Julius Robert Oppenheimer foi um físico norte-americano que dirigiu o Projeto Manhattan para o desenvolvimento da bomba atómica, durante a Segunda Guerra Mundial, no Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México.
Oppenheimer nasceu no seio de uma família judia. Estudou na Ethical Culture Society, onde chegou a realizar uma completa formação tanto em matemáticas e ciências como em literatura grega e francesa. Filho de um imigrante alemão que enriqueceu com a importação de produtos têxteis, graduou-se na Universidade de Harvard em 1925.
Depois mudou-se para o Reino Unido para pesquisar no Laboratório Cavendish, dirigido por Ernest Rutherford. Foi convidado por Max Born para ingressar na Universidade de Göttingen, onde obteve um doutorado em 1927 e conheceu outros físicos eminentes, como Niels Bohr e Paul Dirac. Depois de uma curta visita às universidades de Leiden e Zurique, regressou aos Estados Unidos para dar aulas de física na Universidade de Berkeley e no Instituto de Tecnologia da Califórnia.
No princípio centrou sua atenção nos processos energéticos das partículas subatómicas, incluídos os elétrons, positrons e raios cósmicos. Cedo se envolveu em assuntos políticos, preocupado pelo auge do nazismo na Alemanha. Em 1936 se mostrou partidário dos republicanos depois do estouro da guerra civil espanhola. Ao herdar a fortuna do pai, falecido em 1937, não perdeu nenhuma oportunidade de subvencionar diversas organizações antifascistas.
Decepcionado pelo comportamento dispensado aos cientistas pela ditadura estalinista, terminou por separar-se das associações comunistas a que esteve vinculado. Em 1939 Albert Einstein e Leo Szilard advertiram-no a respeito da terrível ameaça que tinha suposto para a humanidade sobre a possibilidade de que o regime nazista fosse o primeiro a dispor de uma bomba atômica.
Oppenheimer começou então a pesquisar tenazmente sobre o processo de obtenção de urânio-235, a partir de mineral de urânio natural, ao mesmo tempo que determinava a massa crítica de urânio requerida para a bomba. Em 1942 integrou-se ao Projeto Manhattan, destinado a gerir a investigação e o desenvolvimento por parte de cientistas britânicos e estadunidenses da energia nuclear com fins militares. A sede central, o laboratório secreto de Los Alamos, no Novo México, foi eleita pelo próprio Oppenheimer.
Depois do sucesso da prova efetuada em Alamogordo, em 1945, se demitiu como diretor do projeto. Dois anos depois foi eleito presidente da Comissão para a Energia Atômica estadunidense, cargo que exerceu até 1952. Um ano mais tarde, devido a sua antiga vinculação com os comunistas, foi vítima da caça às bruxas de McCarthy, e foi destituído da presidência da comissão.
Participou da 8ª e 10ª Conferência de Solvay, e foi presidente da 13ª conferência, em 1964. Os últimos anos de sua vida foram dedicados à reflexão sobre os problemas surgidos da relação entre a ciência e a sociedade. Morreu de câncer na garganta, aos 62 anos de idade.