Texto 2
Entre os oficiais britânicos que entraram em ação naquele verão, estava Siegfried Sassoon. Ferido no pescoço, foi transportado para um hospital-base numa das centenas de trens-hospital que atravessavam incessantemente os campos franceses. A bordo, havia mais quinhentos homens feridos. “As memórias que tenho daquele trem são estranhas e terríveis, pois transportava um carregamento de homens em cujas mentes os horrores de que escaparam ainda eram vívidos e violentos”, escreveu Sassoon tempos depois. “Muitos de nós tínhamos ainda a lama seca da zona de guerra em nossas botas e roupas, e cada homem com ataduras estava acompanhado de sua experiência na batalha. Apesar de alguns falarem sobre ela com leveza e até em tom de piada, havia um conjunto de enormidades na atmosfera daquele trem. Ouvi alguns oficiais com ferimentos leves que recordavam com animação suas aventuras em Wancourt, onde tinham sido bombardeados enquanto saíam de uma trincheira à noite. Sua vozearia misturava-se com o ruído surdo e a vibração do trem que ia prosseguindo, em muita segurança e tranquilidade, através da penumbra circundante. A linha de frente ficava para trás, mas pousava sua mão nos nossos corações, ainda que a realidade do seu impacto fosse diminuindo a cada quilômetro percorrido”.
GILBERT, Martin. A primeira guerra mundial: os 1.590 dias que transformaram o mundo. Casa da palavra/Leya: Rio de Janeiro, 2017.
O verbo “haver”, em “havia um conjunto de enormidades na atmosfera daquele trem”, deve ser classificado, com relação ao sujeito e à transitividade, respectivamente, em: