint-Simon diz que a fraternidade entre os indivíduos deveria acompanhar o desenvolvimento tecnológico e científico das sociedades europeias.
Saint-Simon era um crítico do regime feudal e, por isso, ele via com bons olhos o desenvolvimento capitalista que colocaria no comando das sociedades modernas os industriais capitalistas e os cientistas. No entanto, essa liderança dos capitalistas frente à sociedade deveria ser controlada para que a sociedade não se desenvolvesse com grandes desigualdades entre os indivíduos.
O conhecimento científico, unido ao desenvolvimento tecnológico, inauguraria uma sociedade governada por aqueles que seriam mais capazes de gerar o crescimento das sociedades. Ainda que Saint-Simon não acreditasse em uma sociedade totalmente igualitária, ele não tinha dúvidas de que o crescimento material de uma sociedade traria naturalmente o bem-estar para as classes mais pobres.
No entanto, o desenvolvimento capitalista não traria como consequência a distribuição justa da riqueza produzida socialmente. É justamente uma elaboração mais sofisticada a respeito das condições de emergência do capitalismo, que diferencia o socialismo utópico do socialismo científico.
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Referências bibliográficas
- MARX, Karl Heidrich. Crítica à economia política. In: Contribuição para a crítica da economia política. Lisboa: Estampa, 1973.
- MARX Karl Heidrich; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Tradução de Conceição Jardim e Eduardo Nogueira. v.2. Lisboa: Presença; São Paulo: Martins fontes, 1976.
- _______. Manifesto do Partido Comunista. In.: Obras escogidas de Marx y Engels.
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