O avanço da Inteligência Artificial (IA) representa uma transformação significativa em nossa sociedade. Tal tecnologia encontra-se em constante evolução e está impactando diversos setores, desde a medicina até a indústria automobilística. Com a capacidade de processar grandes volumes de dados e aprender com cada um desses dados, a inteligência artificial está impulsionando a automação, a tomada de decisões mais precisas e a criação de novas oportunidades de inovação. À medida que avançamos, é crucial explorar cuidadosamente os aspectos éticos e sociais relacionados à IA, para garantir que ela seja desenvolvida e utilizada de maneira responsável e benéfica para a humanidade.
Avanço da Inteligência Artificial traz vantagens, mas abre questões éticas, morais e sociais
Fernando Osório destaca os principais problemas que podem ser provocados pelo uso da tecnologia e alerta para a necessidade de criação de regras e leis regulatórias.
O uso da tecnologia e, consequentemente, da Inteligência Artificial (IA) é cada vez maior em todas as áreas do conhecimento, nas mais simples atividades do dia a dia de qualquer ser humano e em qualquer parte do mundo, sem nem mesmo que as pessoas percebam sua presença.
É possível que a Inteligência Artificial seja caracterizada como um campo das ciências da computação em que máquinas ou algoritmos realizam tarefas. Assim, é usada em buscas na internet, compras no comércio eletrônico, serviços bancários virtuais, aplicativos e smartphones, entre diversos outros produtos e serviços.
Mas, assim como a Inteligência Artificial pode trazer inúmeras vantagens, como praticidade, velocidade e qualidade dos serviços, também esbarra em questões éticas, morais e sociais, podendo oferecer riscos caso seja usada irresponsavelmente ou para fins negativos. “Toda tecnologia sempre oferece riscos, se for mal utilizada; assim como ocorre com as armas ou a energia nuclear, por exemplo”, comenta Fernando Osório, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos. Especialista do Centro de Inteligência Artificial (C4AI), também da USP, Osório afirma que, quanto mais avançada a tecnologia – como ocorre ano após ano –, mais a sociedade deve ser impactada.
Entre os principais riscos, o especialista cita a falsificação de informações. Com ela, pode-se gerar Fake News e os chamados deepfakes (imagens criadas por Inteligência Artificial que reproduzem aparência, expressões e até a voz de uma pessoa). “Confiar cegamente na Inteligência Artificial, só porque é uma máquina mais sofisticada, é algo muito perigoso”, destaca o professor. Apesar disso, Osório ressalta que máquinas não têm consciência nem vontade própria, apenas seguem os comandos dados pelos humanos. “Se uma Inteligência Artificial ou um robô fizerem ações ruins, é porque alguém teve a intenção de programá-los para fazerem isso.”
Outro possível risco do rápido crescimento da Inteligência Artificial diz respeito ao temor dos humanos de serem substituídos por robôs, máquinas e algoritmos. O pesquisador garante que esse não é o papel da Inteligência Artificial e que a preocupação com o desemprego poderia ser muito maior caso não houvesse uma modernização, já que “essa tecnologia não destrói empregos, ela desloca empregos, criando muitos novos empregos e oportunidades”.
Osório cita, como exemplo, as operadoras telefônicas e os ascensoristas, que deram lugar à tecnologia conforme o tempo passou. São profissões que desapareceram, mas que abrem espaço para postos melhores que, de acordo com o professor, seguem gerando muitos outros empregos nas áreas de produção, vendas, instalação e manutenção. A Inteligência Artificial produz mais, com melhor qualidade e menor custo. Dessa forma, a empresa cresce, vende mais e emprega mais pessoas. “Adotar uma produção otimizada e inteligente gera crescimento, evita falências, torna competitivas as empresas e, consequentemente, multiplica empregos.”
O professor defende a necessidade de criar regras de uso dessa tecnologia, o que, segundo ele, já vem sendo debatido por pesquisadores, desenvolvedores e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). No Brasil, por exemplo, foram criados recentemente a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (Ebia) e diversos Centros de Pesquisa e Aplicação da Inteligência Artificial, “para regulamentar e dominar essa tecnologia”
O pesquisador defende ainda a regulamentação e a criação de órgãos de controle para que as empresas se preocupem em realocar seus funcionários em novas funções, evitando também o monopólio de grandes conglomerados. “Somente com muita educação e investimentos em estudos, pesquisas, conhecimentos, tecnologias e inovação poderemos garantir um futuro melhor.”
OSÓRIO, Fernando. Jornal da USP. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/avanco-da-inteligencia-artificial-traz-vantagensmas-abre-questoes-eticas-morais-e-sociais/. Acesso em: 25 jul. 2023.
Analise o período a seguir, retirado do Texto I:
“É possível que a Inteligência Artificial seja caracterizada como um campo das ciências da computação em que máquinas ou algoritmos realizam tarefas.” (2º parágrafo)
Qual das alternativas abaixo apresenta uma oração subordinada com a mesma função sintática da oração destacada acima: