Distribuição espacial da população e os indicadores demográficos: saiba mais!

Distribuição espacial da população e os indicadores demográficos: saiba mais!

A distribuição da população é muito estudado atualmente. Por trás das tabelas que indicam o número de pessoas existentes no mundo ou em determinado país, há uma realidade social complexa que deve ser analisada. Para saber mais, confira esse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você!

O primeiro aspecto que deve ser levado em consideração quando se analisa o fenômeno demográfico é que o mundo é formado por diferentes sociedades, caracterizadas pelos mais variados hábitos, costumes, tradições, situações, sistemas, organizações e níveis de desenvolvimento.

Um segundo aspecto é que, no interior de um espaço ocorrem variações de ordem quantitativa, como número de habitantes, densidade demográfica, entre outros. Também há a forma qualitativa, como a distribuição de renda, estrutura de ocupação, distribuição dos recursos, infraestrutura, entre outros.

Essa diversidade de distribuição na ocupação do espaço se deve a três fatores principais, que normalmente estão inter-relacionados:

  1. Meio físico;
  2. Socioeconômicos; e
  3. Históricos.

Distribuição da população e o meio físico

Embora suporte grandes variações no meio físico, o homem possui limitações e preferências relativas a alguns fatores, como:

  • Temperatura;
  • Vegetação;
  • Disponibilidade de água;
  • Qualidade dos solos;
  • Tipos de relevo, entre outros.

A partir disso, definem-se áreas ecúmenas, que são áreas propícias à ocupação e à permanência, e áreas anecúmenas, como ambientes hostis à ocupação humana. Os elementos da natureza atuam em conjunto; entretanto, eles também podem ser um fator limitante. 

Fatores físicosAlta densidadeBaixa densidade
Relevo / AltitudeTerras baixas e planas. Por exemplo, no Vale do Rio Ganges, na Índia.Altas montanhas, como o Himalaia ou os Andes.
RecursosÁreas ricas em recursos (como carvão, petróleo, madeira, pesca) tendem a ser povoadas, por exemplo, na Europa Ocidental.As áreas com poucos recursos tendem a ser pouco povoadas, por exemplo, o Sahel saariano.
ClimaAs áreas com climas temperados tendem a ser densamente povoadas, pois há bastante chuva e calor adequado para o cultivo, por exemplo, no Reino Unido.As áreas com climas extremos, quentes e frias, tendem a ser pouco povoadas, por exemplo, o Deserto do Saara e as áreas polares.

Distribuição da população e os fatores socioeconômicos

As diferentes formas de produção, natureza e finalidade de produtos exigem maior ou menor concentração populacional.

Fatores humanos Alta densidadeBaixa densidade
PolíticosOs países com  governos estáveis tendem a possuir uma elevada densidade populacional, por exemplo, o Japão.Países instáveis tendem a possuir densidades mais baixas de população, por exemplo, o Afeganistão.
SocialHá certos grupos de pessoas que preferem viver perto uns dos outros, buscando maior segurança, por exemplo, cidadãos dos EUA.Outros povos preferem viver mais isolados, valorizando a privacidade e a independência, por exemplo, os escandinavos.
EconômicoBoas oportunidades de trabalho estimulam grandes densidades populacionais, particularmente nas grandes cidades.Oportunidades limitadas de emprego de algumas áreas as levam a serem pouco povoadas, por exemplo, a região Amazônica.

Fatores históricos na distribuição da população

Considera-se a época de ocupação dos diversos espaços. As áreas de ocupação tendem a apresentar maior adensamento populacional. Já as de ocupação mais recente apresentam, normalmente, densidades menores. 

As áreas antigas de maior adensamento são:

  • Os vales fluviais da Ásia, da África e da Europa;
  • O nordeste dos EUA; e
  • As áreas litorâneas da América do Sul.

São vários os fatores que contribuem para a grande heterogeneidade da distribuição da população mundial. As áreas superpovoadas opõem-se a outras consideradas verdadeiros vazios demográficos, como o extremo norte da América, da Europa e da Ásia e também grande parte do norte da África e extremo sul da América, assim como o interior da Ásia, da Austrália, da América do Norte e toda a Antártida.

População

Indicadores demográficos

Durante milênios, existiu um equilíbrio entre os índices de natalidade e de mortalidade. Para cada grupo de mil habitantes, nasciam cerca de 40 a 45 crianças e morriam cerca de 35 a 40 pessoas. 

Isso produzia um crescimento vegetativo pequeno, de mais ou menos 0,5% ao ano. No entanto, após a Revolução Industrial, as taxas ou índices de mortalidade diminuíram, o que explica a aceleração demográfica.

Os índices de mortalidade

A queda das taxas de mortalidade ocorreram primeiro na Europa Ocidental, no século XVIII, e propagou-se por todo o mundo, principalmente no século XX. Isso determinou um desequilíbrio entre os índices de natalidade, que se mantiveram estáveis, e os de mortalidade, que diminuíram consideravelmente.

As razões dessa diminuição brusca se devem às transformações sociais motivadas pela industrialização e pela modernização social e econômica ocorrida em diversas nações da Europa. Pouco a pouco, as populações passaram a concentrar-se nas cidades, principalmente nas metrópoles.

Esses benefícios foram os principais fatores da queda dos índices de mortalidade, além dos notáveis progressos na medicina ocorridos a partir do século XIX. 

Já no século XX, com a descoberta dos antibióticos – como a penicilina, em 1928 – foi possível tratar doenças até então quase incuráveis, como a pneumonia e a tuberculose, o que diminuiu o número de mortes significativamente.

A qualidade da alimentação da população também melhorou muito, principalmente nos países desenvolvidos. As pessoas passaram a consumir mais carne, leite, ovos, frutas, verduras, entre outros. 

Os alimentos industrializados, a higienização dos alimentos, além de uma boa alimentação foram importantes fatores de diminuição da mortalidade.

É importante destacar que os índices de mortalidade apresentam oscilações ao longo do tempo. Esses índices variam de acordo com a evolução da transição demográfica de cada país. Um país que já está em estágio avançado em sua transição, possui uma maior quantidade de idosos, por isso os índices de mortalidade aumentam nesse grupo da população.

Nos demais países, principalmente no mundo subdesenvolvido, a queda dos índices de mortalidade é mais recente. Até as primeiras décadas do século XX, os países subdesenvolvidos apresentavam taxas de mortalidade de 3,0 a 4,0%. Após a década de 1950, houve redução desses índices, principalmente por melhorias médico-sanitárias e aumento da produtividade agrícola.

Em alguns países, como Argentina, Chile, Uruguai, Brasil e Venezuela, a queda foi maior, enquanto outros, localizados principalmente na África e no sul da Ásia, até hoje os índices de mortalidade se mantêm elevados.

Os índices de natalidade

Já os índices de natalidade têm decrescido progressivamente no mundo todo, embora com algumas décadas de atraso em relação aos índices de mortalidade. Nos países desenvolvidos, o número de nascimentos diminui desde o século XIX. 

Hoje, em alguns países, principalmente europeus, esses índices são tão baixos que os governos procuram incentivar as famílias a terem mais filhos a fim de evitar a diminuição da população, que poderá certamente refletir mais tarde na carência de mão de obra. 

Logo, com esse incentivo, o governo pretende evitar a necessidade de contratar imigrantes, potencial causa de conflitos xenofóbicos nos países desenvolvidos.

No mundo subdesenvolvido e em alguns países do antigo bloco socialista, a diminuição da natalidade é mais recente. 

Países como a China e a Índia diminuíram sensivelmente as suas taxas de natalidade, porém alguns países africanos e asiáticos ainda possuem taxas elevadas. Já em outros países dessas regiões e da América Central, a diminuição da natalidade tem sido mais lenta.

Apesar das diferenças de ritmo, é provável que, nas próximas décadas deste novo século, os índices de nascimentos nos países subdesenvolvidos, que ainda são altos, diminuam cada vez mais.

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