Processos de eletrização: veja os tipos e faça exercícios!

Processos de eletrização: veja os tipos e faça exercícios!

Aprenda os tipos de eletrização e como aplicá-los em exercícios. Essencial para ENEM e vestibulares.

Compreender os processos de eletrização – por atrito, contato e indução – não só amplia nosso conhecimento sobre a transferência de cargas elétricas, mas também nos capacita a resolver problemas práticos, um diferencial para quem estuda Física.

Este guia detalhado produzido pelo Estratégia Militares oferece uma exploração profunda dos tipos de eletrização, fornecendo exemplos práticos e exercícios que consolidam o aprendizado. Conheça tudo a seguir!

O que é eletrização?

Eletrização é o fenômeno pelo qual um corpo inicialmente neutro adquire carga elétrica, tornando-se eletricamente carregado. Corpos neutros possuem igual quantidade de prótons, que são partículas subatômicas com carga positiva, e elétrons, que têm carga negativa. O processo de eletrização envolve a transferência de elétrons de um corpo para outro.

Para compreender melhor, é essencial distinguir que os prótons estão presos no núcleo atômico e, portanto, não participam do processo de eletrização. Ao acrescentar elétrons a um corpo, este se torna negativamente carregado; ao remover elétrons, torna-se positivamente carregado.

Tipos de eletrização

Existem três formas distintas de eletrização: por atrito, por contato e por indução. Cada uma delas envolve mecanismos específicos de transferência de elétrons e apresenta características únicas.

Eletrização por atrito

O processo de eletrização por atrito ocorre quando dois corpos isolantes são esfregados um contra o outro. Esse atrito fornece energia suficiente para que os elétrons, que estão fortemente atraídos pelos núcleos de seus próprios átomos, possam se mover de um corpo para o outro. Em consequência:

  • Um dos corpos perde elétrons e se torna positivamente carregado.
  • O outro corpo ganha elétrons e se torna negativamente carregado.

Ao final, ambos os corpos terão cargas de módulos iguais, porém de sinais opostos.

Um exemplo clássico ocorre ao esfregar um balão contra o cabelo. O balão fica negativamente carregado enquanto o cabelo fica positivamente carregado. Esse fenômeno é explicado pela série triboelétrica, uma tabela que categoriza materiais pela sua tendência em perder ou ganhar elétrons.

Eletrização por contato

A eletrização por contato envolve dois corpos condutores que se tocam, onde pelo menos um deles já está previamente carregado. Nesse tipo de eletrização, os elétrons movem-se livremente devido à alta mobilidade típica dos materiais condutores, equilibrando as cargas entre os corpos.

Se dois condutores idênticos se tocam, a carga final em cada corpo é a média aritmética das cargas originais. No caso de contato simultâneo entre múltiplos corpos, a quantidade deles deve ser considerada na média.

Quando os corpos têm tamanhos diferentes, as cargas se ajustam até que o potencial elétrico seja igual para ambos. Isso é calculado considerando os raios dos corpos e suas cargas iniciais.

Eletrização por indução

Neste processo, um corpo carregado (indutor) é aproximado de um corpo neutro (induzido), causando a polarização das cargas internas do corpo neutro, ou seja, separação de suas cargas positivas e negativas. Para que o corpo induzido fique carregado:

  • Aproxima-se o indutor do induzido.
  • O induzido é aterramento, permitindo a movimentação dos elétrons entre ele e a terra.
  • Após a retirada do aterramento e do indutor, o corpo induzido permanece eletrizado.

Esse método é frequentemente utilizado em para-raios, onde uma nuvem carregada positivamente induz uma carga negativa no para-raios, promovendo o fluxo de elétrons do solo para a nuvem, neutralizando a carga.

Exercícios práticos

Para fixar o conteúdo, é fundamental resolver exercícios sobre eletrização, focando em aplicar as definições e processos descritos. Questões que abordam situações práticas e variações dos processos de eletrização ajudam a consolidar o entendimento.

Entender os conceitos de eletrização por atrito, contato e indução é essencial para responder adequadamente às questões sobre eletrostática encontradas em provas de concursos, onde tais fenômenos aparecem com frequência.

Eletrização por atrito

Eletrização por atrito é um processo fundamental no estudo da eletrostática que envolve a transferência de elétrons entre dois materiais isolantes que são esfregados um contra o outro, resultando na aquisição de cargas elétricas opostas. Este fenômeno ocorre devido à diferença na afinidade elétrica entre os materiais, definida pela série triboelétrica.

Como ocorre a eletrização por atrito?

Quando dois corpos isolantes são esfregados, a energia do atrito permite que elétrons sejam removidos de um material e transferidos para o outro. Os elétrons encontram-se geralmente mais fixos nos núcleos dos átomos dos isolantes, necessitando portanto de energia adicional para serem libertos. O resultado é que um dos corpos fica carregado negativamente (ganha elétrons) e o outro positivamente (perde elétrons).

Série triboelétrica

A série triboelétrica organiza diversos materiais conforme sua tendência de ganhar ou perder elétrons. Materiais no topo da tabela têm maior tendência a adquirir carga positiva após atrito, enquanto os do final tendem a adquirir carga negativa.

Exemplo de série triboelétrica:

MaterialTendência de Carga
Pele de mão humana (seca)Positiva (Perde elétrons)
VidroPositiva
Cabelo humanoPositiva
AcrílicoPositiva
Neutra
Papel (sulfite, guardanapos)Neutra
Borracha de balões infladosNegativa (Ganha elétrons)
Plástico PVCNegativa
TeflonNegativa

Aplicações e exemplos práticos

Um exemplo clássico do processo de eletrização por atrito é esfregar um balão inflado contra o cabelo. O balão, tipicamente feito de borracha, ganha elétrons do cabelo, ficando negativamente carregado. Essa carga negativa permite que o balão atraia pequenos pedaços de papel, que são eletricamente neutros na ausência de outras influências.

Outro exemplo é a eletrização de uma régua de plástico esfregada contra um tecido de lã. A régua adquire carga negativa e pode, por exemplo, atrair pequenos pedaços de papel, demonstrando visualmente o efeito da eletrização por atrito.

Fatores que influenciam a eletrização por atrito

  • Natureza dos materiais: A composição química e a afinidade eletrônica dos materiais determinam se eles ganharão ou perderão elétrons.
  • Superfície de contato: Quanto maior a área de contato, mais intensa será a transferência de elétrons.
  • Condição dos materiais: Materiais secos e limpos tendem a eletrizar-se mais facilmente do que materiais molhados ou sujos.

Exercícios e exemplos

Para fixar o conhecimento sobre eletrização por atrito, é recomendável resolver exercícios como este:

Exemplo de exercício

  • Questão: Considere os materiais vidro e seda na série triboelétrica. Como ficarão carregados ao serem atritados?
    • Resolução: O vidro, que aparece acima da seda na série triboelétrica, tende a perder elétrons. Portanto, após o atrito, o vidro ficará carregado positivamente e a seda negativamente.

Eletrização por contato

A eletrização por contato é um dos três principais métodos de eletrização. Esse processo ocorre quando dois corpos condutores entram em contato, desde que pelo menos um deles esteja carregado eletricamente. A partir dessa interação, os elétrons se movem de um corpo para o outro até que ambos possuam a mesma carga elétrica.

Princípio da eletrização por contato

O princípio fundamental dessa eletrização é que, ao entrar em contato, os elétrons dos corpos condutores se redistribuem de maneira a equilibrar as cargas entre eles. Essa redistribuição de cargas elétricas acontece porque os elétrons, que são carregados negativamente e livres para se moverem em materiais condutores, buscam minimizar a diferença de potencial elétrico entre os corpos.

Condições e tipos de corpos

  1. Corpos condutores idênticos: Quando dois corpos condutores idênticos se tocam, os elétrons se distribuem igualmente entre eles. Se um corpo está inicialmente carregado e o outro não, basta dividir a carga total por dois para saber a carga final em cada corpo após o contato. Por exemplo, se uma esfera A com carga de -20,0 μC toca uma esfera B neutra, cada uma terá -10,0 μC após a interação.
  2. Corpos condutores diferentes: Caso os corpos tenham tamanhos ou formas diferentes, a redistribuição dependerá dos potenciais elétricos dos corpos, e os elétrons continuarão se movendo até que os potenciais sejam iguais. Nesse caso, a quantidade de carga em cada corpo após o contato pode ser calculada levando em consideração o raio dos corpos e suas capacidades.

Exemplo prático

Imagine duas esferas condutoras de raios diferentes, A e B, com cargas iniciais QA e QB, respectivamente. Ao se tocarem, os elétrons se movem de um corpo para outro até que os potenciais elétricos se tornem iguais. A equação que relaciona essas variáveis é determinada pela igualdade dos potenciais elétricos após o contato, resultando em:

[ QA/RA = QB/RB ]

onde QA e QB são as cargas finais e RA e RB são os raios das esferas. Isso permite que, mesmo com tamanhos diferentes, o potencial elétrico das esferas iguale-se após o contato.

Fórmula da carga elétrica final

No caso de corpos condutores e idênticos, a fórmula simples de média aritmética pode ser aplicada:

[ Qf = \frac{QA + QB}{2} ]

Para casos envolvendo mais de dois corpos ou com corpos de diferentes tamanhos, a abordagem requer uma análise das capacidades específicas e potenciais elétricos.

Aplicação em exercícios

Para visualizar melhor a aplicação desse conceito, considere a questão a seguir:

Questão (Mackenzie)

Uma esfera metálica eletrizada, com carga elétrica igual a -20,0 μC, é colocada em contato com outra esfera idêntica eletricamente neutra. Em seguida, encosta-se a esfera em outra também idêntica eletrizada com carga elétrica igual a 50,0 μC. Após esse procedimento, as esferas são separadas. A carga elétrica armazenada na esfera, no final desse processo, é igual a:

a) 20,0 μC

b) 30,0 μC

c) 40,0 μC

d) 50,0 μC

e) 60,0 μC

Resolução: Primeiramente, calculamos a carga após o primeiro contato entre a esfera neutra e a de -20,0 μC:

$$ Qf1 = \frac{0 μC + (-20,0μC)}{2} = -10,0 μC $$

Em seguida, consideramos a esfera com -10,0 μC e a que possui 50,0 μC:

$$ Qf2 = \frac{-10,0 μC + 50,0 μC}{2} = 20,0 μC $$

Portanto, a resposta correta é a letra a) 20,0 μC.

Eletrização por indução

Eletrização por indução é um processo em que a carga elétrica de um corpo altera a distribuição de cargas em outro corpo próximo, sem necessidade de contato direto. Este método é essencial para entender uma série de fenômenos eletrostáticos.

Como ocorre a eletrização por indução?

A eletrização por indução se dá quando um corpo carregado, chamado de indutor, é aproximado de um corpo condutor eletricamente neutro, conhecido como induzido. A presença do indutor provoca uma separação das cargas no corpo induzido, fazendo com que elétrons se movam em seu interior, resultando na polarização das cargas.

Etapas da eletrização por indução:

  1. Aproximação do indutor: Inicialmente, o indutor é aproximado do induzido, sem tocá-lo. Caso o indutor esteja positivamente carregado, ele atrai os elétrons do induzido para a região mais próxima a ele e repele as cargas positivas para a região mais distante. O inverso acontece se o indutor estiver negativamente carregado.
  2. Polarização das cargas: A polarização é a separação das cargas positivas e negativas no corpo induzido. O corpo não perde seu estado neutro; ele apenas tem suas cargas organizadas de forma que regiões opostas se tornam de sinais diferentes.
  3. Aterramento do induzido: A próxima etapa envolve conectar o corpo induzido à terra, usando um fio condutor. Isso proporciona um caminho para que os elétrons possam fluir do induzido para a terra ou da terra para o induzido, dependendo do tipo de carga no indutor.
  4. Retirada do indutor: Após a separação das cargas, remove-se o fio de aterramento. Nesse momento, o corpo induzido estará carregado com uma carga oposta à do indutor.
  5. Afastamento do indutor: Finalmente, ao afastar o indutor, a distribuição de cargas no induzido se estabiliza, tornando-o eletricamente carregado de forma permanente.

Exemplos práticos de eletrização por indução

Os para-raios são uma aplicação prática de eletrização por indução. Eles protegem edifícios ao ionizar o ar ao seu redor, criando um caminho privilegiado para as descargas atmosféricas (raios), que por sua vez fluem pelo para-raios e são conduzidas com segurança até o solo, neutralizando o risco de danos.

EtapaDescrição
1Aproximação do indutor
2Polarização das cargas
3Aterramento do induzido
4Retirada do indutor
5Afastamento do indutor

Ilustrações e exemplos em provas

É comum encontrar questões em provas de física, que exigem a compreensão da eletrização por indução. Essas questões podem envolver a análise de gráficos de distribuição de cargas, diagramas que exemplificam o processo e problemas que requerem a determinação do tipo de carga resultante após a indução.

Considerações importantes

  • Conservação de carga: Durante o processo de indução, a quantidade total de carga do sistema indutor-induzido permanece constante; o que muda é a distribuição das cargas.
  • Material condutor: Este processo ocorre mais eficientemente em materiais condutores, pois seus elétrons são livres para se moverem em resposta ao campo elétrico do indutor.
  • Utilização do aterramento: O aterramento é crucial para permitir a movimentação significativa de elétrons, modificando a carga do induzido.

Exercícios sobre os processos de eletrização

A seguir, apresentamos exercícios para praticar os conceitos e fixar o conhecimento.

Questão 1: Série triboelétrica

(Instituto Federal de São Paulo)

A tabela a seguir mostra a série triboelétrica:

Material
Pele de coelho
Vidro
Cabelo humano
Mica
Pele de gato
Seda
Algodão
Âmbar
Ebonite
Poliéster
Isopor
Plástico

Com base nessa série, determine a carga elétrica que cada material adquire ao ser atritado com outro. O isopor, ao ser atritado com a lã, fica carregado negativamente. Portanto, o vidro, ao ser atritado com a seda, ficará carregado:

a) positivamente, pois ganhou prótons.

b) positivamente, pois perdeu elétrons.

c) negativamente, pois ganhou elétrons.

d) negativamente, pois perdeu prótons.

e) com carga elétrica nula, pois é impossível o vidro ser eletrizado.

Gabarito: Letra b

Explicação: Vidro tende a perder elétrons ao ser atritado com a seda, adquirindo carga positiva.

Questão 2: Descargas elétricas e para-raios

(Instituto Federal de São Paulo)

Durante uma tempestade, uma nuvem carregada positivamente aproxima-se de um edifício com um para-raios. Ao estabelecer-se uma descarga elétrica, podemos afirmar que:

a) prótons passam da nuvem para o para-raios.

b) prótons passam do para-raios para a nuvem.

c) elétrons passam da nuvem para o para-raios.

d) elétrons passam do para-raios para a nuvem.

e) elétrons e prótons transferem-se de um corpo a outro.

Gabarito: Letra d

Explicação: Elétrons viajam do para-raios para a nuvem devido à diferença de potencial elétrico.

Questão 3: Esferas metálicas eletrizadas

(Faculdade Mackenzie)

Uma esfera metálica com carga de -20,0 μC é colocada em contato com outra esfera idêntica e eletricamente neutra. Depois, essa esfera é posta em contato com outra esfera idêntica com carga de 50,0 μC. Ao final, determine a carga na esfera:

a) 20,0 μC

b) 30,0 μC

c) 40,0 μC

d) 50,0 μC

e) 60,0 μC

Gabarito: Letra a

Explicação: Primeiro evento (contato com esfera neutra): média das cargas inicial e $$final = (-20,0 μC + 0 μC)/2 = -10,0 μC$$.

Segundo evento (contato com esfera de 50,0 μC): média das $$cargas resultantes = (-10,0 μC + 50,0 μC)/2 = 20,0 μC$$.

Questão 4: Eletrização por indução

(Unoeste-SP)

Considere um corpo condutor neutro sendo eletrizado por indução na presença de um corpo carregado positivamente. Se o corpo neutro é aterrado na presença do corpo carregado e, depois, o aterramento e o corpo carregado são removidos, qual será a carga do corpo anteriormente neutro?

a) Positiva.

b) Negativa.

c) Neutra.

d) Depende da carga inicial do corpo carregado.

e) Positiva ou negativa, dependendo do tipo de material.

Gabarito: Letra b

Explicação: Quando o corpo neutro é aterrizado na presença do corpo carregado positivamente, os elétrons fluem da terra para neutralizar a diferença de potencial, deixando o corpo neutro com carga negativa após a retirada do aterramento.

Questão 5: Transferência de elétrons

(Unesp-SP)

Dois corpos A e B estão em contato. O corpo A possui uma carga de 4 × 10^-6 C, enquanto o corpo B possui uma carga de 12 × 10^-6 C. Após entrarem em contato e serem separados, qual a carga final de cada corpo?

a) 8 × 10^-6 C em A e 4 × 10^-6 C em B

b) 12 × 10^-6 C em A e 4 × 10^-6 C em B

c) 8 × 10^-6 C em A e 8 × 10^-6 C em B

d) 4 × 10^-6 C em A e 12 × 10^-6 C em B

e) 16 × 10^-6 C em A e 0 C em B

Gabarito: Letra c

Explicação: Carga total inicial = 4 × 10^-6 C + 12 × 10^-6 C = 16 × 10^-6 C. Como os corpos são idênticos, a carga é igualmente dividida, resultando em 8 × 10^-6 C para cada corpo.

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