Quer conhecer a rotina de um militar Comandos do Exército Brasileiro? O Estratégia Militares separou as principais informações neste artigo para você!
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História dos Comandos do Exército
A Brigada de Operações Especiais (Bda Op Esp) foi criada em 27 de junho de 2002, na reestruturação que o comando do Exército Brasileiro (EB) realizou. Sua designação foi alterada para Comando de Operações Especiais (C Op Esp) em 2013.
O Comando de Operações Especiais comanda diversas unidades que são utilizadas em ações estratégicas no território nacional, além de determinar as diretrizes para o preparo dos militares integrantes das unidades.
A sede do Comando de Operações Especiais fica em Goiânia (GO) e é subordinada ao Comando Militar do Planalto (CMP).
Quais são as unidades de Comandos do Exército Brasileiro?
Atualmente, as unidades que fazem parte do Comando de Operações Especiais, localizadas na cidade de Goiânia (GO) são:
- 1º Batalhão de Forças Especiais (1º BFEsp);
- 1º Batalhão de Ações de Comandos (1º BAC);
- 1º Batalhão de Operações Psicológicas (1º B Op Psc);
- Batalhão de Apoio às Operações Especiais (B Ap Op Esp);
- Base Administrativa do Comando de Operações Especiais (B Adm C Op Esp);
- Companhia de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (Cia DQBRN); e
- 6º Pelotão de Polícia do Exército (6º Pel PE).
O Centro de Instrução de Operações Especiais (C I Op Esp), localizado no Forte Imbuy em Niterói (RJ) e a 3ª Companhia de Forças Especiais (3ª Cia F Esp), localizada em Manaus (AM) também fazem parte do Comando de Operações Especiais.
Missões das unidades
Cada unidade do Comando de Operações Especiais possui uma finalidade – também denominada de missão – nas operações em que o Exército Brasileiro (EB) participa.
1º Batalhão de Forças Especiais – 1º BFEsp
O 1º BFEsp é capacitado para a condução, o planejamento e a execução de operações de guerra urbana, contraterrorismo, reconhecimento estratégico, operações de paz, ajuda humanitária, entre outras.
As operações em que o 1º BFEsp participa são de alto risco e extremamente sigilosas, o que requer uma grande preparação dos militares que compõem a unidade.
O patrono do 1º Batalhão de Forças Especiais é Antônio Dias Cardoso. Ele foi integrante da Insurreição Pernambucana e comandou um dos grupos que venceu as batalhas no monte das Tabocas, na Casa Forte, e a batalha dos Guararapes.
O lema do batalhão é: “ O Ideal como Motivação; A Abnegação como Rotina; O Perigo como Irmão e A Morte como Companheira”.
1º Batalhão de Ações de Comandos – 1º BAC
O 1º BAC é especializado em operações com incursões – ou seja, invasões em território inimigo – de longo alcance, em áreas de difícil acesso. O batalhão é caracterizado pelo sigilo nas operações, pelo poder de choque e pelo alto grau de risco.
O batalhão é preparado para executar missões em qualquer ambiente operacional do Brasil, como a selva, a montanha, a caatinga e o pantanal.
O patrono do batalhão é o capitão Francisco Padilha. Ele lutou contra as invasões dos holandeses na cidade de Salvador (BA), em 1624.
O 1º BAC tradicionalmente usa a farda na cor preta e obriga os alunos que desistem do curso de ações de comandos, a enterrar os gorros – também chamados de coberturas – e marcar o local com uma cruz.
1º Batalhão de Operações Psicológicas – 1º BOpPsc
O Curso de Operações Psicológicas teve início em 1966, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), porém em 1968 o curso foi suspenso pelo comando do exército. Em 2004, foram criados os Cursos Básicos de Operações Psicológicas para Oficiais, Subtenentes e Sargentos e o Curso Avançado de Operações Psicológicas para Oficiais.
A partir de 2012, os cursos foram transferidos para a cidade de Goiânia (GO) no 1º BOpPsc. O batalhão tem a finalidade de atuar e formar militares para o planejamento e análise de operações psicológicas em território nacional e internacional.
Os militares que integram o 1º BApOpEsp são preparados para atuarem em guerras cibernéticas, guerra eletrônica, inteligência e comunicação social.
Batalhão de Apoio às Operações Especiais – B Ap Op Esp
O Batalhão de Apoio tem a missão de prestar apoio logístico, de comando e controle, a missões de infiltração e exfiltração de terrenos às tropas especiais. É uma unidade paraquedista que, desde a sua criação, em 2004, participou de quase todas as operações reais e de adestramento do Comando de Operações Especiais.
O batalhão contribui para a formação e o adestramento das tropas em cursos como:
- Motorista militar;
- Técnicas de mergulho;
- Técnicas de infiltração e exfiltração aquática;
- Instrução de comunicações; e
- Adestramento de salto com paraquedas, que inclui o simulador de queda livre,entre outros.
Em 2016, o comandante do exército concedeu ao batalhão a denominação histórica de “Batalhão General Antônio Luiz Coimbra de Castro”. O general Coimbra foi um general de divisão médica do exército. Em função dos serviços prestados à pátria e ao Exército Brasileiro, recebeu essa homenagem.
Base Administrativa do Comando de Operações Especiais – B Adm C Op Esp
A base administrativa é responsável por prestar apoio às unidades que integram o Comando de Operações Especiais. Ela prove a gestão orçamentária, financeira, patrimonial, contábil e de recursos humanos aos militares.
A base também é responsável pela formação de oficiais temporários médicos, farmacêuticos, dentistas, veterinários e das demais áreas técnicas, além dos futuros sargentos técnicos temporários, a fim de preparar esses profissionais para a vida na caserna.
1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear – 1º Btl DQBRN
A origem do batalhão foi no ano de 1953, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), como Companhia Escola de Guerra Química (Cia Es GQ). Em dezembro de 2012, a companhia foi transformada em batalhão e, em 2020, foi transferida para o Comando Militar do Leste.
Os militares do batalhão são capacitados para atuarem no reconhecimento de áreas inimigas, na identificação e na descontaminação de materiais, locais e pessoas. As ações do batalhão permitem o retorno das tropas ao combate.
Desde 2014, o batalhão é muito utilizado em eventos e nas pandemias que atingem o Brasil. No ano de 2020, os militares foram responsáveis pela desinfecção e instalação de estruturas esterilizantes em centenas de aeroportos e cidades, para combater o corona vírus.
6º Pelotão de Polícia do Exército – 6º Pel PE
A Polícia do Exército (PE) foi criada para compor a Força Expedicionária Brasileira (FEB), na Segunda Guerra Mundial, em 1944. A PE é constituída por infantes que atuam como policiais militares nas guarnições do Exército Brasileiro.
Suas missões ocorrem fora dos quartéis, em operações conjuntas com as forças de segurança estaduais ou em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
O 6º pelotão é composto por balizadores de trânsito, batedores – responsáveis pela escolta – de autoridades e comboios militares, além da seção de “Cães de Guerra”. Os cães recebem treinamentos para combate, patrulhamento, guarda das instalações militares, detecção de drogas e explosivos.
Centro de Instrução de Operações Especiais – C I Op Esp
O Centro de Instrução foi inaugurado em 2002 com o objetivo de formar militares especializados para operações especiais do exército.
A unidade é responsável pelos cursos de ações de comandos e de forças especiais, além dos estágios de mergulho básico e avançado, de operações aquáticas e de caçador de operações especiais.
3ª Companhia de Forças Especiais – 3ª Cia F Esp
A 3ª Companhia de Forças Especiais, também conhecida como “FORÇA 3”, está localizada na cidade de Manaus (AM) desde o ano 2000, quando era considerada um destacamento. No ano de 2003, foi elevada à categoria de companhia e efetivada na região amazônica.
A companhia tem a capacidade de operar como pronta resposta em operações especiais, particularmente em missões de reconhecimento especial, ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), na defesa em outros países, entre outras.
A organização militar também contribui para a formação dos militares integrantes dos batalhões de infantaria de selva, que atuam nas fronteiras da região amazônica.
Frequentemente, a unidade participa de operações em conjunto com outros países, como os Estados Unidos, a Colômbia, a Polônia, entre outros, a fim de compartilhar e aperfeiçoar os conhecimentos das tropas do Exército Brasileiro.
Símbolos dos comandos do exército
O Comando de Operações Especiais é composto por diversas unidades, com finalidades específicas e diferentes entre si. Quer conhecer o significado da heráldica – ou distintivo – do comando de operações? O Estratégia Militares trouxe as principais informações para você.
A heráldica é composta por três elementos. O primeiro deles, a caveira com a faca de combate – denominada viúva-negra -, foi criado em 1989. O símbolo veio do contexto da Segunda Guerra Mundial, quando os britânicos encontravam crânios humanos ao descobrirem as salas de chefes nazistas.
Os soldados fincavam a faca no crânio, de forma a indicar o sigilo da operação, a vitória dos aliados contra o Eixo e a justiça contra o crime. A viúva-negra foi a primeira faca operacional brasileira inteiriça.
O paraquedas com o punhal empunhando a faca operacional indica a subordinação das unidades de operações especiais ao Comando de Operações Especiais. A heráldica indica a operacionalidade das tropas, que são preparadas para a invasão, combate e tomada de qualquer alvo.
Por último, o paraquedista saltando nas estrelas sobre o mapa do Brasil representa a soberania das tropas do comando de operações contra qualquer tipo de obstáculo.
Curso de comandos do exército
O Curso de Ações de Comandos (CAC) forma oficiais e sargentos a comandarem e liderarem os destacamentos que compõem as tropas.
A formação é extremamente desafiadora e impõe ao candidato situações realistas de extremo desgaste físico e mental, para que tomem as decisões e ações corretas nas missões reais.
O curso ensina ao aluno técnicas de rapel, incursão em terrenos de difícil acesso, lançamento de carga, entre outras.
Você pode conferir mais sobre o curso de ações de comando do Exército Brasileiro aqui no blog do Estratégia Militares.
Como ingressar?
O ingresso é feito pelo preenchimento de um formulário, desde que o interessado seja
- Voluntário, do sexo masculino;
- Caso seja oficial, pertencer à carreira das armas, material bélico, intendência ou saúde;
- Caso seja praça, pertencer às armas combatentes ou de logística.
A classificação do comportamento deve ser no mínimo “bom”, além de ser necessário aprovação no Teste de Aptidão Física (TAF), no Teste de Avaliação Psicológica (TAP) e na Inspeção de Saúde (IS).
Quanto ganha um militar dos comandos do exército?
Os militares que concluem o curso recebem um acréscimo que varia de 20% a 30% no valor do soldo, ou seja, o salário-base militar. Esses acréscimos podem variar de R$ 400,00 à R$ 2.000,00, de acordo com a patente.
Junto ao acréscimo do soldo, os militares integrantes do Comando de Operações Especiais podem ganhar valores ainda mais altos por meio das diárias, que é o valor recebido pelo militar que está participando de uma operação fora da sua organização militar.
Agora que você sabe sobre os Comandos do Exército Brasileiro, continue acompanhando o Estratégia Militares. Aqui você sempre é atualizado das principais informações do mundo militar. Vem ser coruja!