Você sabia que a carreira militar não é só para o público masculino? Cada vez mais mulheres têm aderido aos concursos e ganhado espaço nas fileiras brasileiras. Pensando nisso, o Estratégia Militares preparou este texto para você sanar suas principais dúvidas sobre a carreira militar feminina. Acompanhe e descubra!
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Mulheres podem se alistar nas Forças Armadas?
O Serviço Militar não é obrigatório para as mulheres. No entanto, elas podem servir voluntariamente no Exército, na Marinha ou na Aeronáutica. Para ingressar na carreira militar, as mulheres devem realizar concursos públicos.
Como funciona a carreira militar feminina?
Homens e mulheres recebem a mesma instrução básica militar. Além disso, os cargos e funções são igualitários entre os sexos nas Forças Armadas. Sendo assim, mulheres concorrem a promoções padronizadas pelo Exército, Aeronáutica ou Marinha e recebem os mesmos salários que os homens na mesma função.
Carreira Militar Feminina: mulheres na Força Aérea Brasileira
A participação das mulheres na Força Aérea Brasileira começou em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, quando seis mulheres passaram a integrar o Quadro de Enfermeiras da Reserva da Aeronáutica.
Na década de 1980, com a necessidade de ampliar o contingente militar nessa organização, foi criado o Corpo Feminino da Reserva da Aeronáutica (QFRA), de forma a compor o Quadro Feminino de Oficiais (QFO) e o Quadro Feminino de Graduadas (QFG).
Atualmente, as mulheres podem atuar em diversas áreas da Aeronáutica, como Historiadoras, Aviadoras, Advogadas, Intendentes, Médicas, Controladoras de Tráfego Aéreo, Paraquedistas, Musicistas, entre outras.
Atualmente, as mulheres ocupam postos de Terceiro-Sargento até Coronel. No entanto, em 2020, a Aeronáutica promoveu a médica Carla Lyrio Martins a Brigadeiro, tornando-a a primeira mulher a se tornar uma Oficial General na Força.
Existem diversas possibilidades para as mulheres ingressarem na Aeronáutica. Algumas delas são:
- Concurso EPCAR: a Escola Preparatória de Cadetes do Ar está localizada em Barbacena (MG), e é equivalente ao Ensino Médio regular. Tanto mulheres quanto homens podem ingressar na instituição;
- Concurso AFA: a Academia da Força Aérea fica em Pirassununga (SP) e admite mulheres para as áreas de Aviação e de Intendência, setor que cuida da parte administrativa e logística da organização; e
- Concurso EEAR: a Escola de Especialistas da Aeronáutica fica em Guaratinguetá (SP). A idade limite para esse concurso é de 24 anos na data da matrícula. Mulheres podem ingressar nas seguintes especialidades: Eletricidade, Eletrônica, Equipamentos de voo, Meteorologia, Suprimento, Administração, Informações Aeronáuticas, Cartografia, Desenho e Enfermagem.
Carreira Militar Feminina: mulheres no Exército Brasileiro
A primeira mulher a fazer parte do Exército Brasileiro foi a baiana Maria Quitéria de Jesus, em 1823. Ela fingiu ser um homem – com o nome de Soldado Medeiros – para se juntar às tropas que lutavam pela Independência do Brasil. Semanas depois, sua real identidade foi revelada. Mesmo assim, Maria Quitéria foi autorizada a continuar no Exército, tamanha era sua importância na luta devido à sua destreza com as armas e conduta em combate.
No entanto, somente na Segunda Guerra Mundial, em 1943, as mulheres puderam ingressar oficialmente no Exército Brasileiro.
Foram enviadas para a guerra 73 enfermeiras, sendo que 67 delas eram enfermeiras hospitalares e 6 eram especialistas em transporte aéreo. As militares foram voluntárias para a missão e serviram em quatro hospitais do Exército dos Estados Unidos. Elas foram as primeiras a entrar no serviço ativo das forças armadas brasileiras.
Em 1992, a Escola de Administração do Exército, localizada em Salvador, na Bahia, matriculou as primeiras mulheres que participaram de um concurso público para ingresso na força. A turma tinha 49 mulheres.
Hoje há mulheres que alcançaram o posto de oficial superior no Exército, como tenente-coronel. No entanto, grande parte do corpo feminino está entre a graduação de sargento, no caso dos praças, até major, no caso dos oficiais.
Existem muitas possibilidades de ingresso das mulheres no Exército Brasileiro. A seguir, falaremos sobre algumas delas.
ESA
O Concurso ESA é uma das possíveis portas de entrada para mulheres no Exército Brasileiro. No entanto, uma vez aprovada, a candidata será direcionada à Escola de Sargentos de Logística (EsSLog), uma vez que a ESA aceita apenas homens.
Para prestar o Concurso ESA na Área Geral, em que existem vagas separadas para homens e mulheres, a candidata deve ter ensino médio completo, idade entre 17 e 24 anos e no mínimo 1,55m de altura.
Na Área Geral, as mulheres têm a opção de ir para as seguintes divisões:
- Intendência;
- Tipografia;
- Material Bélico;
- Manutenção de Comunicações; e
- Aviação.
No Exército, as mulheres ainda não são autorizadas a ir para a área combatente e de armas (infantaria, artilharia e cavalaria). Além disso, não podem optar pelas áreas de Engenharia e Comunicação.
Ainda sobre o Concurso ESA, mulheres também podem prestar a prova para a Área de Saúde e de Música. Nesse caso, as vagas são gerais, sem distinção entre homens e mulheres. Os pré-requisitos são os mesmos da Área Geral/Aviação, com exceção da limitação de idade, que passa a ser de 17 a 26 anos.
EsFCEx, EsSEx e IME
A EsFCEx, a EsSEx e o IME também são opções para mulheres ingressarem no Exército Brasileiro. No caso do IME, a candidata deve ter entre 16 a 22 anos e as vagas são gerais, sem distinção por sexo.
EsPCEx
As mulheres que sonham em ser parte do Exército Brasileiro também podem ingressar na organização pelo Concurso EsPCEx. As áreas de Intendência e de Material Bélico são liberadas para mulheres e 50 vagas do Concurso são destinadas ao público feminino. Um dos pré-requisitos para a EsPCEx é ter entre 17 e 22 anos.
AMAN
Em 2017, o Exército Brasileiro permitiu que as mulheres ingressassem na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). No entanto, elas não tem a mesma quantidade de opções de especialização na carreira que os homens. As cadetes podem ingressar em apenas dois cursos: Intendência e Material Bélico.
Carreira Militar Feminina: mulheres na Marinha do Brasil
A participação da mulher na Marinha teve início em 1980, com a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha (CAFRM), proposto pelo Almirante de Esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca, Ministro de Estado da Marinha naquele período.
O CAFRM era composto pelo Quadro Auxiliar Feminino de Oficiais (QAFO) e pelo Quadro Auxiliar Feminino de Praças (QAFP). Hoje, grande parte das mulheres ocupam quadros que vão de marinheiras, entre as praças, até Capitão de Mar e Guerra, entre as oficiais.
Essa formação foi extinta em 1997, quando as mulheres foram autorizadas a integrar as divisões já existentes para os homens, ou seja, elas passaram a fazer parte dos quadros regulares da Marinha. Na época, as mulheres podiam ser parte do Corpo de Engenheiros e Intendentes da Marinha e dos quadros de Médicos, Cirurgiões-Dentistas, Apoio à Saúde e Técnico, em condições igualitárias de acesso a cursos e promoções.
A primeira mulher a ocupar um posto de Oficial General na Marinha do Brasil foi a Contra-Almirante Dalva Maria Carvalho Mendes, em 2012. Já em 2014, foi admitida a primeira turma de Aspirantes femininas da Escola Naval (EN). Esses são dois marcos expressivos na carreira militar feminina dentro da Marinha do Brasil.
As possíveis portas de entrada para mulheres na Marinha são:
- Escola Naval (EN);
- Corpo Auxiliar de Praças (CAP);
- Quadro Complementar de Intendentes (QC-IM);
- Quadro Técnico (QT);
- Corpo de Saúde da Marinha – Quadro de Médicos (CSM-MD);
- Corpo de Saúde da Marinha – Quadro de Cirurgiões-Dentistas (CSM-CD);
- Corpo de Saúde da Marinha – Quadro de Apoio à Saúde (CSM-S);
- Corpo de Engenheiros da Marinha (CEM);
- Quadro de Capelães Navais (CAPNAV);
- Serviço Militar Voluntário para Oficiais temporários (SMV-OF); e
- Serviço Militar Voluntário para Praças temporários (SMV-PR).
A partir de 2022, o ingresso de mulheres no Colégio Naval (CN) e na Escola de Aprendizes Marinheiros (EAM) também será autorizado.
Curiosidades sobre a Carreira Militar Feminina
Muitas mulheres no Exército ocupam postos de sargento, tenente, capitão e major. Atualmente, a maior patente alcançada por elas no posto de Oficiais Superiores foi a patente de tenente-coronel.
Além disso, as mulheres ocupam esses e outros cargos em todo o Brasil e em países aliados. Muitas delas atuam em Quartéis-Generais, Organizações Militares de Ensino, de Saúde e em Órgãos de Assessoria do Exército.
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