Questão
Escola Preparatória de Cadetes do AR - EPCAR
2007
Texto-VIIRomance-LIII115d171c6a1
Texto VII

Romance LIII ou das Palavras Aéreas
 Cecília Meireles
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Ai, palavras, ai, palavras,
sois de vento, ide no vento,
no vento que não retorna,
e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma!

Sois de vento, ide no vento,
e quedais, com sorte nova!

Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Todo o sentido da vida,
principia à vossa porta;
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...

A liberdade das almas,
ai! com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...

Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com a norma padrão escrita (Texto VII). 
A
No primeiro verso da terceira estrofe, a interjeição “Ai” denota admiração do eu-lírico diante do poder da palavra. 
B
No poema, a segunda pessoa do plural é utilizada para engrandecer o interlocutor, como forma de reverência. 
C
No quinto verso da quarta estrofe, a repetição do adjetivo “frágil” superlativiza o atributo dado à palavra. 
D
Nos versos um e dois da quarta estrofe, o agente da ação verbal é “a liberdade das almas”.