Questão
Provão de Bolsas ESA
2022
TextoO-TDAH-Transtorno1201ca19206a
Texto

O TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade) é uma doença neurológica que afeta a capacidade dos diagnosticados em cumprir as tarefas necessárias. 

A condição aparece ainda na infância, mas pode passar anos – ou até décadas – despercebida, com seus sintomas sendo confundidos com traços de personalidade ou até mesmo falhas de caráter. 

A data 13 de julho é considerada o Dia Mundial de Conscientização do Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade e foi instituída para conscientizar sobre o tema. Neste texto, o Nexo explica o que é o TDAH, como ele foi descoberto e como ele afeta os diagnosticados.
Texto

O TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade) é uma doença neurológica que afeta a capacidade dos diagnosticados em cumprir as tarefas necessárias. 

A condição aparece ainda na infância, mas pode passar anos – ou até décadas – despercebida, com seus sintomas sendo confundidos com traços de personalidade ou até mesmo falhas de caráter. 

A data 13 de julho é considerada o Dia Mundial de Conscientização do Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade e foi instituída para conscientizar sobre o tema. Neste texto, o Nexo explica o que é o TDAH, como ele foi descoberto e como ele afeta os diagnosticados.

O QUE é o TDAH

O TDAH é um transtorno biopsicossocial – ou seja, que surge a partir de fatores biológicos (genéticos), psicológicos e sociais – caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele também é chamado, por vezes, de TDA (Transtorno de Deficit de Atenção) e DDA (Distúrbio de Deficit de Atenção).

Os fatores genéticos são a principal razão para o surgimento do TDAH. Um estudo publicado pela Universidade de Medicina de Nova York em 2018 apontou que 74% dos casos do transtorno foram herdados geneticamente, embora as causas específicas ainda sejam desconhecidas.

Dentro dos fatores ambientais/sociais que podem resultar no TDAH estão o consumo de álcool ou cigarro pela mãe durante a gestação, bem como partos prematuros, de acordo com a pesquisa. Nesses cenários, as causas para o surgimento do transtorno também são desconhecidas.

A nível neurológico, o TDAH é um distúrbio nas funções executivas, resultado de alterações na região frontal do cérebro e nas conexões dela com o restante do órgão, em especial a produção e a distribuição de dois neurotransmissores: a dopamina, que influencia emoções, aprendizado, humor e atenção; e a noradrenalina, que está relacionada com ansiedade, sono e alimentação.

O TDAH tem dois grupos principais de sintomas, que aparecem ainda na infância: a desatenção – que se manifesta na falta de concentração em certas atividades, esquecimentos, etc –; e a hiperatividade – que aparece a partir de múltiplos interesses do portador ao mesmo tempo, pensamento acelerado, hiperfoco em atividades que dão prazer, decisões impulsivas, etc. Para alguns especialistas, a impulsividade é vista como um terceiro grupo de sintomas, separado da hiperatividade.

Os portadores do TDAH podem pender mais para uma das famílias de sintomas ou apresentar uma mistura das duas (ou três, dependendo da perspectiva). Há também sintomas secundários, como irritabilidade, baixa tolerância às frustrações e autoestima frágil.

É importante frisar que nem todos os sintomas são necessariamente ruins, especialmente os ligados à hiperatividade. Como eles são encarados depende do contexto e da história de vida dos pacientes e do meio em que eles se inserem. Portadores de TDAH tendem a ser mais espontâneos – pela impulsividade –, e mais criativos, já que o fluxo constante e acelerado de pensamentos propicia a mistura de referências e vivências, que podem gerar novas ideias.

Há figuras notáveis em seus respectivos campos com TDAH, como o astronauta americano Scott Kelly, que usou o hiperfoco para se debruçar nos estudos de engenharia aeroespacial; o músico Dave Grohl, ex-Nirvana e líder do Foo Fighters; e ginasta campeã olímpica Simone Biles.

Por essas diferentes perspectivas e contextos, há médicos que defendem que o TDAH não deveria ser encarado como um transtorno de deficit de atenção, e sim uma condição de instabilidade ou variação de atenção, já que temas e atividades que despertam o interesse desses pacientes conseguem gerar hiperfoco e o surgimento de novas ideias. Um nome alternativo para a condição, proposto pelos médicos americanos Edward Hallowell e John Ratey em 2020 é TVARE (Traço Variável de Atenção em Relação ao Estímulo). 

(Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/. Fragmento)

O TDAH é um transtorno biopsicossocial – ou seja, que surge a partir de fatores biológicos (genéticos), psicológicos e sociais – caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele também é chamado, por vezes, de TDA (Transtorno de Deficit de Atenção) e DDA (Distúrbio de Deficit de Atenção).

Os fatores genéticos são a principal razão para o surgimento do TDAH. Um estudo publicado pela Universidade de Medicina de Nova York em 2018 apontou que 74% dos casos do transtorno foram herdados geneticamente, embora as causas específicas ainda sejam desconhecidas.

Dentro dos fatores ambientais/sociais que podem resultar no TDAH estão o consumo de álcool ou cigarro pela mãe durante a gestação, bem como partos prematuros, de acordo com a pesquisa. Nesses cenários, as causas para o surgimento do transtorno também são desconhecidas.

A nível neurológico, o TDAH é um distúrbio nas funções executivas, resultado de alterações na região frontal do cérebro e nas conexões dela com o restante do órgão, em especial a produção e a distribuição de dois neurotransmissores: a dopamina, que influencia emoções, aprendizado, humor e atenção; e a noradrenalina, que está relacionada com ansiedade, sono e alimentação.

O TDAH tem dois grupos principais de sintomas, que aparecem ainda na infância: a desatenção – que se manifesta na falta de concentração em certas atividades, esquecimentos, etc –; e a hiperatividade – que aparece a partir de múltiplos interesses do portador ao mesmo tempo, pensamento acelerado, hiperfoco em atividades que dão prazer, decisões impulsivas, etc. Para alguns especialistas, a impulsividade é vista como um terceiro grupo de sintomas, separado da hiperatividade.

Os portadores do TDAH podem pender mais para uma das famílias de sintomas ou apresentar uma mistura das duas (ou três, dependendo da perspectiva). Há também sintomas secundários, como irritabilidade, baixa tolerância às frustrações e autoestima frágil.

É importante frisar que nem todos os sintomas são necessariamente ruins, especialmente os ligados à hiperatividade. Como eles são encarados depende do contexto e da história de vida dos pacientes e do meio em que eles se inserem. Portadores de TDAH tendem a ser mais espontâneos – pela impulsividade –, e mais criativos, já que o fluxo constante e acelerado de pensamentos propicia a mistura de referências e vivências, que podem gerar novas ideias.

Há figuras notáveis em seus respectivos campos com TDAH, como o astronauta americano Scott Kelly, que usou o hiperfoco para se debruçar nos estudos de engenharia aeroespacial; o músico Dave Grohl, ex-Nirvana e líder do Foo Fighters; e ginasta campeã olímpica Simone Biles.

Por essas diferentes perspectivas e contextos, há médicos que defendem que o TDAH não deveria ser encarado como um transtorno de deficit de atenção, e sim uma condição de instabilidade ou variação de atenção, já que temas e atividades que despertam o interesse desses pacientes conseguem gerar hiperfoco e o surgimento de novas ideias. Um nome alternativo para a condição, proposto pelos médicos americanos Edward Hallowell e John Ratey em 2020 é TVARE (Traço Variável de Atenção em Relação ao Estímulo). 

(Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/. Fragmento)

Assinale, a seguir, a alternativa em que a classificação do termo em destaque está incorreta.
A
“(...) já que temas e atividades que despertam o interesse desses pacientes conseguem gerar hiperfoco e o surgimento de novas ideias.” (Sujeito)
B
“Os portadores do TDAH podem pender mais para uma das famílias de sintomas ou apresentar uma mistura das duas (ou três, dependendo da perspectiva).” (Complemento nominal)
C
“Portadores de TDAH tendem a ser mais espontâneos – pela impulsividade –, e mais criativos (...)” (Predicativo do sujeito)
D
“Por essas diferentes perspectivas e contextos, há médicos que defendem que o TDAH não deveria ser encarado como um transtorno de deficit de atenção (...)” (Objeto direto)
E
“Para alguns especialistas, a impulsividade é vista como um terceiro grupo de sintomas, separado da hiperatividade.” (Adjunto adverbial de finalidade)