Questão
Colégio Militar - CM - 6º Ano
2024
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TEXTO I

A SUMAÚMA

No início era escuro e frio. Não havia dia. Era sempre noite.

Uma imensa árvore – a sumaúma –, de tronco muito alto e com os galhos cobertos de folhas, cobria tudo, não deixando entrar a luz.

Dois irmãos da aldeia Ticuna, o menino Ipi e a menina Tetchi, decidiram investigar o assunto. Pensaram muito em qual seria a melhor atitude a tomar, até que tiveram a ideia de atirar uma semente de açaí na sumaúma, para ver se ela atravessava a copa da árvore.

A semente passou pela árvore, abrindo uma fresta na folhagem. Através dela, os irmãos conseguiram ver que um bicho-preguiça prendia os galhos da sumaúma no céu. Então, pegaram o cesto cheio de sementes de açaí que tinham levado e atiraram uma semente atrás da outra na tentativa de soltar os galhos e abrir espaço para deixar entrar a luz

As sementes de açaí foram parar no céu e se transformaram em estrelas, mas a luz não entrou pelas folhas da árvore. A escuridão continuava.

Ipi e Tetchi tiveram outra ideia para ver se conseguiam a luz: convocaram todos os animais da floresta para derrubar os galhos da árvore.

Primeiro, reuniram as aves: a arara-vermelha, o cardeal, a arara-azul, o pia-pouco, o mutumcavalo, o papagaio e a ararajuba. Depois, chamaram o macaco e o sapo. Em seguida, foi a vez da capivara, da cutia e do maior bicho de todos: a anta. E, por fim, foram atrás dos animais mais temidos:a ariranha, a jiboia e a onça. Até o jacaré foi ajudar.

As aves e os animais menores escalaram a árvore para balançar os galhos. Os bichos mais pesados ficaram no chão para sacudi-la. Todos tentaram diversas vezes, mas nada conseguiram. Nenhum galho se mexeu.

O pica-pau ficou um tempão bicando o tronco da sumaúma, mas isso também não adiantou nada.

Ipi e Tetchi se despediram dos bichos e voltaram para a aldeia. Lá, propuseram uma competição: o índio que conseguisse atirar formigas-de-fogo nos olhos do bicho-preguiça se casaria com a irmã mais velha deles, Aucana, que era muito bonita.

Os rapazes mais altos e mais fortes da aldeia tentaram subir na árvore, mas nenhum deles conseguiu chegar ao topo, onde estava o bicho.

Então, apareceu Taine, um índio miúdo. Ninguém imaginava que ele conseguisse escalar aquele tronco tão alto. Mas Taine foi subindo, subindo, subindo, passou do meio do caminho, de onde os outros tinham voltado, e continuou, sempre em frente, até chegar ao topo. Lá no alto, jogou as formigas-de-fogo nos olhos do bicho-preguiça. Ele ficou tão desesperado que soltou os galhos da árvore para se livrar das formigas.

Os galhos baixaram e a luz apareceu, iluminando tudo: a mata, os rios, a aldeia. Todos puderam enxergar as plantas e as frutas que havia na floresta.

Para comemorar o feito do pequeno índio, realizou-se uma grande festa, e Taine pôde se casar com a bela Aucana.

Inspirada em "A samaumeira que escurecia o mundo", coletada por professores ticunas no Livro das árvores. Silvana Salerno. Qual é o seu norte?. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2012.

TEXTO IV

MILITAR RETORNA COMO ASPIRANTE A OFICIAL AO BATALHÃO ONDE SERVIU COMO SOLDADO

Natal (RN) – O jovem militar Yuri Henrique de Souza Fagundes teve a oportunidade de se apresentar como Aspirante a Oficial no 7º Batalhão de Engenharia de Combate, onde se alistou e serviu como soldado 8 anos atrás. A trajetória do militar é um exemplo de dedicação aos estudos, o que permitiu ao ex-soldado formar-se oficial do Exército Brasileiro.

Em 2015, Fagundes incorporou como recruta na 1ª Companhia de Engenharia de Combate, aos 18 anos. Após a formação básica, foi designado para o Pelotão de Obras.

O jovem comentou que o serviço militar obrigatório foi um divisor de águas em sua trajetória profissional. “Antes de entrar no quartel, eu não queria estudar e não era muito dedicado às minhas tarefas. Mas quando entrei para a vida militar, comecei a me desenvolver mais, porque pude enxergar o valor da hierarquia e da disciplina, que são os pilares do Exército”.

Desde pequeno, Fagundes tinha vontade de ser militar, mas foi durante o período de formação como soldado que um monitor, o Sargento Max, o orientou a seguir a carreira por meio das escolas de formação militar. Foi então que ele pesquisou sobre as provas do concurso e começou a sua preparação. Licenciado em 2016, dedicou-se intensivamente aos estudos por dois anos.

Os seus esforços lhe renderam a aprovação no disputado concurso da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, de onde seguiu para a Academia Militar das Agulhas Negras.

Por sua aplicação e disciplina, o Aspirante a Oficial Fagundes concluiu o Curso de Formação de Oficiais em uma colocação que lhe possibilitou escolher, por mérito intelectual, voltar a servir no Batalhão Visconde de Taunay, na cidade de Natal (RN).

Atualmente, o Aspirante a Oficial Fagundes atua como comandante de pelotão, envolvido na formação dos novos soldados da unidade. Para os soldados sob seu comando e para todo o 7º Batalhão de Engenharia de Combate, a história de dedicação e superação do soldado que se tornou oficial serve de exemplo e inspiração. É uma motivação para cada um batalhar e alcançar os objetivos pessoais e coletivos.

Fonte: Noticiário do Exército. 7º Batalhão de Engenharia de Combate In: https://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiariodo-exercito/ /asset_publisher/U3X7kX8FkEXD/content/id/16578663 (Adaptado)

Compare o texto VI com o texto I e, em seguida, marque a opção que melhor explica a relação entre os dois textos:
A
Os dois textos têm a mesma temática; o texto I, assim como o texto VI, embora de gêneros textuais diferentes, falam sobre perseverança.
B
Os dois textos têm temáticas diferentes, porque têm relação direta com as diferenças dos gêneros textuais.
C
Os textos têm temáticas diferentes, pois o texto I fala sobre perseverança, enquanto o texto VI fala sobre fé.
D
Os dois textos têm a mesma temática e são do mesmo gênero textual; o texto I fala sobre espiritualidade, enquanto o VI fala sobre ter fé.
E
Os dois textos têm a mesma temática; o texto I informa os passos necessários para alcançar os objetivos que se espera, enquanto o VI fala sobre perseverança.