Dilatação térmica: o que é, tipos e cálculos

Dilatação térmica: o que é, tipos e cálculos

Entenda o fenômeno da dilatação térmica, como ela afeta sólidos e líquidos, seus tipos (linear, superficial e volumétrica) e aprenda a calcular cada um.

A dilatação térmica, um fenômeno da física, descreve como os materiais reagem às mudanças de temperatura alterando suas dimensões. Essencialmente, quando um corpo é aquecido, suas partículas vibram mais intensamente, demandando mais espaço e resultando em expansão.

Este fenômeno não se restringe aos sólidos, se manifestando em líquidos e gases também, embora de maneiras distintas. Por outro lado, o resfriamento conduz à contração térmica, onde a menor agitação das partículas as aproxima, diminuindo o volume do material.

Veja a seguir esse artigo que o Estratégia Militares preparou para você, explicando tudo sobre a dilatação térmica!

Dilatação térmica em sólidos: linear, superficial e volumétrica

A dilatação térmica em sólidos se manifesta de diferentes formas, dependendo de qual dimensão é mais afetada. Assim, temos três categorias principais:

  • Linear;
  • Superficial; e
  • Volumétrica.

Cada uma dessas modalidades descreve um tipo específico de mudança dimensional que ocorre em resposta a variações de temperatura.

Dilatação linear: expansão em uma dimensão

A dilatação linear se refere à variação no comprimento de um corpo, como um fio ou uma barra. Este tipo de dilatação é predominante quando uma das dimensões do objeto é significativamente maior que as outras.

Por exemplo, em trilhos de trem, a dilatação linear é um fator importante a ser considerado durante a construção, para evitar deformações devido a variações de temperatura.

Para calcular a dilatação linear, usa-se a fórmula:

ΔL = L₀ . α . Δθ

Onde:

  • ΔL é a variação do comprimento.
  • L₀ é o comprimento inicial.
  • α é o coeficiente de dilatação linear do material.
  • Δθ é a variação de temperatura.

Vamos exemplificar: imagine um fio de metal com 10 metros de comprimento, que sofre um aumento de 50 °C na temperatura. Se o coeficiente de dilatação linear do metal for de 15 x 10⁻⁶ °C⁻¹, o cálculo da dilatação seria:

ΔL = 10 m * 15 x 10⁻⁶ °C⁻¹ * 50 °C = 0,0075 m

Isso significa que o fio aumentará seu comprimento em 0,0075 metros.

Dilatação superficial: a mudança na área

A dilatação superficial ocorre quando a área de um corpo, como uma chapa metálica, aumenta devido à elevação da temperatura. Este tipo de dilatação considera a expansão em duas dimensões.

Um exemplo prático é o de uma placa de metal que se expande quando aquecida, um fenômeno que engenheiros levam em conta em projetos de construção para evitar tensões estruturais.

Para calcular a dilatação superficial, usa-se a fórmula:

ΔA = A₀ . β . Δθ

Onde:

  • ΔA é a variação da área.
  • A₀ é a área inicial.
  • β é o coeficiente de dilatação superficial (igual a 2α).
  • Δθ é a variação de temperatura.

Um exemplo: considere uma placa de metal com área inicial de 2 m², aquecida em 40 °C. Sabendo que o coeficiente de dilatação linear do metal é 12 x 10⁻⁶ °C⁻¹, o coeficiente de dilatação superficial (β) será 24 x 10⁻⁶ °C⁻¹. Calculando a variação da área:

ΔA = 2 m² * 24 x 10⁻⁶ °C⁻¹ * 40 °C = 0,00192 m²

Assim, a área da placa aumentará 0,00192 metros quadrados.

Dilatação volumétrica: expansão em três dimensões

A dilatação volumétrica envolve a variação no volume de um corpo, como um cubo de metal, causada por mudanças de temperatura. Este tipo de dilatação é relevante em objetos que possuem dimensões significativas em todas as três direções.

Uma aplicação prática é na indústria de recipientes para líquidos, onde a dilatação volumétrica precisa ser considerada para evitar vazamentos ou rupturas.

Para calcular a dilatação volumétrica, usa-se a fórmula:

ΔV = V₀ . γ . Δθ

Onde:

  • ΔV é a variação do volume.
  • V₀ é o volume inicial.
  • γ é o coeficiente de dilatação volumétrica (igual a 3α).
  • Δθ é a variação de temperatura.

Por exemplo, um bloco de concreto com volume inicial de 0,5 m³ sofre um aumento de temperatura de 60 °C. Se o coeficiente de dilatação linear do concreto é 12 x 10⁻⁶ °C⁻¹, o coeficiente de dilatação volumétrica (γ) será 36 x 10⁻⁶ °C⁻¹. Calculando a variação do volume:

ΔV = 0,5 m³ * 36 x 10⁻⁶ °C⁻¹ * 60 °C = 0,00108 m³

Logo, o volume do bloco de concreto aumenta 0,00108 metros cúbicos.

Coeficientes de dilatação linear: o que são e como afetam a dilatação

O coeficiente de dilatação linear (α) é uma propriedade intrínseca de cada material, indicando o quanto ele se expande ou se contrai por grau Celsius de mudança de temperatura.

Materiais como o alumínio, com um alto coeficiente de dilatação, expandem-se mais do que o aço, com um coeficiente menor, para a mesma variação de temperatura.

A tabela abaixo mostra alguns coeficientes de dilatação linear:

SubstânciaCoeficiente de Dilatação Linear (°C⁻¹)
Porcelana3 x 10⁻⁶
Vidro Comum8 x 10⁻⁶
Platina9 x 10⁻⁶
Aço11 x 10⁻⁶
Concreto12 x 10⁻⁶
Ferro12 x 10⁻⁶
Ouro15 x 10⁻⁶
Cobre17 x 10⁻⁶
Prata19 x 10⁻⁶
Alumínio22 x 10⁻⁶
Zinco26 x 10⁻⁶
Chumbo27 x 10⁻⁶

Dilatação térmica em líquidos

Os líquidos, assim como os sólidos, também sofrem dilatação térmica. No entanto, diferentemente dos sólidos, os líquidos não têm forma definida, adaptando-se ao formato do recipiente em que são colocados. Por essa razão, a dilatação em líquidos é sempre medida em termos de variação volumétrica.

Para calcular essa variação, é utilizada uma fórmula similar à da dilatação volumétrica em sólidos:

ΔV = V₀ . γ . Δθ

Onde:

  • ΔV é a variação do volume.
  • V₀ é o volume inicial.
  • γ é o coeficiente de dilatação volumétrica do líquido.
  • Δθ é a variação de temperatura.

A tabela a seguir apresenta os coeficientes de dilatação volumétrica de alguns líquidos:

LíquidoCoeficiente de Dilatação Volumétrica (°C⁻¹)
Água1,3 x 10⁻⁴
Mercúrio1,8 x 10⁻⁴
Glicerina4,9 x 10⁻⁴
Álcool11,2 x 10⁻⁴
Acetona14,93 x 10⁻⁴

A dilatação térmica é um fenômeno que impacta nosso cotidiano e diversas áreas da ciência e da engenharia. Do projeto de pontes à fabricação de instrumentos de precisão, entender como os materiais se expandem e contraem com a temperatura é essencial para garantir a segurança e eficiência de diversas aplicações.

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