Questão
Provão de Bolsas EPCAR/CM 1º Ano
2020
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A partir do texto a seguir, responda às questão.

O Banheiro

Não é o lar o último recesso do homem civilizado, sua última fuga, o derradeiro recanto em que pode esconder suas mágoas e dores. Não é o lar o castelo do homem. O castelo do homem é seu banheiro. Num mundo atribulado, numa época convulsa, numa sociedade desgovernada, numa família dissolvida ou dissoluta só o banheiro é um recanto livre, só essa dependência da casa e do mundo dá ao homem um hausto de tranquilidade. É ali que ele sonha suas derradeiras filosofias e seus moribundos cálculos de paz e sossego. Outrora, em outras eras do mundo, havia jardins livres, particulares e públicos, onde o homem podia se entregar à sua meditação e à sua prece. [...]

Desapareceram os jardins particulares, [...] o homem foi recuando, desesperou e só obteve um instante de calma no dia em que de novo descobriu seu santuário dentro de sua própria casa — o banheiro. Se não lhe batem à porta outros homens (pois um lar por definição é composto de mulher, marido, filho, filha e um outro parente, próximo ou remoto, todos com suas necessidades físicas e morais) ele, ali e só ali, por alguns instantes, se oculta, se introspecciona, se reflete, se calcula e julga. Está só consigo mesmo, tudo é segredo, ninguém o interroga, pressiona, compele, tenta, sugere, assalta. [...]

O banheiro é o que resta de indevassável para a alma e o corpo do homem e queira Deus que Le Corbusier ou Niemeyer não pensem em fazê-lo também de vidro, numa adaptação total ao espírito de uma humanidade cada vez mais gregária, sem o necessário e apaixonante sentimento de solidão ocasional.

FERNANDES, Millor. O banheiro. Disponível em:<http://releituras.com/millor_banheiro.asp>. Acesso em: 13 dez. 2020. (Fragmento)

Assinale, a seguir, a alternativa em que a análise do sujeito do verbo destacado está incorreta.
A
Queira Deus que Le Corbusier ou Niemeyer não pensem em fazê-lo também de vidro. (Sujeito composto)
B
Ninguém o interroga, pressiona, compele, tenta, sugere, assalta. (Sujeito desinencial)
C
Desapareceram os jardins particulares, [...] o homem foi recuando, desesperou e só obteve um instante de calma no dia em quede novo descobriu seu santuário dentro de sua própria casa — o banheiro. (Sujeito simples)
D
Não é o lar o último recesso do homem civilizado, sua última fuga, o derradeiro recanto em que pode esconder suas mágoas e dores. (Sujeito desinencial)
E
Outrora, em outras eras do mundo, havia jardins livres, particulares e públicos, onde o homem podia se entregar à sua meditação e à sua prece. (Sujeito simples)