Questão
Simulado CM - 6º Ano
2023
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TEXTO II:

Batendo uma asa só, o Anjinho deu uma voejada em torno de um dos homens que chegava para o trabalho. Aquele deveria ser o chefe, e foi a ele que Laurinha se dirigiu. Levantou o nariz e foi logo bronqueando: 
— Por que vocês derrubaram todas estas árvores? Por que vocês derrubaram a minha árvore?
 — A sua árvore? — espantou-se o homem. 
— Que eu saiba, todas estas árvores pertencem à fábrica de papel onde eu trabalho. Estas árvores foram derrubadas para fazer papel! 
Papel? A menina ficou um pouco envergonhada, com medo de fazer papel de idiota: 
— Papel? O papel é feito de eucalipto? 
— Você não sabia? Quando você vai para a escola, quase tudo o que você leva é produto de alguma árvore. Os livros, os cadernos, os lápis, e até a borracha, que é feita da resina de uma árvore... 
— Não me importam as outras árvores! — interrompeu Laurinha. 
— Só me importa o que vão fazer com o meucalipto! 
— Meucalipto?! — estranhou o homem. 
— O certo é eucalipto! 
— Isso eu sei — disse a menina apontando para o tronco onde estava gravado o coração a canivete. 
— Mas este tronco é de uma árvore muito especial. Este é o meucalipto. 
O homem olhou para o coração, depois para a menina, e entendeu tudo: 
— O seu nome começa com A ou com L? 
— Eu me chamo Laurinha...
— Sabe, Laurinha? O seucalipto não vai desaparecer. Vai ser transformado. Você quer saber como? 
— Claro que quero! 
— Então venha comigo. Vamos levar essas toras para a fábrica de papel, que fica aqui perto. Lá, você vai descobrir tudo. 
Meia hora depois, Laurinha estava a bordo de um caminhão que levava uma grande carga de toras de eucalipto. Entre elas, estava o seucalipto. 
E o Anjinho? Bem, o Anjinho estava sentado em cima da pilha, tomando conta do tronco que tinha começado toda aquela história. O caminhão entrou no pátio de uma grande fábrica, onde se via um maquinário enorme que ocupava uma grande área. Com o Anjinho sempre voejando em volta, Laurinha desembarcou e ficou espiando as toras serem descarregadas do caminhão, agarradas por uma máquina que tinha grandes garras, como uma mão metálica. 
O motorista foi até um homem de óculos e falou-lhe alguma coisa, apontando para a menina. O homem de óculos deu uma gargalhada e veio na direção de Laurinha. 
— Meu nome é Aurélio. Sou o gerente desta fábrica de papel. Você é a menina que tem um eucalipto de estimação? 
— Eu tinha... — respondeu a menina. 
— Mas vocês cortaram o meucalipto. Agora eu já sei porque as florestas estão desaparecendo. Fábricas como a sua estão acabando com as florestas! 
O gerente Aurélio interrompeu a acusação da menina: 
— Espere aí! Não estamos acabando com nenhuma floresta. Para cada eucalipto que derrubamos, plantamos mais dois. Quanto mais árvores são cortadas para fazer papel, mais a floresta cresce! 
— Quer dizer que vocês criam florestas? 
— Isso mesmo. Veja: há homens que matam baleias e que estão levando esses fantásticos mamíferos marinhos à extinção, porque eles não criam baleias para substituir as que eles matam. Mas ninguém diz que os bois ou as galinhas estão em vias de extinção, não é? E a Humanidade usa muito mais bois e galinhas para comer do que baleias. E sabe por que os bois e as galinhas não estão em extinção? Porque os homens criam bois e galinhas! O mesmo que a nossa fábrica de papel faz com as árvores!

Bandeira, Pedro, 1942- O mistério da fábrica de livros / Pedro Bandeira ; ilustrações Roberto Negreiros. — 33. ed. — São Paulo : Hamburg, 1994.


TEXTO III:

Reflorestamento, celulose e papel: Klabin
Com manejo sustentável, áreas da empresa apresentam os maiores índices de rendimento de celulose por hectare plantado do mundo

O manejo sustentável de florestas, que incluem mata nativa e plantação de pínus e eucaliptos, tem sido uma marca na história da Klabin e contribuído para seus bons resultados recentes. Com uma receita líquida que avançou quase 20% em 2018, para R$ 10 bilhões, a empresa foi a campeã na categoria Reflorestamento, Papel e Celulose, depois de ter ficado em segundo lugar na edição anterior do ranking.

A companhia, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens, tem 216 mil hectares de florestas nativas e preservadas e 239 mil hectares de florestas plantadas no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. A área de mata nativa preservada corresponde a 43% do total, acima dos 20% exigidos pela legislação ambiental como reserva legal.

Além da proteção dos recursos naturais, o manejo sustentável garante à Klabin um excelente aproveitamento do potencial de produção das florestas, destaca o diretor florestal da empresa, José Artêmio Totti. As matas da companhia apresentam um dos maiores índices de produtividade de celulose por hectare plantado do mundo.

(Disponível em: https://globorural.globo.com/Colunas/melhores-do-agronegocio/noticia/2019/11/reflorestamento-celulose-e-papel-klabin.html Acesso em 28 de setembro de 2022) 

TEXTO IV:

Você sabia? A história do papel atravessa os continentes e o tempo. O ano é de 105, isso mesmo, você não leu errado. O criador foi o chinês Ts’Ailun, um nome pouco popular no Brasil, apesar do impacto que a invenção provocou na época. Os registros chineses mencionam que ele era um funcionário da corte imperial e apresentou o primeiro papel para o Imperador Ho Ti, durante a chamada dinastia Han, e que recebeu títulos aristocráticos pelo invento.

Os primeiros papéis foram produzidos utilizando a desintegração de fibras de diversos materiais e logo tornou-se produto de importação chinesa. Mas, durante muito tempo, segundo os registros históricos, a técnica de produção do papel ficou em segredo e alguns fabricantes chineses foram capturados por árabes e forçados a ensinar essas técnicas de produção.

A indústria do papel envolve a derrubada de árvores, a produção em larga escala no plantio de monocultura e resíduos gerados durante todo o processo. A reciclagem nessa área é, assim, de extrema importância para a preservação do meio ambiente.

Foi em 1.852 que a primeira fábrica se instalou, mas somente em 1.956 ocorreu investimento governamental significativo no setor. O aporte de recursos de uma empresa norueguesa no Rio Grande do Sul, em 1.968, iniciou o processo de potencialidade do Brasil na produção em larga escala de papel.

A partir da década de 70, com incentivos do governo para a produção de papel para exportação, ocorreu crescimento significativo para o setor consolidado já na década seguinte. O mercado de papel e celulose brasileiro tem uma grande importância na economia e é responsável por aproximadamente 1% do PIB do país.

Estima-se que o Brasil tenha produzido, em 2017, 10,5 milhões de toneladas de papel. O consumo anual é de aproximadamente 6 milhões de toneladas.
No ano passado, as exportações de papel chegaram a US$ 1,91 bilhão. O papel é praticamente fabricado com fibras de celulose extraídos de árvores. As mais utilizadas são:

Pinheiros: com fibras mais longas, são mais resistentes e oferecem baixo custo na produção

Eucaliptos: crescem em menor tempo, otimizando também o tempo de produção do papel

A qualidade do papel é medida em fibras de celulose, ou seja, independente do processo, as fibras longas possibilitam maior teor de celulose. Quanto menor as fibras, menor a qualidade do papel.

No Brasil, apenas 37% do papel produzido vai para a reciclagem, sendo que 80% é destinado para a confecção de embalagens, 18% para papéis sanitários e somente 2% para impressão.

(Disponível em: https://www.reciclasampa.com.br/artigo/historia-e-reciclagem-de-papel:-entenda-o-processo-e-como-fazer#:~:text=A%20reciclagem%20de%20papel%20contribui,gera%C3%A7%C3%A3o%20de%20res%C3%ADduos%20urbanos%20s%C3%B3lidos. Acesso em 01 de outubro de 2022)

Sobre os textos II, III e IV, pode-se afirmar que:
A
o papel é um produto irrelevante no cenário mundial.
B
a reciclagem é um tema pouco abordado nos dias de hoje.
C
as empresas de reciclagem são fundamentais para o meio ambiente.
D
apenas os cidadãos podem adotar práticas de reciclagem adequadas.
E
reciclar é um dever do cidadão que, caso não cumprido, pode gerar punição.