TEXTO II
Futuros amantes
(Chico Buarque)
Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios no ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
(Disponível em: < https://www.letras.mus.br/chicobuarque/66065/> Acesso em 16 abr. 2020)
A partir da leitura do texto 2, depreende-se que
I. Ao fazer referência a uma expedição futura sobre a cidade, o eu-lírico indica uma potencial destruição a longo prazo do Rio de Janeiro.
II. O eu-lírico constrói uma espécie de fábula para afirmar que seu amor pela pessoa com quem fala será duradouro e indestrutível.
III. Ao mencionar os diversos elementos que os sábios tentarão decifrar, fica implícita a ideia de que nem sempre é possível compreender o passado de modo íntegro.
Está/ão correta/s: