O gado era utilizado como força de tração nos trapiches e no transporte de lenha para os fornos e de caixas de açúcar, o que contribuiu para que a atividade permanecesse restrita ao espaço dos engenhos ao longo dos séculos, sendo basicamente conduzida pelos grandes proprietários.

Com o passar do tempo, muitos criadores penetraram no sertão em busca de pasto, avançando para o Sul do território, pelo rio São Francisco, ou pelo Norte, atingindo o Maranhão. Pode-se dizer que a atividade criatória foi um elemento decisivo na interiorização do processo colonizador.

A criação de animais foi uma típica atividade de subsistência, ou seja, voltada ao abastecimento interno do território colonial. Nos engenhos e nas fazendas, os animais eram criados pelos escravizados, que progressivamente conquistaram a autonomia sobre os seus próprios rebanhos.

Segundo historiadores, as primeiras criações de gado foram desenvolvidas no Brasil por alguns povos indígenas milhares de anos antes da chegada dos europeus. Porém, a atividade desempenhou importante papel na economia local a partir do início da colonização portuguesa.

Até fins do século XVIII, as principais finalidades da criação de gado bovino na região sul do território brasileiro eram a produção de leite e do charque, voltados à exportação para outras regiões. Posteriormente, por volta de 1780, a atividade perdeu importância na economia local diante do crescimento da indústria têxtil.