Sem poupar nem as crianças, o sedentarismo e a obesidade tornam-se problemas de saúde pública mundial, mas encontram boa parte de sua solução em uma simples medida: ouso do próprio corpo.
1º § Você já ficou de mau-humor alguma vez por não encontrar o controle remoto? Ficou mais irritado ainda quando viu que queria o do DVD, mas pegou sem querer o do aparelho de som?
2º § Pois você não está sozinho. A maioria das pessoas anda tão dependente das comodidades produzidas pelas novas tecnologias que às vezes se atrapalha até para localizar, no próprio aparelho de televisão, o botão do volume. O problema é que esse confortável estilo de vida é um dos principais responsáveis por dois graves problemas de saúde: o sedentarismo e a obesidade - tão sérios que o rápido crescimento no número de casos já está mudando até as estatísticas das causas de mortalidade no mundo.
3º § De fato, é difícil resistir aos encantos da vida moderna. Seu carro tem vidros elétricos? E direção hidráulica? Bem, se não tem, dá para apostar que esse é um sonho de consumo, certo? Afinal, bom é poder manobrar mais de uma tonelada de aço com um único dedo. E, depois de trabalhar muito a semana inteira, nada como pegar o telefone (sem fio, claro) e pedir uma pizza. Ruim é sair do sofá, tomar o elevador e ir até a portaria para pegá-la. E a tentação, no trabalho, de chamar o elevador para descer ou subir um único andar? Quem nunca se sentiu assim que atire a primeira pedra - ou o controle remoto (o que estiver mais perto). Só que essas e várias outras pequenas atitudes da chamada vida moderna vão passando despercebidas. Silenciosamente, porém, os músculos vão se atrofiando, as articulações começam a perder flexibilidade e o funcionamento de vários órgãos passa a regredir.
4º § Isso quer dizer, então, que as facilidades da vida moderna são nocivas? De jeito nenhum. Você nunca vai ver alguma inscrição do tipo "O Ministério da Saúde adverte: controle remoto faz mal à saúde”.
5º § Para o profissional de Educação Física Dartagnan Guedes, diretor do Centro de Educação Física eEsporte da Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, seria um absurdo culpar certos recursos que facilitam a vida. “A tecnologia não é a vilã ”, afirma. "Pela própria organização da sociedade, ela é uma necessidade”. Segundo ele, o problema está no seu uso indiscriminado. Por isso, as pessoas devem estar bem informadas sobre os riscos de seu estilo de vida e mudá-lo.
6º § Estima-se, por exemplo, que em cinco anos um em cada dois brasileiros adultos estará às voltas com excesso de peso. Se por um lado a falta de atividade física da vida moderna não diminui a queima de calorias, de outro esse estilo também incentiva aumento no consumo. "O acesso à comida é cada vez mais fácil e qualquer lugar hoje em dia é um minimercado”, aponta o professor André Fernandes. "Além disso, os alimentos industrializados são mais calóricos, mais ricos em suplementos e são oferecidos em quantidades maiores”.
7º § Não dá para negar. Hoje em dia é possível comer até num posto de gasolina. Mesmo o tradicional saquinho de pipoca de alguns anos atrás ficou várias vezes maior, assim como o copo de refrigerante que o acompanha no cinema. Esse desequilíbrio crônico entre energia consumida e energia gasta é uma equação que tem como resultado a obesidade - que também possui um componente hereditário. Filhos de pais obesos são muito mais propensos a enfrentar o mesmo problema.
8º § Com crianças e jovens, a doença é ainda mais perversa. “O surgimento de novas células no organismo é um processo que ocorre sobretudo na pré-adolescência e raramente em adultos”, esclarece o profissional de Educação Física Marcelo Miranda, professor da Universidade Católica Dom Bosco, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. “Quando o jovem fica obeso nessa fase, a criação de novos adipócitos(células que armazenam gordura) é estimulada e esse tipo de obesidade é muito difícil de se reverter.” A outra variável da equação – a falta de atividade física – é igualmente importante. “O tempo excessivo diante da televisão, internet e videogames em espaços urbanos com poucas opções para atividades físicas são preocupantes”, acrescenta Miranda, para quem a Educação Física escolar é uma ferramenta fundamental para a prevenção e o combate à obesidade infantil – além de contribuir para a socialização e a cidadania.
9º § “Infelizmente, a Educação Física tem perdido espaço nas escolas justamente numa época em que o jovem mais precisa dela para adquirir bons hábitos desde cedo, visto que o adulto oferece mais resistência à aquisição de novos hábitos”, lamenta. Segundo ele, pelo menos uma em cada quatro crianças brasileiras tem sobrepeso hoje. Se atravessar a adolescência assim, a possibilidade de se tomar um adulto obeso passa de 75%. 10º § Os profissionais de Educação Física são os que podem auxiliar a todos – crianças, jovens, adultos, deficientes, portadores de necessidades especiais e idosos – a combater esse mal do nosso século e contribuir de forma preventiva para um melhor bem-estar de todos.
(Informe Publicitário CONFEF/2008)
“De fato, é difícil resistir aos encantos da vida moderna.” (3º parágrafo). De acordo como texto, a necessidade de se resistir às facilidades que a vida atual nos oferece se deve ao fato de que: