O Almirante de Esquadra Augusto Hamann Rademaker Grünewald foi um dos militares que marcou a história da Marinha e do Brasil. Confira esse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você, e se inspire na história desse militar.
Augusto Hamann Rademaker Grünewald nasceu no Rio de Janeiro, na época capital do Brasil, em 11 de maio de 1905. Seus pais eram Jorge Cristiano Grünewald e Ana Guilhermina Hamann Rademaker Grünewald.
Navegue pelo conteúdo
Ingresso do Almirante Augusto Rademaker na Marinha
O início da carreira militar do Almirante Augusto ocorreu em 1923, quando ele ingressou na Escola Naval e foi nomeado Aspirante a Guarda-Marinha em 02 de maio do mesmo ano.
Em janeiro de 1927, Augusto Rademaker foi promovido à Guarda-Marinha e enviado para a viagem de instrução a bordo do Cruzador Barroso. Em junho do mesmo ano, foi transferido para o Cruzador Rio Grande do Sul e promovido a Segundo Tenente em setembro.
Carreira do Almirante Augusto Rademaker
Deixou a Escola Naval em outubro de 1927, sendo designado para o Encouraçado São Paulo, onde se apresentou em 14 de outubro. Ascendeu ao posto de Primeiro Tenente em outubro de 1929 e permaneceu no encouraçado até maio de 1930, quando foi transferido para o Contratorpedeiro Sergipe.
Em setembro de 1930, ele se apresentou no Contratorpedeiro Santa Catarina, onde permaneceu até janeiro de 1932. Após isso, foi transferido para o Navio-Auxiliar Itajubá, onde ficou até abril do mesmo ano.
Em seguida, foi designado para o Navio-Auxiliar Itaúba, rebatizado posteriormente como Navio-Auxiliar Vital de Oliveira.
Este navio estava subordinado à Diretoria de Navegação, e nele o então Tenente Augusto Rademaker desempenhou várias funções, especialmente na instrução prática de navegação, hidrografia e comunicações para os alunos da Escola Naval.
Em setembro de 1932, foi promovido a Capitão-Tenente e assumiu interinamente as funções de Imediato do navio Itaúba até o dia 11 de junho de 1933.
Promoção à comandante de embarcação
Em agosto de 1933, o Capitão-Tenente Augusto Rademaker se apresentou para servir no Navio-Auxiliar Rio Branco e assumiu temporariamente as funções de Imediato, que ocupou até maio de 1934.
Nesse período, ele desembarcou para assumir seu primeiro comando no Navio-Faroleiro Tenente Lahmeyer, em 16 de junho de 1934. No entanto, sua permanência foi breve, pois em 2 de julho foi designado para comandar o Navio Mineiro Tenente Maria do Couto, assumindo imediatamente após deixar o Tenente Lahmeyer.
Designação para a Diretoria de Navegação
Ele permaneceu à frente desse navio até 26 de fevereiro de 1935, quando passou o comando e foi designado para o serviço na Diretoria de Navegação da Marinha.
Em 23 de março de 1935, foi transferido para a Diretoria de Ensino da Marinha, a fim de realizar o curso de aperfeiçoamento e especialização de oficiais em armamento, conduzido a bordo do Encouraçado Minas Gerais, até setembro de 1935, quando foi transferido para a Escola de Especialização e Aperfeiçoamento para Oficiais, em terra.
No dia 2 de janeiro de 1936, concluiu, com distinção, o referido curso e foi designado para embarque no Navio-Escola Almirante Saldanha, onde se apresentou no dia 17 do mesmo mês. Após isso, foi designado para diversas outras funções dentro do Comando da Marinha.
Participação na Segunda Guerra Mundial
Durante a Segunda Guerra Mundial, devido ao estado de guerra declarado contra Alemanha e Itália pelo, à época, Presidente Getúlio Vargas, por meio do Decreto de 31 de agosto de 1942, o então Capitão de Corveta Augusto Rademaker desempenhou o papel de Assistente do Comando da Força Naval do Nordeste.
Nessa função, ele participou ativamente de operações de patrulha e escolta a comboios de navios mercantes, tanto brasileiros quanto estrangeiros, especialmente no trajeto entre Recife e Rio de Janeiro. Essas operações foram realizadas em colaboração com as Forças Navais dos Estados Unidos da América.
Após ser designado para comandar a Corveta Camocim, Augusto Rademaker foi liberado das funções de Assistente, em 19 de junho de 1944.
Assumindo o comando efetivo do navio em 30 de junho do mesmo ano, ele continuou envolvido em várias operações de patrulha e escolta de comboios de navios mercantes, sob a direção do Comando da Força Naval do Nordeste.
Sua destacada atuação nesse período culminou com a concessão da Medalha de Serviços de Guerra com Três Estrelas em 8 de junho de 1945, ainda como comandante da Corveta Camocim.
Em março de 1949, por despacho do Ministro da Marinha, conforme solicitado pelo então Capitão de Fragata Augusto Rademaker e publicado no Boletim desse mês, foi oficialmente reconhecida a honraria conferida pelo governo dos Estados Unidos da América, o Grau de Oficial da Legião de Honra.
Este reconhecimento destacou seus serviços durante a Segunda Guerra Mundial, quando era comandante da Corveta Camocim. Augusto Rademaker foi reconhecido pelo seu papel crucial em operações de patrulha e escolta a comboios ao longo das costas do Brasil, em colaboração com as Forças Navais dos Estados Unidos da América.
Promoção a Oficial-General
Em julho de 1958, ele foi promovido ao posto de Contra-Almirante e designado para ser subchefe do Estado-Maior da Armada. Em maio de 1959, assumiu o comando do 5º Distrito Naval, onde permaneceu até fevereiro de 1961.
Nesse mesmo ano, foi escolhido para suceder o Vice-Almirante Pedro Paulo de Araújo Suzano como Comandante em Chefe da Esquadra.
Assim, foi promovido a Vice-Almirante em maio e ocupou esse cargo até agosto, quando, devido à renúncia do Presidente Jânio Quadros, transferiu suas responsabilidades para o Vice-Almirante Hélio Garnier Sampaio para assumir o posto de Diretor-Geral de Aeronáutica da Marinha.
Participação do Almirante Augusto Rademaker no movimento de 1964
Em 1964, após sua participação no movimento civil-militar que levou à deposição do Presidente João Goulart, o Almirante Augusto Rademaker assumiu o cargo de Ministro da Marinha, substituindo o Almirante Paulo Mário da Cunha Rodrigues, que havia sido afastado.
Em sua nova função, ele se juntou ao Ministro da Guerra, General de Exército Arthur da Costa e Silva, e ao Ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Francisco de Assis Correia de Mello, formando uma junta militar que, no exercício de suas funções no “Comando Supremo da Revolução”, assinou o Ato Institucional nº 1 em 9 de abril de 1964.
Após a posse do Marechal Humberto Castelo Branco na Presidência da República, Augusto Hamann Rademaker transferiu a pasta de Viação e Obras Públicas – que ele havia exercido juntamente com o cargo de Ministro da Marinha desde a deposição do governo Goulart – para o General Juarez Távora.
No dia 20 de abril, ele também entregou o cargo de Ministro da Marinha ao Almirante Ernesto de Melo Batista. Em seguida, foi nomeado Diretor-Geral do Pessoal da Marinha, cargo no qual foi promovido ao posto de Almirante de Esquadra em setembro de 1964. Rademaker permaneceu nessa função até fevereiro de 1965, quando foi designado como adido ao Gabinete do Ministro da Marinha.
Assunção à Presidência da República
Em agosto de 1969, devido ao grave estado de saúde do Presidente Costa e Silva, o Almirante Augusto Rademaker assinou o Ato Institucional nº 12, datado de 30 de agosto, junto com os outros dois ministros militares, o General Aurélio de Lyra Tavares e o Brigadeiro Márcio de Souza e Mello.
Com esse Ato, a junta militar formada pelos três ministros militares assumiu interinamente as funções da Presidência da República, evitando a posse do então vice-presidente civil, Pedro Aleixo.
Mesmo sendo transferido para a reserva remunerada em outubro de 1969, Augusto Hamann Rademaker continuou à frente do Ministério da Marinha e, portanto, manteve sua posição na junta que presidia o país durante a ausência do Presidente Costa e Silva.
Com a nomeação do General Emílio Garrastazu Médici para a Presidência da República, Rademaker foi convidado por ele a ocupar a Vice-Presidência, convite que aceitou.
Assim, em 30 de outubro de 1969, ele tomou posse como vice-presidente ao lado do novo presidente Emílio Garrastazu Médici. Na mesma data, o Almirante Adalberto de Barros Nunes assumiu o cargo de Ministro da Marinha em seu lugar.
Fim da carreira do Almirante Augusto Rademaker
Durante todo o mandato de Emílio Garrastazu Médici como Presidente da República, Augusto Hamann Rademaker serviu como vice-presidente, assumindo a Presidência interina durante as viagens internacionais do presidente em 1971 e em 1973.
Por fim, o Almirante Augusto Rademaker saiu do governo, visto o término da administração de Médici, em 15 de março de 1974, tendo sido reformado em 2 de abril do mesmo ano.
Falecimento
O Almirante de Esquadra Augusto Hamann Rademaker Grünewald faleceu no Rio de Janeiro em 13 de setembro de 1985. Após seu falecimento, foi sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, na mesma cidade.
Curiosidade
O Almirante Augusto Rademaker participou da elaboração e promulgação do Decreto-Lei 1001/1969, o Código Penal Militar.
Curtiu o artigo? Então confira as oportunidades que o Estratégia Militares preparou para você sair na frente nos estudos. Clique no banner abaixo e vem ser coruja!