Texto 1

Inteligência Artificial muda a vida de todos, para melhor e para pior
Desafio para área das máquinas que pensam é criar tecnologias que não destruam a humanidade
20.fev.2020, Raphael Hernandes
A IA (inteligência artificial) é uma das tecnologias mais poderosas já criadas pela humanidade. O termo virou pop e passou a ser o que especialistas chamam de "buzzword", ou "palavra da moda". Por ajudar no marketing de produtos, está em todo lugar, às vezes com um significado distorcido. O conceito gira em torno de um sistema computacional que tenta imitar o poder de aprendizagem do ser humano e até tomar decisões.
Qualquer pessoa que faz uma busca na internet se depara com a inteligência artificial. É essa tecnologia que sugere os termos a completar uma pesquisa, entende o que se quis dizer e lista os resultados de acordo com aquilo que julga ser mais relevante para o perfil do usuário.
Na prática, permite que uma busca por "onde comer" entenda que o interessado quer, na verdade, endereços próximos mesmo sem ele ter escrito o termo "restaurante". Para fazer tal trabalho, uma quantidade imensurável de dados de todas as pesquisas feitas no mundo são armazenados e analisados para que a IA possa aprender com os padrões existentes ali.
As aplicações são diversas e incluem conversar com pessoas para realizar atendimentos de banco, configurar aplicativos de GPS, ajudar na detecção de doenças, analisar contratos, combater vírus de computador, alertar para desastres naturais, escolher os assuntos vistos nas redes sociais e controlar aviões.
Para alguns especialistas, a IA pode ser a última tecnologia que a humanidade precisará criar. Ela própria se encarregará de criar novas ferramentas. O outro lado da moeda é que esse poder todo, sem cuidado, pode significar o fim do ser humano. Daí surgem desafios para progredir com o máximo de segurança.
Entidades como a ONU, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e a União Europeia trabalham em documentos para servir de base para um uso ético, com limites, da inteligência artificial. Gigantes como Amazon, Facebook, Google, IBM e Microsoft criam regras próprias para evitar um uso indiscriminado enquanto uma legislação sobre o assunto não aparece.
A China trava uma guerra velada com os EUA pelo domínio da tecnologia. O país asiático é o exemplo mais emblemático no uso de IA para vigilância. Nas universidades pelo mundo, grupos de estudo tentam ajudar a estabelecer os limites para IA, enquanto seus laboratórios investem na expansão das fronteiras de sua capacidade.
"Todos os atores pertinentes devem assumir sua responsabilidade e trabalhar em colaboração para identificar e lidar com necessidades e riscos mais urgentes", diz o grego Konstantinos Karachalios, diretor-geral do IEEE-SA (braço para a criação de padrões técnicos do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, principal órgão do mundo para debater tecnologia e sociedade).
(Disponível em: <https://temas.folha.uol.com.br/inteligencia-artificial/introducao/inteligencia-artificial-muda-a-vida-de-todos-para-melhor-e-para-pior.shtml> Acesso em 06 fev. 2023)
Texto 2
ChatGPT, ou Chat generative Pre-Treated Transformer, é uma ferramenta de processamento de linguagem natural impulsionada pela inteligência artificial (IA).
A tecnologia, criada pela OpenAI, sediada em São Francisco, e lançada em novembro, não é como um mecanismo de busca com bom discurso. Ela sequer está conectada à internet. Em vez disso, um programador humano alimenta uma grande quantidade de dados online que são mantidos em um servidor.
A IA pode responder perguntas mesmo que nunca tenha visto uma sequência particular de palavras antes, porque o algoritmo do ChatGPT é treinado para prever qual palavra irá surgir em uma frase com base no contexto do que vem antes. Ou seja, ele se baseia no conhecimento armazenado em seu servidor para gerar sua resposta.
O ChatGPT também pode responder a perguntas em sequência, admitir erros e rejeitar perguntas inapropriadas, segundo a empresa. É gratuito enquanto está na fase de testes.
Programas de inteligência artificial já existem há algum tempo, mas esse gerou tanto interesse que as organizações médicas, associações profissionais e revistas da área criaram forças-tarefas para ver como isso pode ser útil e entender quais limitações e preocupações éticas pode trazer.
A clínica do doutor Victor Tseng, Ansible Health, criou uma força-tarefa para tratar do assunto. Pneumologista, o doutor Tseng é diretor médico do grupo com sede na Califórnia e coautor do estudo em que o ChatGPT demonstrou que provavelmente poderia passar no exame de admissão na medicina.
Ele contou que seus colegas começaram a brincar com o ChatGPT no ano passado e ficaram intrigados quando o programa diagnosticou com precisão pacientes fictícios em cenários hipotéticos.
“Ficamos tão impressionados e verdadeiramente desanimados com a eloquência e o tipo de fluidez de sua resposta que decidimos usá-lo em nosso processo formal de avaliação e testá-lo com a referência do conhecimento médico”, lembrou.
O teste foi aplicado nas três partes que os graduados em medicina nos EUA têm de passar para serem licenciados para a prática médica. O exame é considerado um dos mais difíceis de qualquer profissão porque não faz perguntas simples com respostas que podem ser facilmente encontradas na internet. Além de testar ciência básica e conhecimento médico e gestão de casos, ele avalia raciocínio clínico, ética, pensamento crítico e habilidades de resolução de problemas.
A equipe do estudo usou 305 perguntas de teste disponíveis publicamente em junho de 2022, quando nenhuma das respostas ou contexto relacionado havia sido indexada no Google – e, portanto, não faziam parte das informações sobre as quais o ChatGPT era treinado. Os autores do estudo removeram exemplos de perguntas que tinham imagens e gráficos e começavam uma nova sessão do chat para cada pergunta que fizeram.
Os alunos costumam passar centenas de horas se preparando e as faculdades normalmente lhes dão um tempo longe das aulas apenas para estudar para o teste. O ChatGPT não precisou de nenhum trabalho de preparação.
A IA passou ou quase acertou todas as partes do exame sem qualquer treinamento especializado, mostrando “um alto nível de concordância e percepção em suas explicações”, escreveu o estudo.
(Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/saude/o-que-chatgpt-e-inteligencia-artificial-podem-significar-para-o-futuro-da-medicina/> Acesso em 06 fev. 2023)
Texto 3

(Disponível em: <https://www.facebook.com/chargeinteligente/photos/intelig%C3%AAncia-artificial/137372734957817/Acesso em 06 fev. 2023)
Tendo em mente o contexto apresentado, sobre o surgimento de novas tecnologias e do papel que a inteligência artificial vem ganhando, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema – retirado do Texto I – “desafios para progredir com o máximo de segurança”.