TEXTO I
O HUMOR AFASTA DOENÇAS
A medicina agora está estudando a importância do bom humor e dos sentimentos positivos na prevenção e no tratamento de moléstias
Não fumar, manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos, já está provado, são medidas que fazem viver mais e melhor. Agora, a medicina estuda a importância do bom humor e dos sentimentos positivos na prevenção de determinadas doenças e até mesmo como fator de recuperação de pessoas vitimadas por moléstias graves. O surradíssimo ditado "rir é o melhor remédio” começa, enfim, a ganhar respaldo cientifico. Pesquisas recentes comprovam que boas risadas (nada a ver com aquelas que somos obrigados a dar quando o chefe cor-ta uma piada sem graça) podem ter o efeito de uma sessão de ginástica Protegem o coração, aliviam o stress, fortalecem o sistema imunológico, facilitam a digestão e limpam os pulmões.
A risada é o principal objeto desses estudos, por se tratar da expressão mais explicita do bom humor e da positividade. Sua interferência no funcionamento do corpo é, portanto, mais fácil de ser medida. 'Quando rimos, rimos com o corpo todo”, define o psiquiatra americano Wiliam Fry, da Universidade de Stanford, especialista no assunto. Um dos seus maiores efeitos é reduzir a liberação dos hormônios associados ao stress, o cortisol e a adrenalina. Em excesso, essas sustâncias enfraquecem as defesas do organismo e elevam a pressão arterial, criando o cenário para o desenvolvimento de infecções e para um infarto. Um estudo revelador sobre os benefícios do bom humor para a saúde do coração foi conduzido pelo patologista Lee Berk. diretor do Centro de Neuroimunologia da Universidade Loma Linda, na Califórnia. A equipe do doutor Berk acompanhou durante um ano 100 homens que já haviam enfartado, monitorando diariamente a pressão arterial, as taxas de adrenalina e as doses de medicamentos de cada paciente. Eles foram divididos em dois grupos, dos quais um era obrigado a assistir meia hora por cia a uma comédia televisiva. O resultado foi surpreendente: os que foram submetidos às sessões de risada sofreram menos episódios de arritmia. apresentaram redução na pressão arterial e tiveram de tomar menos remédios contra angina. A recorrência de infarto no grupo dos risonhos foi de 8%. No outro, de 42%.
(...)
Há algumas semanas, VEJA presenciou o trabalho de dois integrantes do grupo Doutores da Alegria no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Transformados nos personagens ^Krebs Croc e Dona Juca Pinduca, eles quebraram o silêncio sepulcral da enfermaria do 4° andar do hospital. (...) Foram direto para o quarto número 6, onde Jane Genoíno Mota, de 9 anos, estava ligada a aparelhos que monitoravam as funções vitais e injetavam remédios pelas veias. Vitima de uma disfunção grave na glândula tireóide, a menina se encontrava internada havia dois meses. Ao bater os olhos em Krebs e Dona Juca, ela imediatamente abriu um sorriso. Ambos os palhaços brincaram de tirar piolhos e sapos dos cabelos de Jane. Simularam arrancar o "miolo mole” dela. Soltaram bolhas de sabão pelo quarto. O sorriso de Jane virou uma risada gostosa, e a risada, gargalhada. Depois de conhecer Krebs e Dona Juca. Jane passou a se alimentar e a dormir melhor E deixou de esconder-se debaixo do lençol quando o homem de branco, um doutor de verdade, chegava para examiná-la. O bom humor não a curou, nem a curará da doença, mas amenizou sua dor e solidão.
"A raça humana tem efetivamente uma única arma, e essa arma é a risada."
(Mark Twain, escritor americano)(Karina Pasrore e Cristina Poles, revista Veja. 11 de julho de 2001. p. 98-101.)
TEXTO II
SORRISO INTERIOR
O ser que é ser e que jamais vacila
Nas guerras imortais entra sem susto,
Leva consigo este brasão augusto
Do grande Amor, da grande Fé tranquila.
Os abismos carnais da triste argila
Ele os vence sem ânsias e sem custo...
Fica sereno, num sorriso justo,
Enquanto tudo em derredor oscila.
Ondas interiores de grandeza
Dão-lhe esta glória em frente à Natureza,
Esse esplendor, todo esse largo eflúvio.
O ser que é ser transforma tudo em flores...
E para ironizar as próprias dores
Canta por entre as águas do dilúvio!
(Cruz e Sousa)
Considere as assertivas abaixo com relação ao que pensa Mark Twain;
"A raça humana tem efetivamente uma única arma, e essa é a risada."
I - Pode-se considerar uma frase: trata-se de um período e, portanto, o seu sentido é completo.
II - A palavra efetivamente exerce a função de adjunto adverbial, expressando uma circunstância de modo.
III - É facultativa a vírgula que separa as duas orações do período, já que elas são coordenadas pelo conectivo e.
IV - O predicado da primeira oração é verbal, tendo como núcleo o verbo ter, o da segunda é nominal, visto que a expressão a risada é o seu elemento mais significativo.
É (são) verdadeira(s)