O tectonismo é um dos objetos de estudo da geomorfologia, que corresponde ao ramo da geografia que se dedica ao estudo das formas de relevo. Elas existem porque foram formadas pela ação de um processo ou de um grupo de processos.
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No decorrer do tempo geológico, em síntese, diversas formas de relevo foram construídas pelos agentes endógenos (ou internos) e esculpidas pelos agentes exógenos (ou externos) – ou seja, o relevo resulta da atuação de dois tipos de forças que atuam simultaneamente, denominados agentes do relevo.
As forças internas são as principais responsáveis por criar o relevo, sendo, portanto, forças construtoras, tais como o tectonismo, o vulcanismo e os abalos sísmicos. As forças externas, por sua vez, são responsáveis pela erosão e pela modelagem do relevo.
Porém, se as forças erosivas e as construtoras agem simultaneamente, por que o relevo não se apresenta plano ou com poucos desníveis? Isso se deve à diferença de intensidade com que esses agentes atuam.
Agentes endógenos
Denominam-se agentes endógenos ou internos as forças oriundas do interior da crosta, ou vindos do manto e até mesmo do núcleo tais como tectonismos, vulcanismos e terremotos.
Tectonismo
O tectonismo, também denominado diastrofismo (distorção), é um movimento – prolongado ou não – que ocorre na crosta terrestre e que pode provocar deformações nas rochas. O diatrofismo se manifesta de duas maneiras: por meio da epirogênese e por meio da orogênese.
A epirogênese corresponde aos movimentos verticais que são responsáveis por rebaixamentos e soerguimentos da crosta. O âmbito de sua ocorrência é continental. Esses movimentos não afetam a estrutura das camadas do relevo nem geram uma nova estrutura, como falhas, dobras, entre outros. Ao contrário, conservam as estruturas preexistentes.
O movimento epirogenético ocorre quando se rompe o equilíbrio isostático, isto é, quando há um acúmulo de força em uma determinada região da crosta e ela é obrigada a penetrar no manto.
A isostasia, do grego isos, “igual”, e stasi, “parada”, ou movimento isostático, corresponde a um mecanismo de ajuste que permite a explicação dos movimentos epirogenéticos na crosta terrestre.
Quando uma área da litosfera atinge o equilíbrio entre o peso relativo da placa e a sua porção inserida na astenosfera, essa região alcança o equilíbrio isostático.
A isostasia e a menor densidade da crosta continental em relação à oceânica são as razões pelas quais a Terra tem dois níveis topográficos, como o continental, mais elevado, e o oceânico mais rebaixado.
Quanto mais espesso for o bloco continental, maior é a estabilidade dele, pois está mais profundamente incrustado no manto magmático.
Assim, os continentes são mais elevados porque são compostos de material menos denso que o dos fundos oceânicos e as grandes cadeias montanhosas, por sua vez, são mais altas porque apresentam uma raiz proporcionalmente profunda de material pouco denso.
Já as dorsais mesoceânicas são elevadas em relação ao fundo oceânico por causa do elevado fluxo térmico a que essas regiões estão sujeitas. Em consequência disso, as rochas oceânicas presentes nessas áreas têm densidade menor do que nas demais regiões oceânicas.
Como a epirogênese é um fenômeno que ocorre lentamente, sua observação direta só pode ser feita em algumas partes da Terra, nas quais, excepcionalmente, ocorre de maneira mais rápida.
Como por exemplo, pode-se citar o caso da Península Escandinava, onde se nota elevações em torno de 38 centímetros por século, decorrentes do alívio de peso. Isso se deve à diminuição da carga de gelo que a península suporta desde a última glaciação a que esteve sujeita.
A epirogênese, ao provocar os rebaixamentos e soerguimentos, pode influenciar nos litorais – por meio de transgressões e regressões marinhas –, na hidrografia – aumentando ou diminuindo o débito dos rios – e também no desgaste erosivo, por meio do transporte e deposição de sedimentos nas áreas de ocorrência.
A orogênese vem do grego oros ou “montanha” e de genus, “origem” ou “geração”. Ela corresponde aos esforços internos horizontais da crosta terrestre, de curta duração mas de grande intensidade, que geram dobramentos.
Isso ocorre quando a força é exercida sobre terrenos formados por rochas maleáveis ou plásticas, bem como fraturas e falhas, quando exercidos sobre camadas de rochas rígidas que oferecem resistência às pressões tectônicas.
Os principais elementos de uma dobra são o anticlinal, parte convexa da dobra, e o sinclinal, parte côncava da dobra.
A ocorrência do movimento orogênico é mundial e por breves e nítidos períodos de tempo, separados por longos intervalos de quietude. O movimento orogênico ocorre desde o Pré-Cambriano até o Cenozoico, sendo, portanto, antigo ou recente.
Quando a movimentação tectônica ocorre em rochas rígidas, podem ocorrer fraturas e falhas. Entende-se como fratura ou diáclase uma área em que a movimentação tectônica provocou a quebra das camadas rochosas sem provocar deslocamentos nítidos entre as partes quebradas. Por sua vez, entende-se como falhas as fraturas nas quais ocorrem deslocamentos nítidos das partes quebradas.
Em um conjunto de falhas sucessivas são formadas paisagens, da seguinte maneira: quando um bloco se eleva, ele recebe o nome de horst e, quando se rebaixa, de graben.
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