Programa Espacial Brasileiro: história, foguetes e missões

Programa Espacial Brasileiro: história, foguetes e missões

Você sabe o que é o Programa Espacial Brasileiro? O desenvolvimento do setor espacial no Brasil é importantíssimo para a ciência, a comunicação e a tecnologia, por isso o Estratégia Militares preparou um artigo que te conta tudo sobre a história do setor aeroespacial no Brasil!

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O que é o Programa Espacial Brasileiro? 

A atividade espacial é um setor extremamente lucrativo, tendo em vista que poucos países no mundo o dominam. A demanda do setor é alta, já que os principais meios de comunicação, por exemplo, necessitam de satélites capazes de trazer e transportar informações com muita precisão e qualidade. 

Ao perceber essas vantagens, o Brasil decidiu se aprofundar nas pesquisas e dar início ao investimento no setor a nível nacional, sendo um dos pioneiros no cenário mundial. Em 1960, o presidente Jânios Quadros iniciou o Programa Espacial Brasileiro. A intenção foi desenvolver pesquisas e explorar o setor aeroespacial brasileiro. 

A época foi marcada pela corrida espacial entre as potências mundiais daquele período: Estados Unidos e União Soviética (URSS). 

Histórico do Programa Espacial Brasileiro 

Desde o início do Programa Espacial Brasileiro, foram criados alguns órgãos responsáveis por pesquisas, formação de pessoas especializadas, construção e montagens de satélites e foguetes para o setor. 

O passo mais importante, após a criação do Programa Espacial Brasileiro, foi quando o presidente instituiu a criação do Grupo de Organização da Comissão Nacional das Atividades Espaciais (GOCNAE), por meio de um decreto em 1961.

O GOCNAE foi extinto em 1970 e, a partir dele, foi criado o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE). Como o próprio nome sugere, o Instituto tem foco em pesquisas espaciais.

Em 1971, foi criada a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (COBAE). O COBAE era vinculado ao Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) e era o responsável pelo setor espacial no Brasil.

Em 1991, após uma fusão entre o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPED) e o Instituto de Atividades Espaciais (IAE), houve a criação do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), responsável pela criação de foguetes e satélites, bem como a realização de pesquisas na área aeroespacial. 

Outro órgão importante para o Programa Espacial Brasileiro, e que também faz parte do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), é o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O ITA, que começou a funcionar em 1950, tem a função de formar engenheiros de alto nível que podem trabalhar no setor espacial. 

Programa Espacial Brasileiro

Além desses, outro órgão crucial para o Programa Espacial Brasileiro foi a Agência Espacial Brasileira (AEB), criada em 1994. Desde sua inauguração, a Agência é responsável pelo setor espacial no Brasil. Antes de sua criação, quem detinha esse controle eram os militares. 

Foguetes Brasileiros

Você sabia que o Brasil conta com seus próprios foguetes? O Estratégia Militares separou alguns do que foram desenvolvidos em território nacional para você conhecer!

Sonda I

Foi o primeiro foguete desenvolvido no Brasil. Com o lançamento inaugural em 1967, o Sonda I foi feito para realizar pesquisas meteorológicas. Pesando 59 quilos, é capaz de transportar 4 quilos e atingir 65 quilômetros de altura. Usado entre os anos de 1967 e 1977, teve um total de 226 lançamentos. 

Sonda II

Apesar do nome, o Sonda II não é uma evolução do Sonda I, mas, sim, um projeto novo inspirado em foguetes canadenses. Tem capacidade de transportar carga de até 70 quilos a uma altura de até 100 quilômetros. Teve seus primeiros lançamentos em 1969 e, durante a sua utilização, atingiu o número de 61 lançamentos. 

Sonda III

O Sonda III foi um grande avanço em relação aos seus antecessores. Esse foguete é capaz de transportar 140 quilos de carga a uma altura de até 650 quilômetros. Começou a ser desenvolvido em 1969, teve seu primeiro lançamento no ano de 1976 e um total de 31 lançamentos durante a sua utilização. 

Sonda IV

O Sonda IV foi o primeiro foguete nacional a ter tecnologia controlada, o que possibilitou manobrar na atmosfera. Com seu primeiro lançamento em 1984, o foguete conseguia transportar uma carga de até 500 quilos a uma altura de 1000 quilômetros. Durante sua utilização, teve um total de quatro lançamentos. 

VLS – 1

O Veículo Lançador de Satélites (VLS) é um foguete que tem a função de colocar satélites na órbita terrestre. Começou a ser desenvolvido em 1985 e, uma década depois, aconteceram as primeiras tentativas de lançamento. Infelizmente, nenhuma das três tentativas de lançamento do foguete deu certo, devido a explosões em algumas partes do foguete. 

Agência Espacial Brasileira – AEB  

A Agência Espacial Brasileira (AEB) tem como finalidade, junto ao Ministério da Ciência, buscar o desenvolvimento e autonomia do setor espacial brasileiro por meio de pesquisas e projetos. 

Apesar de ser destaque na América do Sul, o Brasil depende de outros países para lançar satélites e está longe de conquistar sua autonomia, devido ao investimento bilionário que o setor exige. Atualmente, esse setor espacial é dominado por poucos países ao redor do mundo, como: EUA, China e Rússia.

Campo de Lançamentos de Foguetes 

O Brasil possui uma das melhores condições possíveis no mundo para o lançamento de foguetes, tanto em condições climáticas quanto geográficas. Atualmente, contamos com dois centros de lançamento.

CLBI – Centro de Lançamento da Barreira do Inferno

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno é uma base pertencente à Força Aérea Brasileira, localizada no município de Parnamirim, Rio Grande do Norte. Sua localização foi escolhida estrategicamente, pois trata-se de um excelente lugar para lançamentos de foguetes, uma vez que, por ser perto da linha do Equador, há uma economia de combustível considerável.   

CLA – Centro de Lançamento de Alcântara

O Centro de Lançamento de Alcântara também pertence à Força Aérea e foi fundado em 1985 no município de Alcântara, no estado do Maranhão. Como na CLBI, a CLA possui uma localização muito favorável ao lançamento de foguetes e é considerada um das melhores lugares do mundo para essa atividade. 

A expectativa é que a base se torne cada vez mais operacional. Nos últimos anos, o Governo tem feito parcerias com empresas privadas para o lançamento de satélites civis no Centro de Lançamento de Alcântara.  

Missão Espacial Completa Brasileira

A Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) iniciou-se em 1979, após o governo aceitar a proposta feita pela COBAE para a criação desta missão. Ela foi o primeiro grande projeto desenvolvido depois do início do Programa Espacial Brasileiro. 

Lançamento de foguete

O objetivo da MECB era bem ousado para a época e dependia de muito investimento. A intenção era criar no Brasil uma rede espacial completa e independente. Segundo a ideia, todos os órgãos criados até a época no setor trabalhariam em conjunto no desenvolvimento de satélites, na pesquisa espacial e no aperfeiçoamento de técnicas, entre outras atividades.  

O projeto nunca atingiu os resultados que foram traçados quando foi idealizado. Um dos principais motivos do fracasso foi a falta de investimentos que o setor tem no Brasil. 

Acidente do Programa Espacial Brasileiro

A atividade espacial no Brasil também contou com alguns acidentes em sua história. O mais trágico deles ocorreu em 22 de agosto de 2003, no Centro de Lançamento de Alcântara. 

Faltavam três dias para a terceira tentativa de lançamento do VLS – 1, que colocaria em órbita dois satélites, e 21 técnicos trabalhavam fazendo ajustes no foguete. Após o acionamento de um propulsor de forma indevida, o foguete explodiu matando os 21 civis. 

Esse acidente demonstrou várias falhas do Programa Espacial Brasileiro. A falta de recursos e de investimento fez com que, dentre vários outros fatores, houvesse uma redução de pessoal e, consequentemente, sobrecarga de trabalho e falta de procedimentos padrões. 

O Programa Espacial Brasileiro nos dias atuais

Atualmente, o Programa Espacial Brasileiro conta com os mesmos problemas que o impediram de crescer anteriormente: falta de investimentos. Porém, o principal foco da Agência Espacial Brasileira é criar autossuficiência e não depender mais de outros países para trabalhar nesse setor. 

Além disso, a AEB tem a intenção de, nos próximos anos, atualizar e criar regulamentos para o setor espacial brasileiro. A grande inspiração do Brasil é a Índia,  um país de destaque no setor atualmente e que teve um crescimento significativo nas últimas décadas, mesmo passando pelas mesmas dificuldades do Brasil. 

O Brasil é um dos países com maior potencial de crescimento no mundo nesse setor, segundo a própria AEB. Um dos motivos são os diversos institutos de pesquisa e de formação que temos no país, a exemplo do ITA, uma instituição de ensino superior de renome internacional e principal porta de entrada de jovens nesse mercado.

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