TEXTO I
CRESCIMENTO COMEÇA PELA BOCA
(1) Toda criança quer crescer forte e saudável. Para isso, no entanto, é preciso fazer exercícios físicos e comer bem, trocando o excesso de doces, gorduras e massas por uma alimentação saudável e rica em nutrientes. Disso já sabe Thales, de 8 anos. “Comer só hambúrguer e batata frita não é bom para a saúde, pois o corpo vai aproveitar poucos nutrientes”, ensina. Ele e seus colegas aprendem na sala de aula a importância de uma boa nutrição.
(2) “Nutrição é saber se alimentar direito. Tem alguns alimentos que são livres e que podemos comer à vontade. Outros em menor quantidade e menos vezes por semana”, afirma Roan, da mesma idade. Ele explica que uma forma de se alimentar bem é compreender a pirâmide dos alimentos.
(3) Na base da pirâmide, estão os itens que podem ser consumidos em maior quantidade, representados pelas massas, pães, farinhas e cereais. Um pouco acima, estão as frutas e verduras, fontes de carboidratos, fibras, vitaminas e sais minerais. Quase no topo, estão as carnes, ovos, leguminosas, leite e derivados, fontes de proteínas, ferro e aminoácidos essenciais. No topo, estão as consideradas “calorias vazias”, pois apresentam calorias, mas não têm nutrientes, devendo ser ingeridas com moderação. É o caso do sal e dos doces, da batata frita, dos refrigerantes, sorvetes e chocolates.
(4) Lucas, também de 8 anos, lembra que, além de evitar alimentos do topo da pirâmide, as pessoas devem misturar os grupos, comendo um pouco de cada. “Se você comer massa e arroz, vai estar ingerindo substâncias parecidas, com os mesmos nutrientes”, alerta. “É importante consumir alimentos como ovos, leite, carne vermelha e peixes, chamados de construtores. São eles que fazem a gente crescer”, completa Eduardo, da mesma idade.
(5) GULOSEIMAS - Para cuidar da saúde e evitar doenças como a obesidade, a turma se preocupa com a merenda escolar. Ana Sofia, de 7, acha que nada deve ser consumido em excesso para não engordar. Na merenda, ela inclui sempre uma fruta, pão com requeijão e um tipo de suco. “Deixo para comer doces e outras porcarias uma vez por semana. Geralmente, às sexta-feiras”, explica. Além da alimentação, ela também faz exercícios físicos, como caminhar com seu cachorro de estimação.
(6) Apesar da idade, os meninos também se preocupam com o ganho de peso e por isso cuidam da forma praticando esportes. “A gente joga futebol, basquete e faz natação, pois o exercício ajuda a emagrecer”, diz Roan. Thales, por sua vez, lembra que comer assistindo à tevê ou em frente ao computador nunca faz bem. “É importante também se alimentar de três em três horas, não repetir e tomar bastante água durante o dia”, afirma.
(7) A nutricionista explica que a alimentação natural e saudável vem sendo substituída por alimentos industrializados e pelos chamados fast foods. Com isso, houve um aumento alarmante no índice de anemias, desnutrição, obesidade e suas consequências em crianças, jovens e adultos.
(8) Para a especialista, a infância é a melhor época para se formarem bons hábitos, inclusive na alimentação. “É o período no qual as crianças estão conhecendo os alimentos e não têm poder de compra. Os bons hábitos alimentares deveriam começar cedo, pois quando crescemos sem educação alimentar é muito difícil fazer mudanças na vida adulta”, alerta.
(9) As crianças podem - e devem - cuidar da sua saúde, evitando adquirir hábitos errados. De acordo com a nutricionista, o principal erro que a garotada comete é trocar refeições sadias e balanceadas por doces, chocolates, massas e refrigerantes. “Eles não podem trocar as refeições por guloseimas. Devem também mastigar direito os alimentos e tentar não tomar líquido na hora da refeição. E é necessário ter horário certo para se alimentar”, ensina Ana Cristina.
(10) Ela também alerta que comer doces e biscoitos recheados todo dia não faz bem para a saúde e lembra à turma que dizer que não gosta de determinado alimento sem nunca tê-lo experimentado é uma grande bobagem. “Para ter uma alimentação saudável, é necessário comer alimentos variados, sendo importante ingerir frutas, verduras, pães, cereais, leguminosas, carnes, ovos, leite e seus derivados, não excedendo nenhum alimento e buscando equilibrar os vários tipos de comida. Devemos evitar, por exemplo, refrigerantes, balas, sorvetes, biscoitos recheados, frituras, bacon, sal, açúcar e doces”, afirma.
(FONSECA, Mariana – ESTADO DE MINAS – Gurilândia, 22/04/06)
VOCABULÁRIO:
fast foods – lanches rápidos
Há uma relação fato/finalidade no trecho