Texto I
A INVEJA
Tomás de Aquino define a inveja como a "tristeza por não possuir o bem alheio". Invejam-se a cor dos olhos, o tom da voz, a erudição, os títulos, a função, a riqueza ou as viagens de outrem. "Onde há inveja, não há amizade", alertava Camões.
O invejoso é um derrotado. Perdeu para a sua auto-estima. Lamenta, no íntimo, ser quem é e nutre a fantasia de que poderia ter sido outra pessoa. O inimigo do invejoso é ele próprio.
(...)
A inveja é tristeza de ser o que se é. A advogada sonha que poderia ter sido atriz, o engenheiro imagina-se no lugar do empresário, o rapaz chora por não pilotar um carro de Fórmula 1. Mal sabem que o invejado também sofre de invejas, pois o desejo é insaciável. Centrado nos bens objetivos, escraviza o ser humano.
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Só quem se gosta não tem inveja. E capaz, portanto, de reconhecer e aplaudir o sucesso alheio. Faz sua a alegria do outro.
Frei Betto, O Estado de S. Pauto, 1998.
Texto II
Contente Está Quem Assim se Julga de Si Mesmo
A abastança e a indigência dependem da opinião de cada um; e a riqueza não mais do que a glória, do que a saúde têm tanto de beleza e de prazer quanto lhes atribui quem as possui. Cada qual está bem ou mal conforme assim se achar. Contente está não quem assim julgamos, mas quem assim julga de si mesmo. E apenas com isso a crença assume essência e verdade.
Michel de Montagne
Assinale a alternativa INCORRETA.