O texto abaixo reproduz alguns trechos do poema “Leito de folhas verdes”, do escritor romântico Gonçalves Dias, que consta do livro Últimos cantos (1851). Nesse longo poema, o poeta dá voz a uma índia que dirige um apelo emocionado e sensual ao seu amado, o índio Jatir, e que permanece na expectativa da chegada do homem amado para um encontro sexual. Ao final, o encontro erótico-amoroso acaba não se concretizando, pois Jatir não chega ao local em que a índia o aguarda.
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.
[...]
Sejam vales ou montes, lago ou terra,
Onde quer que tu vás, ou dia ou noite,
Vai seguindo após ti meu pensamento:
Outro amor nunca tive: és meu, sou tua!
[...]
Não me escutas, Jatir! nem tardo acodes
À voz do meu amor, que em vão te chama!
[...]
Sobre esse poema é INCORRETO afirmar que