A demografia é uma das formas científicas para o estudo das populações humanas e seus dados são essenciais para o planejamento público. Para saber mais, confira este artigo que o Portal Estratégia Militares preparou para você!
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Origem da demografia
A palavra demografia se origina das palavras gregas demos, população, e graphein, estudo, e se refere ao estudo das populações humanas e sua evolução temporal em relação ao seu número, sua distribuição espacial, sua composição e suas características gerais.
Há alguns anos, o mundo tem observado uma revolução silenciosa no que se refere ao comportamento demográfico. Na maioria das novas famílias, os casais têm optado por terem poucos filhos ou até mesmo nenhum. Contudo, nas gerações anteriores, os casais possuíam muitos filhos e, assim, as famílias eram bem maiores que as atuais.
Apesar da redução do número de filhos verificada em algumas regiões do globo, a população mundial continua a crescer. De acordo com a ONU, em 2024, a população mundial chegou a 8,2 bilhões de habitantes e pode superar os 10 bilhões de pessoas ainda neste século.
Nesse sentido, a demografia, ou seja, o estudo da população, deve acompanhar a dinâmica da sociedade, uma vez que, para a aplicação de políticas públicas que atendam às necessidades da população, é imprescindível o conhecimento das variações da estrutura populacional de um país.
As principais variáveis demográficas correspondem:
- Ao tamanho da população;
- À distribuição por sexo, idade e estado civil;
- À distribuição segundo a região geográfica de residência atual, anterior e de nascimento; e
- Aos índices de natalidade, fecundidade e mortalidade.
O que é população absoluta e relativa?
População absoluta é o número total de habitantes de uma unidade especial. Quando determinado lugar possui um grande número de habitantes, a região é caracterizada como populosa, ao passo que, quando possui um pequeno número, se diz que é pouco populosa.
Já a população relativa é a distribuição de um recorte espacial pela sua área, ou seja, a densidade demográfica da região, resultado da média de habitantes por quilômetro quadrado (DD = hab./km²).
Quando determinado território possui elevada densidade demográfica, a área é denominada povoada e, quando possui baixa densidade demográfica, dizemos que é francamente povoada.
Nem sempre um país populoso é densamente povoado, pois, apesar de ter uma população elevada, ele pode ter um território muito grande e, com isso, a sua densidade será baixa.
A Rússia, por exemplo, possui 8,80 hab./km² para uma população de 143.555.736 habitantes. Por outro lado, países densamente povoados não são necessariamente populosos, como o Bahrein, que possui aproximadamente 1.882,13 hab./km² para uma população de cerca de 1.472.233 habitantes.
O que é o superpovoamento?
Uma situação de superpopulação não depende apenas da população total ou da densidade demográfica da população, mas, também, da relação entre a população e os recursos naturais disponíveis e da forma como eles são utilizados e distribuídos por toda a população.
Uma área é considerada superpovoada quando o número de habitantes ultrapassa o limite até o qual o Estado garantiria o bem-estar socioeconômico da população.
O superpovoamento pode resultar de um aumento de nascimentos, de um declínio na taxa de mortalidade devido a avanços da medicina, de um aumento na imigração ou de um esgotamento dos recursos.
Países como a Holanda, a Bélgica e o Japão, apesar de serem densamente povoados, não são considerados superpovoados, visto que, considerando a área ocupada, suas populações apresentam elevado nível de desenvolvimento socioeconômico e de bem-estar social.
Por outro lado, países como Bangladesh, Índia e Brasil são considerados superpovoados em virtude do nível de desenvolvimento econômico e tecnológico insuficiente.
O que é o crescimento natural ou vegetativo?
O crescimento natural ou vegetativo corresponde à diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade de uma população. Quanto maior for a diferença entre essas taxas – com o número de nascimentos maior do que o de mortalidade –\, maior será o crescimento vegetativo da população.
CV = taxa de natalidade – taxa de mortalidade
O que é a taxa de natalidade?
A taxa de natalidade expressa a relação que há entre o número de nascimentos e o número total de habitantes de um lugar, em determinado intervalo de tempo. Obtemos essa taxa tomando o número de nascimentos ocorridos durante o ano, multiplicando-o por 1.000 e dividindo o resultado pela população absoluta.
Taxa de natalidade = (número de nascimentos x 1.000) ÷ número de habitantes
O que é a taxa de mortalidade?
A taxa de mortalidade expressa a relação entre o número de óbitos ocorridos e o número total de habitantes de um local em determinado intervalo de tempo.
Taxa de mortalidade = (número de óbitos x 100) ÷ número de habitantes
O que é crescimento demográfico ou total?
O crescimento demográfico é a diferença existente entre o crescimento vegetativo e o saldo migratório, isto é, as taxas de emigração e imigração. Quando se trata de indicar o crescimento da população mundial, considera-se somente o crescimento vegetativo.
CD = (taxa de natalidade – taxa de mortalidade) + (imigração – emigração)
O que é a taxa de fecundidade?
A taxa de fecundidade é uma estimativa do número médio de filhos que uma mulher teria até o final de sua idade reprodutiva. Corresponde, dessa forma, à relação entre nascidos vivos e mulheres em idade reprodutiva.
De acordo com a ONU, em diversas partes do mundo, se essa taxa for igual a 2,1, há reposição populacional, desconsiderando as migrações e emigrações. A tendência de queda no número de filhos é observada no Brasil desde a década de 1960, com a introdução de novos métodos contraceptivos.
Em agosto de 2024, uma pesquisa realizada pelo IBGE concluiu que a taxa de fecundidade no Brasil, ou seja, a quantidade de filhos que cada brasileira gera, diminuiu para 1,57 filhos em média.
Esse dado aponta para uma retração do crescimento populacional e para o fato de que a fecundidade das mulheres brasileiras está se aproximando rapidamente da observada nos países desenvolvidos.
Com a taxa de fecundidade nesse nível, a população brasileira deverá começar a diminuir antes do esperado, no ano de 2042. Nesse sentido, o governo brasileiro precisa tomar decisões rápidas em termos de políticas públicas eficientes, visto que essa queda na taxa de fecundidade acelera o envelhecimento da população.
Como consequência, o sistema previdenciário do país estará, daqui a alguns anos, sobrecarregado, posto que haverá mais dependentes do que contribuintes.
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