TEXTO I


De acordo com o filósofo Platão, a associação entre saúde física e mental seria imprescindível para a manutenção da integridade humana. Nesse contexto, elucida-se a necessidade de maior atenção ao aspecto psicológico, o qual, além de estar suscetível a doenças, também é alvo de estigmatização na sociedade brasileira. Tal discriminação é configurada a partir da carência informacional concatenada à idealização da vida nas redes sociais, o que gera a falta de suporte aos necessitados. Isso mostra que esse revés deve ser solucionado urgentemente.
Sob essa análise, é necessário salientar que fatores relevantes são combinados na estruturação dessa problemática. Dentre eles, destaca-se a ausência de informações precisas e contundentes a respeito das doenças mentais, as quais, muitas vezes, são tratadas com descaso e desrespeito. Essa falta de subsídio informacional é grave, visto que impede que uma grande parcela da população brasileira conheça a seriedade das patologias psicológicas, sendo capaz de comprometer a realização de tratamentos adequados, a redução do sofrimento do paciente e a sua capacidade de recuperação. Somada a isso, a veiculação virtual de uma vida idealizada também contribui para a construção dessa caótica conjuntura, pois é responsável pela crença equivocada de que a existência humana pode ser feita, isto é, livre de obstáculos e transtornos. Esse entendimento falho da realidade fez com que os indivíduos que não se encaixem nos padrões difundidos, em especial no que concerne à saúde mental, sejam vítimas de preconceito e exclusão. Evidencia-se, então, que a carência de conhecimento associada à irrealidade digitalmente disseminada arquitetam esse lastimável panorama.
Consequentemente, tais motivadores geram incontestáveis e sérios efeitos na vida dos indivíduos que sofrem de algum gênero de doença mental. Tendo isso em vista, o acolhimento insuficiente e a falta de tratamento são preocupantes, uma vez que os acometidos precisam de compreensão, respeito e apoio para disporem de mais energia e motivação no enfrentamento dessa situação, além de acompanhamento médico e psicológico também ser essencial para que a pessoa entenda seus sentimentos e organize suas estruturas psicológicas de uma forma mais salutar e emancipadora. O filme “Toc toc” retrata precisamente o processo de cura de um grupo de amigos que são diagnosticados com transtornos de ordem psicológica, revelando que o carinho fraternal e o entendimento mútuo são ferramentas fundamentais no desenvolvimento integral da saúde. Mostra-se, assim, que a estigmatização de doentes mentais produz a escassez de elementos primordiais para que eles possam ser tratados e curados.
Urge, portanto, que o Ministério da Saúde crie uma plataforma, por meio de recursos digitais, que contenha informações a respeito das doenças mentais e que proponha comportamentos e atitudes adequados a serem adotados durante uma interação com uma pessoa que esteja com alguma patologia do gênero, além de divulgar os sinais mais frequentes relacionados à ausência de saúde psicológica. Essa medida promoverá uma maior rede informacional e propiciará um maior apoio aos necessitados. Ademais, também cabe à sociedade e à mídia elaborar campanhas que preguem a contrariedade ao preconceito no que tange aos doentes dessa natureza, o que pode ser efetivado através de mobilizações em redes sociais e por intermédio de programas televisivos com viés informativo. Tal iniciativa é capaz de engajar a população brasileira no combate a esse tipo de discriminação. Com isso, a ideia platônica será convertida em realidade no Brasil.
(Enem 2020 - Redação avaliada com nota máxima, da candidata Raissa Picolli Fontoura, do Mato Grosso do Sul) Disponível em: <https://blogdoenem.cem.br/redacao enem nota 1000/>. Acesso em: 16 ago. 2022.
TEXTO II
Filme Divertida Mente - Resumo
Riley descobre que irá se mudar de Minnesota para São Francisco por causa do trabalho do pai. A menina tem 11 anos quando toma consciência de que irá passar por essa complicada transição. Riley enfrentará, portanto, duas mudanças: uma externa (de cidade) e uma interna (o fim da fase infantil para a entrada na adolescência).
Ao longo do filme, acompanhamos o desenvolvimento da menina desde o momento que ela sai da barriga da mãe. Assim que a pequena bebê é segurada no colo, vemos nascer também seu primeiro sentimento, a Alegria.
Logo a seguir, precisamente 33 segundos depois, aparecem o Medo e a Tristeza, outros sentimentos que a acompanharão durante o seu percurso. Mais tarde se juntarão a Raiva e o Nojinho, outros dois afetos essenciais que disputarão o controle da sala de comando.

Sala de comando do pensamento de Riley, com Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho.
Assistimos não só ao que se passa no dia a dia da garota como também de que forma esses sentimentos vão sendo processados. Riley é obrigada a deixar para trás o seu time de hockey (os Feras do Gelo), os amigos e a casa que tanto gostava. Seu dia a dia passa por uma mudança substancial. E não se trata aqui de demonizar ou louvar algum sentimento específico; todos eles são importantes para a manutenção da saúde psíquica da menina. Percebemos rapidamente como o Medo, por exemplo, é essencial para garantir a segurança da criança.
Cada memória base é organizada de modo a moldar um aspecto da personalidade de Riley. Na menina, várias ilhas coexistem: a Ilha da Bobeira, da Amizade, da Honestidade, da Família etc.

As ilhas de Riley
Através da animação, de forma metafórica, entendemos como se dá o nosso funcionamento interno: o trem do pensamento, o depósito de memória, as emoções complementares que se revezam ao longo das várias fases da vida.
Assistimos em Riley um pouco do que se passa dentro de cada um de nós e, ao observarmos a pequena garotinha, percebemos como também nós reagimos às situações desafiadoras que atravessam o nosso cotidiano.
Disponível em: <wym.culturagenial.com >. Acesso em: 16 set. 2022.
Em relação aos textos | e Il, é correto afirmar que