O transporte marítimo é uma das alternativas de transporte de mercadorias mais baratas disponíveis. Confira nesse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, mais informações sobre a navegação comercial no Brasil!
O modal marítimo é compreendido pelos transportes hidroviário, aquaviário e aquático. Utiliza como vias de passagem os mares abertos e fechados, os lagos e os rios para o deslocamento de cargas e passageiros.
É o mais utilizado para transportar grandes quantidades de mercadorias a longas distâncias. Por isso, é fundamental para as relações comerciais entre continentes. Os portos constituem as “portas” de comunicação entre os continentes e o restante do mundo, pois é por eles que se efetua a maior parte das relações estabelecidas no comércio internacional.
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Qual país possui mais portos no mundo?
Atualmente, a China detém seis dos dez maiores portos em relação ao tráfego de contêineres do mundo. O topo dessa lista é o de Cingapura. O porto de Roterdã, 3º maior do mundo e o maior da Europa, é o único não asiático entre os dez maiores.
Desvantagens do transporte marítimo
Esse meio de transporte apresenta algumas desvantagens devido à sua lentidão e à necessidade de integração com outros modais – transferência de mercadorias do transporte marítimo para o rodoviário, por exemplo.
Nesse processo, a criação dos contêineres foi de fundamental importância para promover a integração entre os modais de transporte. Essas grandes caixas metálicas são padronizadas mundialmente, o que facilita o sistema de carga e descarga em qualquer porto do mundo.
Além disso, muitos caminhões e trens conseguem transportar contêineres, o que interliga os modais de transporte com maior facilidade.
Contudo, o transporte marítimo apresenta entraves relacionados às condições físicas. A navegação dos rios, por exemplo, é muito dependente dessas condições, tais como: a existência de regiões mais ou menos planas, o débito do rio – quantidade de água que passa em um determinado local do rio em dado momento – e a extensão dele.
O deslocamento de pessoas por meio do transporte marítimo teve um papel determinante nas viagens intercontinentais do passado. Esse modal detém, atualmente, uma reduzida importância, uma vez que foi substituído principalmente pelo transporte aéreo, mais cômodo e rápido.
Transporte marítimo internacional
O sistema de transporte internacional é feito majoritariamente pelos oceanos. É o meio de transporte de menor custo a longas distâncias, o que justifica a sua utilização maciça no comércio mundial, cerca de 75% das mercadorias transportadas anualmente.
O mercado asiático é líder de movimentações em portos internacionais, com destaque para os portos da China e de Cingapura. Os grandes e mais modernos portos da atualidade contam com um sistema intermodal bem articulado e desenvolvido, ou seja, possui uma boa ligação com vários modais.
No Brasil, esse tipo de transporte carece de uma série de melhorias, principalmente após o aumento da participação do país no comércio internacional nos últimos anos.
Transporte marítimo no Brasil
O transporte marítimo interno no Brasil é subutilizado. Apesar de contar com grandes rios aptos a transporte, como na Bacia Amazônica, a distância para o principal polo econômico do Brasil, o Sudeste, reduz seu aproveitamento. Mesmo assim, a hidrovia do Rio Madeira é muito utilizada para o transporte da soja produzida no Centro-Oeste.
Hidrovias no interior do Brasil
As hidrovias internas mais utilizadas no Brasil são as do Rio São Francisco, que vai de Pirapora (MG) a Juazeiro (BA), mais utilizada para o transporte de produtos agrícolas e minérios, e as hidrovias Tietê-Paraná e Paraná-Paraguai, as principais vias de transporte integrado aos países do Mercosul, tanto que é conhecida como a “Hidrovia do Mercosul”.
A navegação nessa hidrovia demanda obras de engenharia, pois é composta de vários trechos acidentados,o que impossibilita navegar por todo o curso. Por essa razão, são construídas eclusas, canais laterais utilizados para transpor os desníveis do relevo, funcionando como “elevadores hidráulicos”.
Além das hidrovias anteriormente citadas, há a hidrovia Tocantins-Araguaia. Os problemas relativos a essa hidrovia são de ordem natural, visto que são formados bancos de areia ao longo do trajeto durante o período de estiagem, e de ordem social, pois ela atravessa áreas indígenas e unidades de conservação.
A adoção de hidrovias surge como uma alternativa viável no Brasil, devido à extensa rede de drenagem do país, além de se constituir uma forma de desafogar o tráfego de cargas nas rodovias.
Principais portos brasileiros
A situação dos portos brasileiros é problemática, pois eles não têm acompanhado o ritmo de crescimento do comércio internacional. Os principais entraves enfrentados são:
- Investimentos insuficientes;
- Volume de carga;
- Enorme burocracia;
- Valor elevado das taxas alfandegárias; e
- Problemas de infraestrutura e os altos custos que os terminais possuem nas principais zonas portuárias do país.
Em decorrência da ineficiência dos serviços portuários e da burocracia, a exportação de um produto em contêineres, pelo porto de Santos (SP), por exemplo, demora, em média, 18 dias.
Entre os diversos portos marítimos e fluviais do Brasil, dois podem ser considerados de primeira categoria, por serem mais diversificados e amplos, sendo eles o de Santos e o do Rio de Janeiro. Porém, outros também se destacam no país, entre eles pode-se destacar:
- Porto de Santana, junto a Macapá – minério de manganês;
- Porto de Areia Branca, no Rio Grande do Norte – sal marinho;
- Porto de Malhado, em Ilhéus (BA) – Cacau;
- Porto de Sepetiba (RJ) – minério de ferro e aço;
- Porto de Itajaí (SC) – pescado;
- Porto de São Sebastião (SP) – petróleo;
- Porto de São Francisco do Sul (SC) – madeira;
- Porto de Maceió (AL) – açúcar e petróleo;
- Porto de São Luís / Itaqui (MA) – ferro – oriundo, principalmente, de Carajás (PA);
- Porto de Paranaguá (PR) – soja; e
- Porto de Tubarão (ES) – aço e minério de ferro – oriundo, principalmente de Minas Gerais.
Porto de Santos
O porto de Santos é o mais movimentado da América Latina e, há muitos anos, serve não somente ao estado de São Paulo, mas também a todo o Brasil. Vale ressaltar, também, que os portos brasileiros se caracterizam por serem obsoletos, apresentarem baixa eficiência e terem um alto custo operacional, o que reduz a competitividade do país no cenário internacional.
Navegação de cabotagem
Cabotagem é a navegação realizada entre portos do país pelo litoral ou por vias fluviais. No Brasil, a navegação de cabotagem só pode ser realizada por embarcações construídas no país, o que deu origem aos atuais cartéis da cabotagem.
As empresas que detêm a propriedade desses navios são protegidas da competição dos navios estrangeiros, maiores e mais eficientes, o que permite a elas cobrir os fretes elevados.
Contudo, a prática do incentivo a esse tipo de navegação, oferecendo vantagens operacionais, é mundial. Inclusive, por questão de segurança nacional e garantia de abastecimento, a cabotagem é sempre realizada por empresas de bandeira nacional.
Outra questão a se considerar é a garantia de construção de navios destinados à cabotagem, nos estaleiros nacionais. Dessa maneira, a construção naval rende empregos e faturamento às economias internas.
Transporte marítimo no Brasil: corredor de exportação de Paranaguá
Podem ser relacionados como principais produtos de exportação nesse corredor:
- Café;
- Algodão;
- Soja;
- Milho;
- Carne; e
- Madeira.
Transporte marítimo no Brasil: corredor de exportação de Santos
Atende à principal região econômica do país e está diretamente relacionado ao porto de Santos, compreendendo todo o estado de São Paulo, além de Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Entre as commodities agrícolas voltadas à exportação, destacam-se:
- Café;
- Açúcar;
- Milho;
- Algodão; e
- Carne.
Também é muito variada a exportação de produtos manufaturados, atendendo à grande concentração de indústria da região Sudeste, principalmente em Minas Gerais e São Paulo.
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Referências
- MAGNOLI, Demétrio – Geografia: paisagem e território: geografia geral e do Brasil – 3ª Ed. Reform. – São Paulo: Moderna, 2001.
- SENE, Eustáquio de. Globalização e espaço geográfico. 1ª ed. São Paulo: Contexto, 2012.
- TERRA, Lygia. ARAÚJO, Regina. GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil: volume único.
- Agência Nacional de Transportes Terrestres. Disponível em: https://www.gov.br/antt/pt-br/acesso-a-informacao . Acesso em: Junho de 2023.
- Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes. Disponível em: https://www.gov.br/dnit/pt-br/acesso-a-informacao . Acesso em: Junho de 2023
