A guerra na Ucrânia, um conflito que já deixou marcas profundas na história recente, ganhou um novo capítulo com a entrada em cena do míssil hipersônico Oreshnik. Para saber mais sobre o novo míssil utilizado pela Rússia na guerra contra a Ucrânia, confira esse artigo, que o Estratégia Militares preparou para você!
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia entrou em uma nova fase de violência e complexidade no ano de 2024. Uma das inovações mais alarmantes no cenário militar do conflito foi o uso do míssil Oreshnik, um armamento de alta precisão desenvolvido pela Rússia.
Esse novo míssil promete alterar a dinâmica da guerra, trazendo uma série de questões sobre sua capacidade destrutiva, seu alcance e o impacto humano nas regiões afetadas. O uso do Oreshnik não é apenas um marco tecnológico, mas também um reflexo das tensões crescentes e da escalada da violência no campo de batalha.
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O que é o Oreshnik?
O Oreshnik – cujo nome é derivado da palavra russa para “bardo” – é um míssil de longo alcance da Rússia. Projetado para atingir alvos com extrema precisão, o Oreshnik tem sido considerado um dos armamentos mais sofisticados da atualidade.
Sua capacidade de ser lançado por sistemas de defesa aérea e sua precisão cirúrgica fazem dele uma arma temida, com potencial para causar danos em uma escala devastadora. Além disso, sua velocidade hipersônica o torna quase impossível de interceptar.
Desenvolvido por engenheiros da indústria militar russa, o Oreshnik é uma versão modernizada de tecnologias de mísseis já em uso, mas com novas características que o tornam especialmente perigoso. Ele é baseado na plataforma do míssil balístico intercontinental RS-26 Rubezh, o qual não é produzido em massa, pelo seu alto custo de produção.
O Oreshnik é capaz de atingir alvos a uma distância de até 5.500 quilômetros, e pode ser disparado de plataformas aéreas ou terrestres. Isso permite que a Rússia ataque alvos no interior do território ucraniano, mesmo a partir de regiões distantes da linha de frente das forças de ataque.
Qual o poder destrutivo do Oreshnik?
O poder destrutivo do Oreshnik é um dos aspectos que mais chama a atenção. O míssil é projetado para transportar ogivas altamente explosivas que podem destruir fortificações militares, instalações estratégicas e infraestruturas civis.
O porta-voz do governo russo afirmou, por meio de seu canal no aplicativo Telegram, que o míssil Oreshnik tem a capacidade de transportar até quatro ogivas nucleares de 0,3 megatons, cada.
A efeito de comparação, o míssil Litte Boy, que os EUA utilizou contra o Japão, e destruiu a cidade de Hiroshima, possuía 0,015 megaton, de capacidade destrutiva.
Sua alta precisão é impressionante, já que pode atingir alvos muito específicos – como centros de comando ou depósitos de armamento – com uma margem de erro mínima. No entanto, o impacto para a população civil também é significativo, já que, em muitas ocasiões, as instalações atacadas estão localizadas em áreas densamente povoadas.
O Oreshnik tem a capacidade de desintegrar completamente grandes áreas de uma cidade ou de uma infraestrutura, com ondas de choque que causam destruição em larga escala. A fragmentação da ogiva espalha detritos a uma grande distância, potencializando o alcance dos danos, e, dependendo da carga explosiva, o míssil pode causar incêndios de grande proporção.
Além de sua precisão, a rapidez com que o Oreshnik pode alcançar seu alvo é outro fator que o torna uma ameaça quase imbatível. Com um tempo de reação reduzido, ele oferece poucas oportunidades para sistemas de defesa antiaérea interceptarem o ataque, o que aumenta sua eficácia nas missões de destruição.
Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, o míssil tem a capacidade de alcance que varia entre 3.000 a 5.500 km do local de lançamento. Não obstante, a arma pode alcançar a velocidade de mach 10, ou seja, dez vezes a velocidade do som, cerca de 12.350 km/h, percorrendo cerca de 2,5 a 3 quilômetros por segundo.
Como o Oreshnik tem sido utilizado pela Rússia?
O uso do Oreshnik pelos russos ainda é experimental, mas os veículos de imprensa relatam que o presidente russo ordenou a produção em massa do míssil. No dia 21 de novembro de 2024, o Oreshnik foi empregado pela primeira vez em um ataque acontra a cidade de Dnipro, na Ucrânia.
A Rússia, que já vinha utilizando uma gama de mísseis de precisão, como os Iskander, viu no Oreshnik uma ferramenta que potencializa a destruição e acelera a perda de territórios e recursos ucranianos.
Quais as consequências enfrentadas pela Ucrânia por causa da guerra?
O uso de mísseis avançados levou as autoridades da Ucrânia a intensificar a defesa aérea. Contudo, os resultados têm sido poucos resultados satisfatórios.
As defesas antiaéreas ucranianas, como os sistemas S-300 e os novos sistemas de interceptação, não conseguem conter todos os mísseis lançados.
O impacto nos civis é devastador, com muitas áreas da Ucrânia sendo atingidas por explosões maciças – especialmente em Kiev e Kharkiv, onde centros urbanos e zonas industriais sofreram grandes danos.
Os ataques não se limitaram a alvos militares. Em várias ocasiões, hospitais, escolas e áreas residenciais também foram atingidos, levantando preocupações internacionais sobre a natureza indiscriminada do conflito.
A comunidade internacional, já alarmada pela escalada da guerra, tem pressionado por uma maior vigilância e esforços de mediação, mas os ataques russos continuam, exacerbando ainda mais a precária situação humanitária.
A resposta ucraniana a essa nova ameaça tem sido fortalecer suas forças armadas com a ajuda de aliados ocidentais. O fornecimento de armamentos avançados – como sistemas de mísseis Patriot, caças e drones de vigilância – tem sido crucial para a resistência ucraniana, mas não é suficiente para barrar totalmente o avanço russo.
A linha de frente, que antes se concentrava nas regiões do Donbass, se expandiu para novos territórios, com ambas as partes buscando o controle de áreas estratégicas.
Enquanto a Rússia tenta pressionar por um fim favorável do conflito, suas ações não apenas afetam o território ucraniano, mas também têm repercussões globais. A economia mundial tem sido impactada pela crise energética gerada na Europa, devido ao corte no fornecimento de gás natural, e pelas sanções econômicas impostas.
No entanto, a Rússia parece determinada a manter sua estratégia militar, pressionando a Ucrânia e os aliados ocidentais a recuar.
A guerra continua a ser uma tragédia humanitária de proporções épicas, com milhões de ucranianos deslocados e uma grande perda de vidas. Os avanços tecnológicos, como o uso do Oreshnik, tornam o conflito cada vez mais complexo e perigoso.
Para muitos, o míssil é um símbolo da brutalidade moderna da guerra, onde a precisão das armas não significa menos sofrimento, mas um tipo diferente de destruição, capaz de rasgar o tecido social e humano de uma nação.
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Referências
- https://www.nbcnews.com/news/world/russia-launched-icbm-ukraine-war-putin-rcna181131
- https://pt.euronews.com/2024/08/03/russia-pode-estar-a-intensificar-as-operacoes-militares-em-kharkiv-dizem-militares-ucrania
- https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/11/24/ucrania-mostra-fragmentos-de-novo-missil-russo-apos-bombardeio-em-dnipro.ghtml
- https://www.reuters.com/pt/mundo/ZABGPXCQLZO45CIOLR3S344ZPI-2024-11-18/
- https://www.bbc.com/portuguese/articles/c0qdv891388o
- https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2024-11/russia-ataque-com-missil-hipersonico-na-ucrania-foi-aviso-ao-ocidente
- https://www.dn.pt/5212675431/eua-e-reino-unido-confirmam-uso-de-novo-missil-balistico-pela-russia/
- https://www.bloomberg.com/news/articles/2024-11-19/ucrania-ataca-russia-com-misseis-e-putin-alerta-ocidente