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O governo israelense autorizou na segunda-feira (12) a entrada de um grupo de 2.000 imigrantes judeus que nasceram na Etiópia, na região do Chifre da África. Com esse gesto, o governo diz estender a nacionalidade israelense à diáspora judaica pelo mundo. A medida, entretanto, foi considerada insuficiente e o tratamento dado a esses imigrantes foi tido como discriminatório.
Os judeus que vivem na Etiópia cobram do primeiro-ministro de Israel, Binyamin “Bibi” Netanyahu, a promessa de acolher pelo menos 10 mil Falash Mura. O nome Falash Mura – cuja tradução literal é incerta, formada pela junção de falsos cognatos ao longo do tempo – refere-se aos judeus da Etiópia que, no século 19, foram convertidos ao cristianismo, e, no século 20, voltaram a aderir ao judaísmo.
Um dos fundamentos da criação do Estado de Israel é justamente acolher membros da comunidade judaica espalhados pelo mundo, especialmente os que foram vítimas de perseguição ao longo da história. Porém, a situação dos Falash Mura é controversa.
A Lei do Retorno – Lei 5.710, de 1950 – determina que “todo judeu tem direito de vir a este país [Israel] como oleh”, expressão usada para os imigrantes que são membros da comunidade judaica. “Um visto de oleh deve ser dado a todo judeu que tenha expressado o desejo de assentar-se em Israel”, estabelece a lei.
O conjunto dos membros da comunidade judaica na Etiópia são chamados de Beta Israel. Os Falash Mura compõem a minoria dos Beta Israel que foram convertidos ao cristianismo no século 19. Embora todos os Beta Israel reclamem de políticas discriminatórias em Israel, os Falash Mura enfrentam mais obstáculos.
Por séculos, eles viveram no norte do país africano, entre comunidades de muçulmanos e cristãos. A partir do século 19, no entanto, começaram a sofrer perseguição por razões religiosas. Parte da comunidade foi forçada à conversão ao cristianismo.
Apesar de esse grupo ter preservado tradições judaicas, Israel resiste a reconhecê-los como judeus. Quando chegam ao Oriente Médio, os Falash Mura têm que passar por entrevistas com autoridades que determinam qual seu grau de enquadramento no judaísmo.
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A relação de sentidos estabelecida em “Embora todos os Beta Israel reclamem de políticas discriminatórias em Israel, os Falash Mura enfrentam mais obstáculos” deve ser classificada como