Os 50 anos do tratado para a construção da Usina Itaipu

Os 50 anos do tratado para a construção da Usina Itaipu

A Usina Hidrelétrica de Itaipu, também chamada Itaipu Binacional, foi uma das grandes obras de infraestrutura realizadas pelo Brasil. Em 1973, Brasil e Paraguai assinaram o acordo que a levou a sair do papel e a fornecer energia elétrica para os dois países. 

Confira neste artigo do Estratégia Militares tudo sobre a importância desta obra

Inscreva-se em nossa newsletter!

Receba notícias sobre os mais importantes concursos para as Forças Armadas brasileiras e informações sobre o mundo militar!

Definição

A hidrelétrica de Itaipu é uma usina geradora de energia que fica localizada no Rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai. Ela é binacional, pois sua construção aconteceu por meio do esforço diplomático entre esses dois países.

A palavra Itaipu quer dizer “pedra que canta” ou “pedra na qual a água faz barulho” em Tupi Guarani. Antes da construção da hidrelétrica havia uma pequena ilha que recebia esse nome no local. O Rio Paraná se encontra na Bacia do Rio da Prata. 

Itaipu é a principal hidrelétrica em funcionamento no Brasil. Além disso, ela é a segunda maior do mundo. Em extensão, que significa área construída, Itaipu é a maior. No entanto, em capacidade de geração de energia, ela fica em segundo lugar, perdendo apenas para a usina de Três Gargantas, na China.

Histórico

Durante os anos dos governos militares no Brasil (1964-1985), o país passou por uma fase de crescimento econômico denominada “Milagre Brasileiro” ou “Milagre Econômico”. Nesta fase, que durou precisamente entre os anos de 1968 e 1973, o país estava em crescimento e se industrializando. 

A usina hidrelétrica de Itaipu foi uma das grandes obras de infraestrutura do período militar. Devido ao aumento de demanda por energia para utilização nas grandes cidades e na indústria, o governo brasileiro precisou investir no projeto. 

Com isso, começou-se a procura pela melhor localização da futura usina hidrelétrica. As pesquisas revelaram que o ideal seria construí-la no Rio Paraná. No entanto, essa área era fronteira com o Paraguai, país com o qual o Brasil tinha problemas diplomáticos desde o tempo da Guerra do Paraguai – conflito ocorrido entre 12 de outubro de 1864 e 1 de março de 1870.

Esforços diplomáticos começaram a ser feitos, na década de 1960, para que Itaipu pudesse ser construída. O Paraguai também vivia sob um regime militar no período, o que de certa maneira facilitou o acordo. Sendo assim, a construção de Itaipu acabou solucionando um impasse diplomático entre Brasil e Paraguai, que disputavam a posse das terras na região do Salto das Sete Quedas, hoje coberta pelo lago da usina binacional. 

Depois de muitas negociações entre os países, foi assinada a Ata do Iguaçu, em 22 de junho de 1966. Ela manifestou a disposição dos dois países em estudar o aproveitamento dos recursos hidráulicos da região.

Em 1967, uma comissão mista foi criada para a implementação da Ata do Iguaçu. Um consórcio entre as empresas IECO e ELC venceu a concorrência internacional para realizar os estudos de viabilidade e para elaborar o projeto da obra da futura hidrelétrica.

Brasil e Paraguai assinaram o Tratado de Itaipu em 26 de abril de 1973, há 50 anos. Ele era um instrumento para legalizar o aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná por ambos os países.

Em maio de 1974, foi formada a entidade binacional Itaipu, estruturada como uma empresa internacional. Ela teria como foco gerenciar a construção da usina. 

Pelo acordo, o governo brasileiro ficou responsável por obter recursos para a construção. O financiamento da obra aconteceu por meio de empréstimos de curto prazo de bancos estatais estrangeiros e de instituições financeiras privadas. A dívida terminou de ser paga no início de 2023. 

A construção, no entanto, desagradou a Argentina, que também faz fronteira com a região do Rio Paraná. Os argentinos temiam que Itaipu prejudicasse seus interesses e direitos sobre aquelas águas. 

O Acordo Tripartite, entre Brasil, Paraguai e Argentina, assinado em 19 de outubro de 1979, foi o responsável por sanar o problema. Ele determinou as regras para o aproveitamento dos recursos hídricos do Rio Paraná, desde as Sete Quedas até a foz do Rio da Prata. 

O documento também estabeleceu os níveis do rio e as variações permitidas na Bacia do Rio da Prata – comum aos três países – para os diferentes empreendimentos hidrelétricos. 

A construção de Itaipu foi também um desafio ambiental, pois seu reservatório inundava uma grande região onde havia uma grande diversidade de fauna e de flora. As chamadas Sete Quedas, eram uma conhecida área turística. Além disso, a população ribeirinha que ali vivia precisou ser retirada. Houve muitos protestos contra a construção. 

Em 1974 começou a construção de Itaipu Binacional, com a chegada das primeiras máquinas ao canteiro de obras. Foi um grande desafio porque na época a cidade de Foz do Iguaçu, no lado brasileiro, era muito pequena, constituída basicamente de duas ruas asfaltadas. 

Com o reservatório já formado, em 5 de novembro de 1982, os presidentes João Figueiredo, do Brasil, e Alfredo Stroessner, do Paraguai, acionaram o mecanismo que levantava automaticamente as 14 comportas do vertedouro de Itaipu, liberando a água que estava represada no Rio Paraná. 

Dessa forma, inauguram a hidrelétrica, depois de mais de 50 mil horas de trabalho. Em 5 de maio de 1984 aconteceu a entrada em operação da primeira unidade geradora de energia.

Importância da Usina Itaipu

A importância da geração de energia elétrica por Itaipu é inegável. Sem ela, o processo de crescimento econômico brasileiro com certeza seria mais lento. 

No ano da assinatura do Tratado de Itaipu, 1973, aconteceu uma crise econômica mundial provocada pelo aumento do preço do petróleo. Com isso, a exploração de fontes de energia renováveis para assegurar o desenvolvimento do Brasil se fazia necessário.

Com a usina hidrelétrica de Itaipu, o Brasil reforçou sua opção pela energia produzida pelo aproveitamento da força das águas dos rios. Ela praticamente dobrou a capacidade de geração de energia no país. 

Em 1984, primeiro ano de atividade, foram gerados 277 megawatts. A venda de energia elétrica começou em 1º de março de 1985. O auge da participação de Itaipu no mercado brasileiro foi atingido em 1997, com o atendimento de 26% da demanda do setor elétrico.

Em 2000, a hidrelétrica gerou 93,4 bilhões de quilowatts-hora, estabelecendo um novo recorde mundial de produção. Ao completar 20 anos de atividade, em 2004, Itaipu já havia gerado energia elétrica suficiente para abastecer o planeta durante 36 dias.

Em 2016, a hidrelétrica foi a primeira do mundo a ultrapassar 100 milhões de megawatts-hora (MWh) de geração anual. O total de 103.098.366 MWh gerado por Itaipu, superou o recorde de 98,8 milhões de MWh estabelecido pela hidrelétrica chinesa Três Gargantas, em 2014, recuperando o primeiro lugar em produção anual de energia limpa e renovável no mundo.

Além disso, Itaipu é a maior hidrelétrica do mundo em produção acumulada. Desde o início de suas operações, em maio de 1984, já foram gerados mais de 2,4 bilhões de MWh.

Os professores Marco Túlio, de História, e Priscila Lima, de Geografia, fizeram uma live no canal do YouTube do Estratégia Militares falando sobre a importância de Itaipu, os 50 anos da assinatura do tratado e o que é possível cair nas provas dos concursos militares sobre o tema. Assista à aula clicando no link abaixo:

Quer se tornar um militar de carreira? Então, não perca mais tempo! Conheça os cursos do Estratégia Militares e saia na frente dos outros candidatos! Saiba mais clicando no banner abaixo!

CTA - Militares

Fontes

Itaipu Binacional

Infoescola

Wikipedia

https://www.itaipu.gov.br/

Você pode gostar também