Abalos Sísmicos: os agentes do relevo terrestre, como ocorre e mais!

Abalos Sísmicos: os agentes do relevo terrestre, como ocorre e mais!

Os abalos sísmicos são provocados pela movimentação que ocorre entre blocos de rochas situadas no interior da crosta terrestre. Para saber mais, confira esse artigo que o Estratégia Militares preparou para você!

Quando ocorre o deslocamento entre os blocos tectônicos, formam-se tremores que se propagam em forma de ondas  em todos os sentidos. Os terremotos podem ser provocados, principalmente, por acomodação de camadas, por vulcanismos e, principalmente, por movimentação tectônica.

Como ocorrem os abalos sísmicos?

Os abalos sísmicos, ou tremores de terra, são causados em função dos movimentos realizados pelas placas.

Abalos sísmicos por desmoronamentos internos

Os tremores decorrentes desse processo são de baixa intensidade e geograficamente restritos, afetando apenas a região de ocorrência.

Os desmoronamentos internos podem ocorrer de duas formas. A primeira é pela dissolução de rochas, devido a circulação da água subterrânea.

Áreas de relevo cárstico, ou seja oriundos da corrosão do solo, são mais propensas a ocorrência dessa situação, em função da grande porosidade das rochas calcárias. A forma remete a acomodação dos sedimentos que pode acontecer devido à alguma mudança de peso sobre um determinado terreno.

Abalos sísmicos ocasionados por vulcões

Esses tremores têm sua origem ligada às explosões vulcânicas, ou à acomodação das áreas onde ocorreu a saída do magma.

Quando se refere a terremotos, é comum a confusão entre duas palavras: intensidade e magnitude.

A intensidade se refere ao grau de destruição, perdas humanas e materiais, já a magnitude se refere a quantidade de energia liberada por um sismo.

Desse modo, foram definidas, respectivamente, as escalas Mercalli e Richter de modo a conseguir definir melhor as características dos tremores, quando necessário.

Além desses dois conceitos existem outros dois também relevantes: hipocentro e epicentro. O hipocentro, ou Foco, é o local onde o sismo é gerado; já o epicentro, é a região onde o tremor se manifesta na superfície.

Escala Richter

A escala Richter foi criada pelo sismólogo Charles Francis Richter, em 1935, e busca classificar a energia sísmica liberada durante um tremor, a partir de um sismógrafo.

A magnitude definida por essa escala corresponde ao logaritmo da medida da amplitude das ondas sísmicas do tipo P e S, a 100 km do epicentro.

Abalos sísmicos

Divulgação: Wikicommons

Graus na escala Richter

Nesta escala, um terremoto de magnitude 5,3 é considerado moderado, já os mais violentos apresentam magnitude superior a 8,0. Considere que a escala usa a base logarítmica, em que cada acréscimo de um número inteiro representa um aumento 10 vezes maior na amplitude medida. 

Isso equivale a dizer que um abalo na escala cinco emite 10 vezes mais vibrações que um na escala quatro, e que um abalo na escala seis emite 100 vezes mais vibrações do que na escala quatro.

Como a escala criada por Richter não permite avaliar a intensidade sísmica de um tremor, utilizam-se também escalas de intensidade, tais como a escala de Mercalli.

Escala de Mercalli

Criada em 1902 pelo sismólogo italiano Giuseppe Mercalli, essa escala, ao contrário da escala de Richter, não se baseia em registros sismográficos e sim nos efeitos ou danos produzidos nas estruturas e que são percebidos pelas pessoas nas imediações do abalo.

O Brasil não está livre de abalos sísmicos

O Brasil se encontra na região central de uma placa tectônica muito grande: a placa sul-americana. Ela está há milhares de quilômetros de distância dos limites com a placa africana, a leste, e com a placa de Nazca, a oeste.

Nem por isso, porém, o Brasil está isento de abalos sísmicos, pois há regiões da placa sul-americana que são mais fracas e podem trincar com as pressões relacionadas à sua movimentação geral. 

O geólogo Joaquim Mendes Ferreira, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e coordenador do laboratório de sismologia, explica que existem sismos intraplaca, que ocorrem no interior da placa, e sismos de borda de placa, que ocorrem nas margens ou limites de placas.

Os sismos de borda de placas são mais frequentes e podem atingir magnitudes maiores que os sismos intraplaca, de acordo com Ferreira.

Segundo o geólogo da UFRN, todos os sismos que ocorrem no Brasil são do tipo intraplaca, com exceção dos sismos profundos do Acre, que ocorrem a 600 km de profundidade. 

Nesse caso, esclarece Marcelo Assunção, geólogo e professor da USP, “a placa de Nazca está mergulhando por baixo da placa sul-americana e os sismos quase não são sentidos na superfície”. 

Muitos sismos brasileiros ocorrem em profundidades que vão da superfície até 40 km de profundidade, mas a maioria se dá nos primeiros 10 km de profundidade.

Em março de 2010, Alagoinha, cidade localizada no agreste de Pernambuco, a 225 km de Recife, registrou 65 pequenos tremores de terra em oito dias. 

Segundo Assunção, esses tremores foram devidos a movimentações abruptas em falha geológicas, com extensões de algumas dezenas de metros e, por isso, com vibrações bem mais fracas que as do Chile, do Haiti e do México.

Existem fatores geológicos que influenciam a distribuição do sismos. De acordo com os conhecimentos atuais, a região nordeste do Brasil é a de maior atividade sísmica do país. Mas isso não quer dizer que essa atividade sísmica se distribui uniformemente.

Essa sismicidade é mais intensa na borda da bacia Potiguar, Noroeste do Ceará, no lineamento Pernambuco. Trata-se de uma falha geológica de 700 km de extensão e 30 m de profundidade que atravessa longitudinalmente o estado de Pernambuco. Outro lugar é o recôncavo da Bahia, região em torno da Baía de Todos os Santos, onde se situa Salvador.

Como é detectado a atividade sísmica?

O conhecimento da atividade sísmica depende essencialmente de dois tipos de dados: os macrossísmicos e os instrumentais. 

Os dados macrossísmicos provém de relatos feitos por pessoas, enquanto os dados  instrumentais são obtidos analisando registros de estações sismográficas.

Portanto, o conhecimento sobre os abalos sísmicos numa dada região depende da data a partir de quando ela foi ocupada, em termos históricos e de sua densidade populacional. Depende também da densidade de estações sismológicas nas regiões onde ocorrem os tremores.

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Referências

http://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-76542010000300008&lng=pt&nrm=iso

https://exame.com/ciencia/sao-paulo-teve-grande-terremoto-ha-25-milhoes-de-anos-diz-estudo/

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